Foto: Rogério Santana /Governo do Estado do Rio de Janeiro EXLUSIVO MYNEWS

‘Gratificação Faroeste’: Alerj deve manter medida mesmo com veto de Cláudio Castro

Mesmo com a recusa, a Câmara dos Deputados pretende manter a bonificação para os policiais do estado, existente na década de 1990.

Nesta segunda-feira (06), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que pretende vetar a chamada “gratificação faroeste”, emenda aprovada pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) ao projeto de reestruturação do quadro permanente da Polícia Civil. O retorno desse tipo de benefício aos policiais gera polêmica entre os parlamentares e é malvisto por especialistas em segurança pública.

Em entrevista exclusiva ao canal MyNews, o relator da proposta, deputado Alexandre Knoploch (PL-RJ), defendeu a gratificação. Ele também atua na CPI das Câmeras, que investiga uma nova modalidade de roubo de veículos no Rio de Janeiro. Segundo o parlamentar, o pagamento é necessário para reconhecer o trabalho dos policiais e as dificuldades que enfrentam nas ruas do estado.

“Vamos derrubar o veto, inicialmente, mas também devemos discutir novas propostas para a medida”, afirmou o deputado e autor da nova lei da gratificação nesta segunda-feira (06) para o MyNews.

Por outro lado, mesmo sendo do partido de Knoploch, Cláudio Castro discorda da medida

“Como funciona o processo pela Assembleia, eu mando para as secretarias para emitirem pareceres. Ainda não chegaram os pareceres. Mas há uma regra, e essa regra dificilmente a gente vai conseguir romper, sendo uma gratificação para não ferir o regime de recuperação fiscal. Então, não só essa (emenda), mas qualquer outra provavelmente deverá ser vetada. E essa deverá seguir o mesmo caminho”, disse o governador durante a inauguração da primeira Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) no bairro da Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.

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O que diz a proposta da ‘gratificação faroeste’

Os deputados que defendem o retorno do benefício que durou três anos na década de 1990 propõem que os agentes recebam entre 10% e 150% do salário ao apreender armas de grande calibre ou “neutralizar” criminosos em operações. Na prática, o termo é entendido como matar suspeitos em confronto.

O governo estadual ainda aguarda pareceres técnicos das secretarias antes de decidir, mas Castro já indicou que deve vetar a volta da gratificação.

Medida pode seguir mesmo com veto de Castro

Contudo, a medida pode ser mantida pelos parlamentares mesmo com o veto do governador. Deputados que defendem a proposta afirmam que a gratificação terá um fundo próprio e não deve gerar impacto para o Estado. No entanto, o caso ainda será avaliado por todos os lados.