Áudios e cerco da PF derrubam Malafaia, que despenca nas redes Ambiente digital reagiu de forma negativa a Silas Malafaia após episódios da semana passada | Foto: Marcos Corrêa/PR ATIVAWEB/EXCLUSIVO

Áudios e cerco da PF derrubam Malafaia, que despenca nas redes

Análise de 16,4 milhões de menções ao pastor, entre 15 e 23 de agosto, mostrou que 71% dessas referências foram negativas, críticas a ele

O desgaste enfrentado pelo pastor Silas Malafaia na semana passada foi sentido de imediato nas redes sociais, que reagiram quase que de forma instantânea. O ambiente digital o desfavoreceu após a turbulência que viveu na semana passada: áudios com palavrões, manipulação sobre Jair Bolsonaro, busca e apreensão pela Polícia Federal e sua retenção, e de seu passaporte, no Galeão, para depor.

Levantamento exclusivo da Ativaweb Inteligência Digital para o MyNews revela que Silas Malafaia sofreu um baque nas redes e mergulhou na sua maior crise digital, nas palavras do publicitário Alek Maracajá, analista desse universo e CEO da empresa. Uma análise de 16,4 milhões de menções, entre 15 e 23 de agosto, ontem, mostrou que 71% dessas referências foram negativas, críticas a ele.

Essa apuração da Ativaweb ocorreu após a abertura da investigação pela Polícia Federal e a reação nas redes “foi majoritariamente hostil e irônica, deixando o líder religioso exposto como nunca antes”, relata Maracajá.

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Depois de depor na PF, na verdade ele ficou em silêncio, Malafaia deu uma entrevista que fez os mais duros ataques ao ministro Alexandre de Moraes, um alvo preferido do pastor. O levantamento mostrou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) é citado em 88% dos conteúdos do líder religioso, como uma figura antagonista e em termos como “ditador de toga” e outros adjetivos ofensivos.

“Na gestão de crises, muitas vezes é necessário sair do foco para reduzir danos; ao insistir no embate direto, Malafaia colocou mais combustível no incêndio digital que consome sua própria imagem”, analisa o especialista da Ativaweb.

O estudo aponta ainda que Malafaia obteve o apoio de 19% das menções, algo restrito ao núcleo evangélico-bolsonarista, sem transbordar para públicos moderados, nas palavras de Maracajá.

“Embora ainda tenha relevância, o estudo mostra que Malafaia não tem domínio sobre o povo evangélico como um todo. Sua influência é forte em nichos, mas não hegemônica: outros líderes possuem maior capilaridade e perfis de peso, como Nikolas Ferreira, permaneceram em silêncio durante a crise, revelando o isolamento do pastor como porta-voz”.

Outros achados da Ativaweb mostram que: a maioria das menções atacou sua credibilidade moral (“mentiroso” e outras referências), questionou sua legitimidade religiosa (“lobo em pele de cordeiro”) e ironizou seu estilo oratório (“grito, arrogante”); 10% de ironias e deboches: memes e rótulos virais como “rabo preso”.

O mapa digital reforça que a crise repercutiu nacionalmente, mas com concentração em grandes centros urbanos e capitais evangélicas: São Paulo (24,3%), Rio (19,7%) e Minas (11,6%) lideraram as menções, seguidos por Bahia (8,9%), Paraná (6,8%) e Pernambuco (5,4%).

Em duas frases, Maracajá resume a dupla fragilidade de Malafaia após esses episódios da semana passada:

“Como figura pública, com rejeição ampla, massiva e duradoura. Como liderança religiosa, ao ver exposta sua limitação como representante nacional dos evangélicos”

 

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