Na sua manifestação, o procurador-geral entendeu que esse núcleo estimulou bolsonaristas a irem para frente dos quartéis e invadirem prédios
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se manifestou a favor da condenação dos sete réus do chamado “Núcleo da Desinformação”, que usaram redes e estrutura do Estado para disseminar mentiras sobre o sistema eleitoral – as urnas eletrônicas – e por insuflarem a população a ir para as ruas a favor de um golpe que impedisse a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Esse núcleo é o segundo a ser julgado, após a turma principal ter sido condenada, onde estão Jair Bolsonaro, vários generais e civis, oito ao todo. Entre estes sete réus tem major, coronel, tenente-coronel, subtenente, um agenda da Polícia Federal e um civil. Eles respondem pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O Núcleo 4, composto de sete réus acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por golpe de Estado, é o segundo a ser julgado pelo STF. Segundo a denúncia, eles seriam responsáveis por espalhar notícias falsas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e atacar instituições e autoridades. Todos respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
“No caso destes réus, a campanha de desinformação criminosa ficou clara que levou ao desfecho violento do 8 de janeiro. Foi por meio deles que a organização criminosa elaborou e disseminou narrativas falsas contra o processo eleitoral, dando impulso a instabilidade social e ruptura institucional”, afirmou Gonet no seu voto.
Integram esse grupo de réus: Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército; Ângelo Denicoli, major da reserva do Exército; Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal ; Giancarlo Rodrigues, subtenente do Exército; Guilherme Almeida, tenente-coronel do Exército; Marcelo Bormevet, agente da Polícia Federal , e Reginaldo Abreu, coronel do Exército.
A sessão desta terça-feira marcou a estreia do ministro Flávio Dino na presidência da Primeira Turma do STF. Em comparação com o julgamento do núcleo principal, o dos acusados de desinformação não causa tanto clamor e o plenário estava mais vazio, assim como o esquema de segurança.