Jornalismo Independente
Na denúncia divulgada ontem, 18, o ex-presidente foi acusado de cinco crimes
Líderes partidários da esquerda comemoram a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e falam em vitória contra a anistia para presos por atos antidemocráticos e depredação dos prédios dos Poderes em 8 de janeiro de 2023. As declarações aconteceram durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 19, na Câmara dos Deputados. Assim, o PT também aproveitou e falou sobre o assunto.
O deputado federal e líder do governo na Câmara, Lindbergh Faria (PT/RJ), afirmou ter ficado assombrado com as provas reveladas na denúncia. “Os fatos aqui são gravíssimos, essa é uma das páginas mais tristes da história desse país”, disse. “É para chocar o país.”
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“Não é uma questão de disputa política ou vingança. O que houve é muito sério. Tem a ver com democracia e com o fortalecimento das nossas instituições”, concluiu o deputado.
A deputada e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann (PT-PR), defendeu que a denúncia da PGR “coloca por terra” a campanha da oposição no Congresso Nacional a favor da anistia “Não tem anistia para nenhum deles e nem para aqueles que se envolveram no 8 de janeiro.”
“Essa denúncia da PGR expõe minuciosamente todo o processo que se desenhou desde março de 2021 até 8 de janeiro para que o golpe acontecesse… E é interessante que os atores deixam gravado em todos os momentos os passos que tomaram, seja por bilhetes, por mensagens de Whatsapp ou por áudios que foram gravados e fica claro, a intenção era não deixar Lula ser presidente do Brasil.”
Para o líder do PSB na Câmara, Pedro Campos (PSB-PE), não há o que ser comemorado na denúncia contra o ex-presidente, uma vez que a ação é resultado de ataques à democracia. “A gente viu com profundo pesar um presidente que se elegeu dizendo que seria o povo acima de tudo e Deus acima de todos, terminar seu mandato com poder acima de tudo e eu acima de todos, quando quis rasgar a nossa constituição.”
Na denúncia divulgada ontem, 18, o ex-presidente foi acusado de cinco crimes: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A pena máxima, caso seja condenado, pode chegar a 46 anos de prisão. Outras 33 pessoas também foram indicadas, incluindo autoridades do governo de Bolsonaro.
