Mesmo com público abaixo do esperado nas mobilizações, os atos bolsonaristas não deixaram de mostrar a força desse grupo político e seu seguidores nas ruas. Nas redes, não foi diferente. Ontem, um movimento digital de forte conotação política tomou conta, estimulado por palavras de ordem como “liberdade”, “Deus” e “pátria”, em perfis ligados à base […]
Mesmo com público abaixo do esperado nas mobilizações, os atos bolsonaristas não deixaram de mostrar a força desse grupo político e seu seguidores nas ruas. Nas redes, não foi diferente. Ontem, um movimento digital de forte conotação política tomou conta, estimulado por palavras de ordem como “liberdade”, “Deus” e “pátria”, em perfis ligados à base bolsonarista, do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Levantamento digital da Ativaweb, capturou mais de 3,4 milhões de menções públicas até as 17h, mapeando as principais lideranças digitais, os núcleos de engajamento e a distribuição por capitais.
As hashtags mais utilizadas no movimento demonstram a organização discursiva e o forte apelo
simbólico da mobilização. Entre as principais estão:
#BrasilAcimaDeTudo, #ForaLula, #ForaMoraes, #AnistiaJá, #OGiganteAcordou, #PovoNasRuas
O levantamento da Ativaweb revelou que as capitais brasileiras mais mobilizadas nas redes sociais
durante o movimento de 3 de agosto foram:
São Paulo (SP) – liderou o ranking com cerca de 326 mil menções, confirmando sua posição como o
maior polo de engajamento digital do país.
Rio de Janeiro (RJ) – ficou em segundo lugar, com aproximadamente 294 mil menções, reforçando a
força simbólica do conservadorismo no Sudeste.
Brasília (DF) – apareceu em terceiro lugar, com cerca de 278 mil menções, refletindo a centralidade
da capital federal na mobilização política nacional.
O publicitário e analista de dados digitais Alek Maracajá, CEO da Ativaweb, diz que a alta concentração de menções em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília revela não apenas otamanho da audiência dessas capitais, mas sua centralidade na disputa digital entre as forças políticas do país.
“A mobilização contou com atuação articulada de perfis conservadores, influenciadores políticos e parlamentares alinhados à oposição. A presença intensa nas redes, mesmo fora de um ciclo eleitoral, confirma que os ambientes digitais permanecem como epicentro da resistência simbólica e da organização discursiva da base conservadora”, conclui Maracajá.
“A mobilização bolsonarista continua forte nos centros urbanos mais populosos, onde a disputa simbólica pelas redes é estratégica”.
Em relação a análise de sentimento as postagens públicas revelaram que 65,7% com sentimento positivo em relação ao movimento (exaltação, apoio, convocação), 21,8% com sentimento negativo (críticas, denúncias, oposição) e 12,5% classificadas como neutras (registros factuais ou informativos)
“O movimento de 3 de agosto funcionou como uma ação coordenada de reocupação simbólica dos espaços digitais por parte da militância bolsonarista. Com mais de 3,4 milhões de interações públicas, o evento confirma que o ativismo conservador permanece digitalmente ativo, com capacidade de organização e engajamento em massa”. explica o especialista.
“Embora ainda restrito a bolhas ideológicas específicas, o movimento demonstrou alto poder de amplificação, impulsionado por hashtags estratégicas e um vocabulário de pertencimento coletivo. A concentração em grandes capitais evidencia uma tática de visibilidade territorial para tensionar o debate público”.