OMS alerta para casos de antraz na República Democrática do Congo Diretor-Geral da OMS, Tedros Ghebreysus | Foto: Reprodução/X(Twitter) INFECÇÃO BACTERIANA

OMS alerta para casos de antraz na República Democrática do Congo

A bactéria Bacillus anthracis pode ser transmitida a seres humanos direta ou indiretamente por animais ou produtos de origem animal contaminados

A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu, na semana passada, um alerta sobre um surto de antraz na República Democrática do Congo. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), foram notificados pelo menos 16 casos suspeitos da doença, e uma morte foi registrada.

Leia mais: O Canadá votaria Democrata

Autoridades locais informaram que o surto foi registrado na província de Kivu do Norte, no leste do país, que já é alvo de conflitos violentos entre tropas do governo e rebeldes. Os casos estão concentrados em quatro áreas do Lago Eduardo, na fronteira com Uganda.

Do lado ugandense da fronteira, sete casos suspeitos foram notificados no oeste do distrito de Kabale.

A doença

A infecção bacteriana, que afeta principalmente animais, pode ser transmitida a seres humanos direta ou indiretamente por animais ou produtos de origem animal contaminados.

Leia mais: Guerra na Ucrânia tem mais de 48 mil desaparecidos

Em seres humanos, o antraz geralmente não é considerado contagioso, embora haja notificações raras de contaminação entre pessoas.

A bactéria Bacillus anthracis produz toxinas extremamente potentes, causando alta taxa de letalidade.

Vacinação de rebanhos

Para conter o surto, a OMS autorizou nova campanha de vacinação em rebanhos, já que a doença afeta tipicamente ruminantes como vacas, ovelhas e cabras.

Leia mais: Amazonas e Pará registram casos de mpox

Agentes de saúde buscam entender a fonte do surto no país e como têm funcionado as cadeias de transmissão, além de fornecer medicamentos e tratamentos a pessoas infectadas e seus contatos próximos.

Atualmente, existem vacinas contra o antraz para animais e também para humanos. Doses veterinárias são usadas para o controle da doença em animais, enquanto o estoque de vacinas humanas é limitado e utilizado em indivíduos selecionados com possível exposição.

Disseminação

De acordo com a OMS, quando os esporos de antraz são ingeridos, inalados ou entram no corpo por meio de abrasões ou cortes na pele, eles podem germinar, multiplicar-se e produzir toxinas.

Leia mais: Conheça os sintomas da endometriose e saiba como tratar

Insetos podem transmitir a bactéria entre animais. Já a ração animal pode ser contaminada por antraz se contiver farinha de ossos de animais infectados.

Humanos, por sua vez, podem ser infectados se manusearem ou estiverem envolvidos no abate de um animal doente, ou se estiverem em contato com produtos de origem animal contaminados (como carne, sangue, lã, couro, ossos).

Sintomas

Existem três formas de manifestação clínica do antraz em humanos, sendo que o cutâneo é a forma mais comum.

Geralmente, a bactéria é contraída quando uma pessoa com uma lesão na pele, como um corte ou uma abrasão, entra em contato direto com esporos de antraz. A protuberância resultante, que coça, rapidamente se transforma em uma ferida preta.

Algumas pessoas então desenvolvem dores de cabeça, dores musculares, febre e vômitos.

Leia mais: Entenda impactos do diagnóstico tardio de TEA em adultos

O antraz gastrointestinal é resultado da ingestão de carne de um animal infectado e causa sintomas iniciais semelhantes aos de uma intoxicação alimentar, que podem piorar e causar dor abdominal intensa, vômito com sangue e diarreia intensa.

A forma mais grave e rara de antraz em humanos é o chamada antraz por inalação ou antraz pulmonar, causada quando uma pessoa é exposta diretamente a um grande número de esporos de antraz suspensos no ar e os inala.

Os primeiros sintomas são semelhantes aos de um resfriado comum, mas podem progredir rapidamente para dificuldades respiratórias graves e choque.

Clique neste link e seja membro do MyNews — ser inscrito é bom, mas ser membro é exclusivo!

Relacionados