Governo Lula não tem marca e está submisso ao Congresso Presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (à esquerda), presidente da República, Lula da Silva (ao centro), e presidente do Senado, Davi Alcolumbre (à direita) | Fotos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados/Reprodução/Redes SociaisMarcos Oliveira/Agência Senado SEGUNDA CHAMADA

Governo Lula não tem marca e está submisso ao Congresso

Para o cientista político Rodrigo Prando, hoje o Brasil vive um “presidencialismo de submissão”, em que o Legislativo detém cada vez mais poder

O Brasil vive, hoje, um “presidencialismo de submissão” porque o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não é mais atrativo para o Congresso Nacional. Foi o que afirmou o cientista político Rodrigo Prando, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, durante participação no Segunda Chamada desta sexta-feira (27). Para ele, com os deputados e senadores se apoderando, de forma pouco transparente, do orçamento público por meio das emendas parlamentares, Lula está completamente submisso ao Poder Legislativo.

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Na visão de Prando, o terceiro mandato de Lula, embora já se encaminhando para o final, não conseguiu consolidar uma marca como os governos anteriores, podendo ser um dos fatores que levou Lula a perder parte de seu espaço político para o Congresso.

“Se a gente pegar o Fernando Henrique, ele teve uma marca: o controle da hiperinflação e a estabilidade econômica. O primeiro e o segundo mandato do Lula é inegável a diminuição da extrema pobreza, o incremento da classe média e a consolidação de programas sociais. Dilma Rousseff, no primeiro e no segundo mandato, o que ficou foi o impeachment, não teve marca. Bolsonaro […] atacou as instituições e a democracia”, explicou. “Qual é a marca do Lula 3? Então, ele não tem.”

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A verdade é que o atual presidente tem encontrado dificuldades para governar frente às consecutivas derrotas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Na quarta-feira (25), por exemplo, a aprovação do projeto que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), proposto pelo governo federal para aumentar as arrecadações, revelou uma série de insatisfação dos parlamentares com o Palácio do Planalto.

No entanto, a fragilidade na relação entre Executivo e Legislativo já havia sido escancarada em abril, quando o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA), líder da bancada do União Brasil na Câmara, recusou o convite de Lula para assumir o Ministério das Comunicações no lugar de Juscelino Filho. O ex-presidente da Telebrás Frederico Siqueira Filho assumiu o cargo por indicação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

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Assista abaixo ao Segunda Chamada de sexta-feira (27):

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