Parlamentares aliados de Bolsonaro, em protesto contra sua prisão, obstruem trabalho do Congresso Nacional e geram revolta dos governistas
O dia seguinte à decisão do ministro Alexandre de Moraes em decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, deputados bolsonaristas e de esquerda bateram boca, trocaram xingamentos e até empurrões no plenário da Câmara, na tarde desta terça-feira (05/08).
Parlamentares aliados de Jair Bolsonaro ocuparam todos os espaços da mesa de trabalhos do plenário e, num gesto de protesto contra a prisão do ex-presidente, usavam mordaças na boca e até nos olhos. No Senado, os bolsonaristas também teriam ocupado a Mesa.
Minutos depois, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), reagiu e falou para os adversários políticos desocuparam aqueles lugares. Nesse momento, o petista foi confrontado pelo Pastor Eurico (PL-PE) e trocaram empurrões.
“Seu palhaço, está me empurrando por que? Idiota, rapaz”, gritou Eurico para Lindbergh.
“Saiam daí. Respeitem, nós estamos no horário da sessão”, gritava o líder do PT.
“Esse é um ataque a democracia. Estão desesperados e fazendo isso. É uma continuidade do 8 de janeiro”, continuou o petista, enquanto ouvia provocações dos bolsonaristas:
“Vem tirar”.
Depois, vários parlamentares da base do governo entoavam “sem anistia”.
Na parte da manhã, deputados e senadores da direita fizeram um ato em defesa de Bolsonaro. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou como “barbaridade” a decisão de Moraes sobre seu pai e acusou o ministro de ter uma “milícia secreta” quando presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A oposição ameaça obstruir os trabalhos do Congresso Nacional até que seus respectivos presidentes pautem a anistia aos golpistas do 8 de janeiro, medida que beneficiaria Jair Bolsonaro.