Por que o Banco Central demorou tanto a intervir no Banco Master? Sistema financeiro

Por que o Banco Central demorou tanto a intervir no Banco Master?

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Há tempos, o banco era notoriamente conhecido por enfrentar dificuldades de captação

Esta é a principal pergunta dos agentes econômicos: Por que o Banco Central demorou tanto a intervir no Banco Master?

Há tempos, o banco era notoriamente conhecido por enfrentar dificuldades de captação, o que se refletia diretamente em sua política de emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDB).

Os CDBs do Master estavam pagando taxas muito acima da média do mercado. Essa remuneração exagerada era um sinal de risco iminente. Uma tentativa desesperada de atrair liquidez, indicando que a instituição já não conseguia se financiar a custos competitivos. O mercado interpretou isso como uma clara indicação de que o banco estava em situação financeira precária.

Apesar desses indícios públicos e do conhecimento disseminado no mercado, a intervenção demorou, alimentando a percepção de que houve um componente político na postergação. No entanto, técnicos do Banco Central, ouvidos por esta reportagem, defendem a isenção do processo. Eles afirmam que as decisões de intervenção são tomadas em colegiado, seguindo um rigoroso cronograma de avaliação técnica e supervisão, e não por influência política. A pergunta então passa a ser outra: por que parte do colegiado era contra a intervenção?

A segunda pergunta igualmente importante que emerge é: Qual o impacto na regulação do Fundo Garantidor de Crédito (FGC)?

Em termos financeiros o estimado é de mais de R$ 40 bilhões, o maior volume histórico pago pelo FGC.

O FGC tem um objetivo singular: proteger o pequeno investidor e, com isso, evitar uma corrida bancária, a retirada em massa de depósitos que pode colapsar uma instituição. O limite de garantia por CPF e por instituição é de R$ 250 mil.

No caso do Banco Master, a demora na intervenção permitiu que a instituição seguisse um caminho arriscado que o mercado chama de “operação FGC”:

  1. Venda Massiva de CDBs: O Master vendeu “CDBs a rodo”, com a garantia explícita do fundo.
  2. Tentativa de Ganhar Tempo: Essa estratégia, ao captar depósitos garantidos, permitiu ao Master ganhar tempo e continuar operando, mesmo sabendo de suas dificuldades.

É de se esperar, portanto, que ajustes regulatórios venham por aí.

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