Foto: Cesar Bruneli / ACSP 
                                                    Em palestra na ACSP, Eduardo Leite defendeu a integração na segurança pública, a reconstrução sustentável do Rio Grande do Sul e a necessidade de o Brasil superar a polarização política com novas lideranças.
O governador do Rio Grande o Sul, Eduardo Leite, apresentou nesta segunda-feira (03/11) uma palestra na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), onde falou sobre a reconstrução do estado após a tragédia climática de 2024 e também detalhou as estratégias utilizadas pela sua administração para reduzir os índices de criminalidade. O governador também analisou o quadro político nacional e a disputa presidencial de 2026. Ele defendeu a necessidade de despolarizar e desradicalizar o país, afirmando que o PSD, partido ao qual pertence, representa uma alternativa concreta à atual polarização entre PT e bolsonarismo. “É importante buscar uma alternativa para os brasileiros em relação à polarização que aí está. O PSD é uma alternativa real, e vou trabalhar para que isso se confirme”.
Sobre a sua possível candidatura à presidência da república, o governador ressaltou que faz política com sentido de serviço. “O serviço que entendo que o Brasil precisa é justamente a gente trabalhar sem vaidade, sem atendimento a projetos pessoais, mas sim de um projeto nacional. Mas, insisto, a experiência que trago, tendo sido prefeito de Pelotas, governador do Rio Grande do Sul duas vezes, enfrentando crises, dificuldades, superando desafios, me faz sentir em condições de liderar um processo nacional. Mas a definição vai acontecer mais à frente, no momento certo.”
Leite também comentou os resultados expressivos na redução da criminalidade. Segundo ele, desde a implementação do programa RS Seguro, o estado registrou queda de mais de 50% nos homicídios, 80% nos roubos a pedestres e 90% nos roubos de veículos. O êxito do programa, de acordo com Leite, se deve à integração efetiva entre as forças policiais, com rotinas de acompanhamento e reuniões lideradas diretamente por ele, e não apenas à criação de leis ou diretrizes formais. “Integração não é mandar integrar, é rotina e confiança entre as partes”, destacou. Ele frisou que o modelo de gestão é baseado em encontros regulares, monitoramento de indicadores e uso de inteligência para o enfrentamento ao crime organizado, priorizando tanto o combate às lideranças criminosas quanto o enfrentamento das ocupações territoriais em áreas vulneráveis.
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Comentando os recentes episódios de violência no Rio de Janeiro, Leite afirmou que a segurança pública precisa ser prioridade nacional, com liderança direta do presidente da República. Ele criticou a dependência da aprovação da PEC da Segurança como condição para ação federal.
“Não é a lei que cria integração, e sim um ambiente de confiança e rotina entre governadores, prefeitos e instituições”, disse. Para ele, a articulação nacional é indispensável diante da dimensão do crime organizado no país.
Ao comentar a reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024, Leite destacou que o Estado recuperou a capacidade de investimento e organização fiscal após anos de crise. “Quando assumimos, o Estado não conseguia pagar salários em dia, tinha déficits recorrentes e atrasava fornecedores. Fizemos um grande ajuste fiscal e hoje pagamos tudo em dia, com o maior volume de investimentos da história recente”, afirmou.
Ele explicou que, após a tragédia climática, foi criado o Plano Rio Grande, em parceria com o governo federal e os municípios, com foco em resiliência e prevenção a novos desastres. “Não é reconstruir como era antes, é fazer diferente, com novas soluções que resistam a futuros eventos climáticos”, disse. Leite afirmou que o Estado já retomou parte da normalidade, mas que “a reconstrução completa ainda levará tempo”.
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