Alckmin discute tarifa de 50% com empresários: ‘Muito injusta’ Geraldo Alckmin se reúne para discutir tarifaço de Trump | Foto: Júlio César Silva/MDIC

Alckmin discute tarifa de 50% com empresários: ‘Muito injusta’

‘É totalmente incompreensível essa decisão da tarifa’, disse o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira, 15, ser “totalmente incompreensível” a decisão do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, em impor tarifa de 50% sobre os produtos importados do Brasil e que a medida é “muito injusta”.

A declaração foi dada depois de uma reunião com empresários de setores industriais afetados pelo tarifaço. “Trouxe a mensagem do presidente Lula do empenho do governo para rever esta situação. E o que nós ouvimos aqui é negociação, ou seja, um empenho para rever. O que coincide com a proposta do governo brasileiro e do presidente Lula”, disse o ministro.

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Alckmin destacou que, de janeiro a junho deste ano, as exportações do Brasil para os Estados Unidos aumentaram 4,37% e dos Estados Unidos para o Brasil, 11 ,48%. “É totalmente incompreensível essa decisão da tarifa e aí a união de todos nós para reverter”, disse, ao lado de representantes da indústria.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, destacou não fazer nenhum sentido os produtos brasileiros saírem do piso para o teto das tarifas dos EUA sem nenhuma motivação econômica. “É óbvio que nós acreditamos que isso vai ser resolvido”, declarou.

“O que temos aqui é um verdadeiro ‘perde -perde’ e não faz sentido de forma nenhuma, nem econômica, nem social, nem geopolítica, nem política, um ‘perde -perde'”, disse o empresário, que continuou: “Temos que trabalhar para que isso seja possível ser contornado”, afirmou o empresário.

Alban afirmou que o país não pretende ser reativo intempestivamente. “O que nós entendemos dessa reunião é que o Brasil não se precipitará de forma nenhuma em medidas de retaliações para que elas não sejam interpretadas como simplesmente uma disputa. O que nós queremos é o entendimento”.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Josué Alencar foi na mesma linha de Alckmin e Alban e disse ter “absoluta confiança” que os mais de 200 anos de boas relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos “não vai ser romper dessa maneira”.

“Temos, e isso foi reiterada na reunião por todos os setores que puderam se expressar, confiança absoluta na capacidade negociadora do Ministério das Relações Exteriores e do MDIC que estão à frente dessas negociações e, obviamente, vamos dar todo suporte, todo o apoio para que o Brasil chegue a um entendimento em benefício das populações brasileiras e americanas”, pontuou.

À tarde, Geraldo Alckmin se encontrou com representantes do agronegócio, um dos setores mais duramente afetados pela tarifa de 50%. As reuniões desta terça fazem parte do “Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais”, criado por decreto pelo presidente Lula.

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