Prisão, anistia e sucessão: a direita em xeque após Bolsonaro — Foto: Ton Molina/STF/09-06-2025 Datafolha

Prisão, anistia e sucessão: a direita em xeque após Bolsonaro

Metade da população quer Bolsonaro preso, segundo DataFolha. Outros 43% são contra a prisão do ex-presidente

Você quer Bolsonaro preso?

Metade da população brasileira quer. É o que mostra o Datafolha: 50% dos entrevistados defendem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses pelo STF por tentativa de golpe de Estado e crimes correlatos. Outros 43% são contra. Mas o que esses números realmente significam no jogo político?

Para muitos políticos, ainda é cedo para dizer. Estamos na fase emocional, em que a opinião pública reage mais ao impacto do momento do que às consequências de longo prazo de Bolsonaro preso. Só depois de um tempo, quando a poeira assentar, será possível avaliar com mais clareza os desdobramentos desse cenário. Tem que esperar decantar.

Por enquanto o que os números mostram é que a polarização permanece e a sociedade dividida.

O segundo capítulo já está em curso: a batalha da anistia. E aqui há combustível para movimentos políticos explosivos. A primeira fagulha vem do governador Tarcísio de Freitas, que era visto como uma alternativa a direita, mas começa a se desgastar entre apoiadores.

Sua defesa enfática de Bolsonaro é vista como exagerada, e alguns setores da direita já buscam alternativas. Nesse contexto, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, desponta como nome mais pragmático, com potencial de ocupar espaço nesse eleitorado órfão.

O Datafolha mostra que a sociedade segue dividida, mas a política, como sempre, corre em paralelo. E nesse paralelo, a prisão de Bolsonaro talvez seja apenas o primeiro ato de uma trama que ainda vai render muitos capítulos.

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