Abrapp projeta patrimônio de R$ 1,4 trilhão e superávit de R$ 5,2 bilhões até o fim de 2025 Foto: Nicolas Siegmann

Abrapp projeta patrimônio de R$ 1,4 trilhão e superávit de R$ 5,2 bilhões até o fim de 2025

As projeções foram apresentadas pelo diretor-presidente da entidade, Devanir Silva, durante coletiva de imprensa em São Paulo, realizada no dia 16 de outubro

A entidade quer ampliar a cobertura previdenciária com a criação das Micropensões, voltadas a autônomos e microempreendedores.

A Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) estima encerrar o ano com patrimônio total de R$ 1,4 trilhão e superávit de R$ 5,2 bilhões, impulsionada por uma rentabilidade anual projetada de 14,45%, acima da meta atuarial de 10,36%. As projeções foram apresentadas pelo diretor-presidente da entidade, Devanir Silva, durante coletiva de imprensa em São Paulo, realizada no dia 16 de outubro.

O cenário otimista considera o Ibovespa a 154 mil pontos, com valorização de 23,2% da renda variável. Segundo Silva, os resultados reforçam a resiliência e a boa governança do sistema de previdência complementar fechada, que segue como um dos principais pilares de poupança de longo prazo no país.

Conforme o Consolidado Estatístico Abrapp, o setor encerrou o primeiro semestre com ativos de R$ 1,33 trilhão, equivalentes a 11% do PIB nacional, e rentabilidade média de 6,48%, superando a meta de 5,1%. A carteira segue predominantemente conservadora: 84,4% dos investimentos estão em renda fixa, 8% em renda variável e 7,6% em imóveis, empréstimos, investimentos estruturados e aplicações no exterior.

Mesmo em um cenário de volatilidade e ajustes no ciclo de juros, o sistema reduziu o déficit líquido de R$ 8,9 bilhões em 2024 para R$ 5,9 bilhões no primeiro semestre de 2025, evidenciando solidez e capacidade de adaptação. “Nenhum benefício foi suspenso ou atrasado em momentos de crise — um sinal claro da governança e estabilidade do setor”, afirmou Silva.

Para este ano, a Abrapp projeta o pagamento de R$ 125 bilhões em benefícios, o equivalente a R$ 10 bilhões mensais injetados na economia brasileira. O dirigente destacou ainda que a queda da taxa Selic abre espaço para ampliar investimentos produtivos em áreas como agro, infraestrutura e indústria. “Isso alavanca a economia e protege o patrimônio dos participantes”, ressaltou.

Micropensões

Silva também apresentou avanços em inclusão previdenciária, com destaque para a proposta de criação de Micropensões, voltadas a autônomos, trabalhadores de aplicativos e microempreendedores individuais. O programa, já debatido no Congresso, visa permitir adesão a planos capitalizados, de contribuição definida e gestão sem fins lucrativos para ampliar a proteção previdenciária.

“O Brasil tem mais de 16 milhões de microempreendedores e precisamos oferecer a eles proteção previdenciária. Já temos tecnologia e governança para isso — falta apenas o reconhecimento legal”, afirmou.

Estímulo á poupança

Outro ponto abordado foi a atuação da Frente Parlamentar Mista da Previdência Complementar Fechada, formada neste ano com 208 parlamentares. Presidida por Tadeu Veneri (PT-PR) e tendo como vice o capitão Alberto Neto (PL-AM). A frente tem como objetivo modernizar o marco regulatório do setor, estimular a poupança de longo prazo e fomentar a expansão dos planos corporativos, familiares e instituídos.

Silva destacou também o papel da Abrapp na educação previdenciária e no incentivo à poupança de longo prazo entre os jovens. Programas como “Poupadores do Futuro”, desenvolvido com o Ministério da Previdência, e “Previdência é coisa de jovem”, em parceria com o CIEE, estão formando novas gerações de poupadores. “A previdência complementar não é para poucos; é para todos. Nosso desafio é mudar a mentalidade do curto prazo e fortalecer a cultura de poupança que garanta renda e qualidade de vida no futuro”, afirmou.

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