Em novo depoimento, ex-ajudante de ordens diz que Filipe Martins elaborou documento para reverter as eleições de 2022, mas não foi aos EUA
O tenente-coronel e ex-ajudante de ordens Mauro Cid prestou novo depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (14), durante oitiva das testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 dos acusados pela suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Na ocasião, Cid reafirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro discutiu a minuta do golpe no Palácio do Planalto e pediu ajustes no documento.
O militar, que, além de acusado no processo que apura a trama golpista, é réu-colaborador, reforçou também que o ex-assessor de assuntos internacionais da Presidência Filipe Martins não só entregou a minuta a Bolsonaro, como também atuou como um dos autores do texto, cujo o objetivo era reverter o resultado das eleições de 2022.
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No entanto, de acordo com Cid, Martins não estava no voo presidencial que levou o ex-presidente aos Estados Unidos no dia 30 de dezembro de 2022. A defesa do ex-assessor perguntou porque o militar não havia fornecido aquela informação à Polícia Federal antes desta segunda. Cid respondeu que não tinha questionado sobre o assunto.
A declaração do ex-ajudante de ordens é um ponto chave para os advogado de Martins, pois a suposta viagem aos EUA foi o que levou o ex-assessor a ser preso por seis meses por suposto risco de fuga.
Martins sempre negou a viagem, mas sua equipe de defesa protocolou duas ações nos EUA para tentar esclarecer registros da entrada do réu em território norte-americano.
Os depoimentos das testemunhas do núcleo 2 estão marcados para ocorrer até a próxima segunda-feira (21). Em seguida, serão as oitivas do núcleo 4, entre os dias 15 e 16 de julho, e do núcleo 3, entre 21 e 23 de julho.