Câmara tem comissões opostas sobre Israel e Palestina Bandeiras de Israel (à esquerda) e da Palestina (à direita) | Foto: Câmara dos Deputados OPINIÕES DIFERENTES

Câmara tem comissões opostas sobre Israel e Palestina

Hoje, presidida por Filipe Barros (PL-PR), Comissão de Relações Exteriores defende as investidas de Israel, mas, entre 2023 e 2024, Comissão de Legislação Participativa era pró-Palestina

A atual Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, presidida pelo deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR), tem adotado uma postura de forte apoio ao governo de Israel, principalmente em relação ao recente confronto com o Irã. Entretanto, entre 2023 e 2024, a Comissão de Legislação Participativa (CLP) apresentou posição crítica à atuação israelense no conflito com os palestinos.

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No último sábado (16), Filipe Barros declarou apoio explícito às ações militares do governo israelense contra alvos no Irã e lamentou a atuação do governo brasileiro que estaria, segundo ele, violando “sistematicamente o Direito Internacional ao financiar e perpetrar atentados terroristas contra civis”. Sob sua presidência, a CREDN pautou uma Moção de Solidariedade a Israel e ao seu direito de existir, que deverá ser apreciada na próxima reunião deliberativa da comissão.

A postura da CREDN contrasta com a da Comissão de Legislação Participativa (CLP) durante os anos de 2023. À época presidida pelo deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), sucedido por Glauber Braga (PSOL-RJ), a comissão realizou diversas audiências públicas para debater a violência na Faixa de Gaza e a atuação do governo israelense frente a crise humanitária do território vizinho.

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Uma audiência pública promovida pela CLP, em novembro de 2023, para ouvir diferentes pontos de vista sobre o conflito entre Israel e Palestina, chegou a terminar em discussão após o ex-deputado Abilio Brunini, atual prefeito de Cuiabá e apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmar que o apoio enviado aos palestinos era equivalente a dar suporte ao grupo terrorista Hamas. A fala foi respondida por Uliad Rabah, presidente da Federação Palestina no Brasil, que chamou o parlamentar de “bandido”, “assassino” e “nazista”.

Palestina e Israel hoje

O subsecretário-geral de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU), Tom Fletcher, afirmou, em entrevista à BBC, que Israel está propositalmente submetendo as pessoas em Gaza à fome. No começo de marco desse ano, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, proibiu a entrada de ajuda humanitária no território vizinho sob justificativa de que o Hamas estaria saqueado os suplementos.

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No dia 26 de maio, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês) começou seus com autorização de Israel. O grupo, composto por agentes de segurança americanos armados, teria como objetivo substituir a ONU como principal fornecedor de ajuda humanitária para os 2,1 milhões de habitantes em Gaza.

Entretanto, a atuação da GHF tem sido polêmica. A ONU e outras agências de ajuda humanitária estão se recusando a colabora com a fundação por seus métodos contrariarem os princípios humanitários e transformarem “a ajuda em uma arma”. Elas advertiram que a logística da GHF praticamente exclui as pessoas com problemas de mobilidade, além de expõe milhares de pessoas a danos e condiciona a ajuda a objetivos políticos e militares.

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Assista abaixo ao Segunda Chamada sobre o conflito entre Israel e Irã:

*com informações da Câmara dos Deputados e da BBC News Brasil

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