Saúde suplementar: o risco de exclusão dos 60+ Mara Luquet recebe Ciro Gomes no MyNews Entrevista | Foto: Reprodução/MyNews Planos de Saúde

Saúde suplementar: o risco de exclusão dos 60+

Numa entrevista ao MyNews, Ciro Gomes, disse que a viabilidade dos planos de saúde é seriamente afetada tanto pela mudança demográfica acelerada quanto pela dolarização dos custos da assistência médico-hospitalar no Brasil.

O sistema de saúde suplementar no Brasil enfrenta uma reestruturação silenciosa, porém devastadora. As vítimas principais: a população com 60 anos ou mais. Diante de custos crescentes, operadoras de planos de saúde intensificam o cancelamento unilateral de contratos coletivos por adesão ou empresariais, deixando milhares de idosos, muitas vezes com condições crônicas e em tratamento contínuo, subitamente sem cobertura.

Numa entrevista ao MyNews, Ciro Gomes, disse que a viabilidade dos planos de saúde é seriamente afetada tanto pela mudança demográfica acelerada quanto pela dolarização dos custos da assistência médico-hospitalar no Brasil, sendo ambos problemas paradigmáticos e históricos, conforme apontado nas fontes.

Esses fatores interligados criam uma situação onde o modelo econômico atual não apresenta “zero possibilidade” de solução para a crise do setor.

1. Efeito da mudança demográfica

A lógica tradicional dos planos de saúde — de que os usuários paguem um pouco mais do que o gasto para honrar os compromissos  é desestabilizada pelo envelhecimento populacional.

  • Envelhecimento acelerado: O Brasil enfrenta uma mudança acelerada em sua demografia.
  • Aumento da morbidade: Os jovens adoecem menos, enquanto os idosos adoecem mais.
  • Viabilidade histórica: Antigamente, quando havia muito mais jovens do que idosos, a escala dos planos de saúde era “muito mais relativamente simples [e] viável de consertar”.
  • Fechamento da janela demográfica: O Brasil é agora um país envelhecido com graves problemas de terceira idade. A demografia envelheceu, e isso afeta a base de funcionamento dos planos.

2. Efeito da dolarização dos custos

A viabilidade financeira dos planos de saúde é minada pela internacionalização de praticamente 100% dos custos recorrentes da saúde no Brasil.

  • Destruição do Complexo Industrial: Essa situação é atribuída ao descaso estratégico dos líderes brasileiros, que destruíram o complexo industrial de saúde nacional.
  • Custos Dolarizados: Os custos de saúde e assistência médica hospitalar são, na prática, dolarizados.
  • Equipamentos e Insumos Importados: Uma vasta gama de itens essenciais é importada em dólar. Exemplos incluem:
    • O aparelho de ressonância magnética.
    • O ultrassom.
    • Os reagentes.
    • Os anestésicos.
  • Paridade de Custos: Como resultado dessa dependência da importação, os custos de saúde no Brasil (excluindo os salários dos profissionais de saúde) são equivalentes aos do Reino Unido.

Conclusão sobre a viabilidade

A combinação do aumento dos gastos imposto pela população idosa (demografia) e a alta dependência do dólar para custear os insumos (dolarização) cria uma situação onde não há solução dentro do modelo econômico vigente. O resultado previsto é que “o mais fraco se arrebenta”.

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