Logo no início do voto, ministra deixou claro o alinhamento ao entendimento do relator da ação penal e afirmou que houve trama golpista
O ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia afirmou, durante a leitura do voto na tarde desta quinta-feira (11), que houve uma tentativa de golpe de Estado, liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. O entendimento divergiu da manifestação do ministro Luiz Fux, que votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros cinco aliados.
Segundo Cármen Lúcia, existe no processo “prova cabal” da tentativa de implementar uma “empreitada criminosa” capaz de colocar em risco não só a democracia, mas as instituições brasileiras. Tais “aventuras ditatoriais” resultaram nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
“O 8 de janeiro de 2023 não foi um acontecimento banal, depois de um almoço de domingo, quando as pessoas saíram para passear. O inédito e infame conjunto de acontecimentos havidos ao longo de um ano e meio para inflar, instigar por práticas variadas de crimes, quando haveria de ter uma resposta no direito penal”, declarou.
Em menção aos argumentos apresentados pelos advogados de defesa, a ministra elogiou os trabalhos exercidos, mas afirmou que “os fatos que são descritos desde a denúncia e a referência acusatória não foram negados na sua essência”.
Aproveitando o gancho das falas de Cármen Lúcia, o ministro relator do processo, Alexandre de Moraes, reafirmou os argumentos por ele utilizados para acolher integralmente a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os réus do núcleo 1, exibindo vídeos dos ataques do 8 de janeiro e de um discurso de Bolsonaro contra a ação penal, com a fala “sai Alexandre de Moraes, deixa de ser canalha”.
Ao longo das manifestações, Fux permaneceu de cabeça baixa, fazendo anotações.