Lista oficial: 95% dos mortos eram do Comando Vermelho Moradores observam e familiares tentam localizar corpos de alvos da operação Contenção, na praça da Penha | Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

Lista oficial: 95% dos mortos eram do Comando Vermelho

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Governo divulgou dados de todos os mortos e Castro afirmou ser “o início de um grande processo no país”

Em relação divulgada na noite deste domingo, o governo do Rio informou que 95% de 115 mortos na operação de terça e agora identificados pertenciam ao Comando Vermelho. E que mais da metade deles, 54% eram de outros estados.

Os dados são da Inteligência da Polícia Civil. Excluídos os quatro policiais, foram divulgados os perfis de 115 dos 117 mortos.

“A lista revela quem são os criminosos que resistiram às forças policiais e foram neutralizados. Mais de 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho e 54% eram de fora do estado. Apenas dois laudos resultaram em perícias inconclusivas”, diz nota do governo.

Segundo a nota, foram  identificados que 59 tinham mandados de prisão pendentes, pelo menos 97 apresentavam históricos criminais relevantes e, dos 17 que não apresentaram histórico criminal, 12 apresentaram indícios de participação no tráfico em suas redes sociais.

Os egressos de outros estados são 62 dos “neutralizados”. Até o momento, 19 do Pará, 9 do Amazonas, 12 da Bahia, 4 do Ceará, 2 da Paraíba, 1 do Maranhão, 9 de Goiás, 1 do Mato Grosso, 3 do Espírito Santo, 1 de São Paulo e 1 do Distrito Federal.

“A apuração concluída é o verdadeiro retrato do cenário que eu venho insistentemente falando. Foi um duro golpe na criminalidade. Entre os que morreram ao reagir à ação das forças policiais, havia diversos líderes criminosos. Inclusive de outros estados, como chefes do tráfico do Espírito Santo, Amazonas, Bahia e Goiás. Se não tiver uma integração efetiva de poderes e demais entes, sob a ótica e apoio federal, vamos vencer batalhas, mas não a guerra. Conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV) e enfrentar criminosos de alta periculosidade depende de ações unificadas e inteligentes. É o início de um grande processo no Brasil” – disse o governador Cláudio Castro.

O secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, os classifica como “narcoterroristas” e disse  que todos os resultados estão sendo documentados para garantir a transparência e legalidade da operação. Os relatórios estão sendo confeccionados e serão entregues aos órgãos competentes.

“Essa mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada. Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato”, afirmou Curi.

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