Em nota, defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro se disse surpresa com relatório e negou, novamente, o descumprimento das medidas cautelares
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou, na madrugada desta quinta-feira (21), sobre o relatório da Polícia Federal divulgado na noite de quarta-feira (20). Por meio de seu perfil oficial no X (antigo Twitter), ele negou que sua atuação dos Estados Unidos tivesse como objetivo “interferir em qualquer processo em curso no Brasil”.
Segundo o parlamentear, na verdade, as articulações com político americanos tinham como missão restabelecer as “liberdade individuais no pais” por meio da aprovação do projeto de anistia, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.
“Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. Sempre deixei claro que meu pleito é pelo restabelecimento das liberdades individuais no país, por meio da via legislativa, com foco no projeto de anistia que tramita no Congresso Nacional”, escreveu em suas redes. “Se o meu ‘crime’ for lutar contra a ditadura brasileira, declaro-me culpado de antemão”.
Eduardo também afirmou que é “lamentável e vergonhoso” que as autoridades policiais estejam tratando como crime conversas “absolutamente normais” entre pai e filho. Para ele, os crimes investigados pela PF são “delirantes”.
“Causa espanto que a Polícia Federal (PF) aponte supostos partícipes de um crime absolutamente delirante, mas não identifique os autores. Se a tese da PF é de que haveria intenção de influenciar políticas de governo, o poder de decisão não estava em minhas mãos, mas sim em autoridades americanas, como o presidente Donald Trump, o Secretário Marco Rubio ou o Secretário do Tesouro Scott Bessent. Por que, então, a PF não os incluiu como autores? Omissão? Falta de coragem? […] É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados. O objetivo é evidente: não se trata de justiça, mas de provocar desgaste político”, disse Eduardo Bolsonaro.
Em outra publicação, o deputado acusou as autoridades de vazarem seu número de telefone por meio do relatório, resultando no recebimento de diversas mensagens.
Na tarde desta quinta-feira (21), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro também se manifestou sobre o documento, que concluiu que pai e filho agiram juntos, em conluio, para coagir o Poder Judiciário durante o andamento do processo que apura a tentativa de golpe de Estado de 2022.
“A defesa do Presidente Bolsonaro recebeu com surpresa, na data de ontem, a decisão de seu formal indiciamento pela Polícia Federal”, afirmaram os advogados. “Os elementos apontados na decisão serão devidamente esclarecidos dentro do prazo assinado pelo Ministro relator, observando-se, desde logo, que jamais houve o descumprimento de qualquer medida cautelar previamente imposta.”
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o início de agosto por violar as medidas restritivas que o proibiam de usar as redes sociais próprias ou por meio de terceiros.