O crime tomou conta do maior estado do Brasil
O crime organizado em São Paulo transformou-se em uma “máfia” com potencial para atos terroristas. Esses grupos estão deliberadamente mirando altos postos da Polícia Civil. Esta é a avaliação alarmante de um experiente policial que ocupou postos de chefia na corporação paulista. Ele prevê uma escalada na violência. Para ele, episódios recentes como o assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes, executado com tiros de fuzil em Praia Grande, e a troca de tiros envolvendo o delegado Luiz Carlos, diretor do Demacro nesta quarta-feira estão ligados.
Segundo a análise, a facção PCC decidiu “escalar na ousadia” porque, diferentemente de 2006 (quando o grupo parou a cidade), eles agora possuem uma “estrutura maior e ainda mais organizada”. “Eles de fato são uma máfia agora e podem agir como terroristas em qualquer lugar”, alerta o policial.
A principal consequência dessa nova estrutura é a intimidação das forças de segurança.
Essa intimidação dificulta a atuação de agentes como o delegado Ruy Ferraz Fontes, cuja execução brutal serve de precedente. O policial lembra que o antigo delegado “botou a cara para bater”.
A preocupação é que, diante da violência observada, “não vai mais aparecer ninguém com a cara limpa para poder combater o PCC, como o Ruy fez”.
A análise do veterano liga diretamente a ousadia da facção ao incidente recente onde o delegado Luiz Carlos trocou tiros em Pinheiros. Embora o ataque tenha ocorrido em circunstâncias de uma abordagem de assalto, a fonte sustenta que a ação tem características que sugerem que não foi um crime isolado:
• O incidente em questão envolveu “três ou quatro delegados”.
• O agressor “chegou e apontou na direção da cabeça do cara e atirou antes de anunciar roubo”, demonstrando uma intenção homicida imediata.
A fonte ressalta que o caso é uma “controvérsia”, dividida entre “50% de ser isolado e 50% de não ser”. Se o alvo fosse desconhecido, seria classificado como tentativa de roubo. No entanto, por se tratar de quem é a vítima ele prevê que “a possibilidade de retaliação é bem grande”.
A conclusão é sombria: se o incidente “não foi uma tentativa de roubo,” o caso “não vai ter um esclarecimento muito fácil, não”. Por outro lado, se “foi só uma tentativa de roubo,” a expectativa é que “a polícia vai prender os caras”.
A inconsistência das forças de segurança – que ora “passava a mão,” ora “roubava,” ora “queria prender ou matar os cara” – levou o grupo a “ficar louco da vida” e a decidir pela atual escalada de enfrentamento direto.