Antifacção: Motta, direita e governadores podem derrotar governo Governadores da direita, após encontro com Motta, na Câmara, semana passada | Foto: Evandro Éboli/MyNews

Antifacção: Motta, direita e governadores podem derrotar governo

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Grupo da direita desiste de adiar votação e agora quer derrotar governo e desfigurar PL Antifacção, enviado por Lula ao Congresso

Uma súbita mobilização que envolve a direita, o presidente da Câmara, Hugo Motta, o relator Guilherme serrite (PP-SP) e os governadores desse grupo político pode levar a uma derrota do governo amanhã, caso seja votado no plenário o projeto que endurece o combate ao crime organizado.

Líderes da oposição, caso de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), estão conversando com Motta, Derrite e os governadores e querem agora votar o texto rapidamente, ainda nesta terça. Na semana passada, alguns deles anunciaram que desejavam adiar por pelo menos 30 dias a votação, casos de Cláudio Castro (Rio), Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Celina Leão (Distrito Federal).

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O líder do PL chegou nesta tarde em Brasília anunciando que esteve com Castro e conversou com Motta e Derrite. E vão apresentar uma emenda para voltar no texto do relator a equiparação de organizações criminosa com grupos terroristas, o que o governo Lula não quer.

“Caso o relator não inclua o terrorismo de volta, vamos apresentar esse destaque e tentar aprová-lo”, disse Sóstenes, que, na semana passada, estava irredutível quanto à votação agora desse projeto. Foi perguntado sobre o que mudou:

“Soube que o governo está com urgência em votar. Então, tudo bem. Vamos votar. Por mim, discutiríamos mais duas semanas”, disse.

Na semana passada, o líder do PL desdenhou até do nome da proposta, batizada de Marco Legal do Crime Organizado, e que não adiantaria votar às pressas agora e depois ter que fazer um “remendo” no texto.

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O líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o governo vai fazer tudo para derrotar essa associação do crime ao terrorismo e que, se isso for aprovado, o país vai tomar um prejuízo, além dos riscos de interferência externa no país.

O petista defendeu que Derrite seja destituído da relatoria.

“Não pode ser aprovado essa mudança. Falei com o ministro Haddad (Fazenda). A ideia de incluir terrorismo no texto vai trazer prejuízos. O relator Derrite perdeu as condições de seguir na relatoria do PL Antifacção. Diante de um relatório que acumula erros conceituais, vícios constitucionais, insegurança jurídica, impacto financeiro severo, não há conciliação possível”, disse Lindbergh, que defende o adiamento da votação.

“A única solução responsável é adiar a votação e trocar imediatamente o relator, com um nome de consenso, retomando o texto técnico do governo. O país não pode enfrentar organizações criminosas com improviso legislativo. O estrago nas finanças da segurança é ainda maior: o Ministério da Justiça estima prejuízo de R$ 360 milhões aos fundos federais, atingindo Funad, Funapol, FNSP e Funpen, que hoje são abastecidos pelos bens confiscados do crime organizado”, afirmou o petista.

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