Empresário diz ser vítima de “narrativa fantasiosa”, afirma jamais ser um “Careca do INSS” e contratou advogado de Chiquinho Brazão.
A CPMI do INSS ouve nesta quinta-feira o depoimento do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, figura central na investigação sobre o esquema de desvio de recursos de aposentados via entidades associativas. Sua presença é uma das mais aguardadas e estará no centro da disputa entre oposição e governo.
O início da sessão foi de confusão. Garantido por um hábeas-corpus, Antunes tem o direito de ficar calado e não se comprometer juridicamente. O investigado se recusou a responder as perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), o que gerou bate-boca. O empresário se negou a responder ao relator por ter sido chamado por Gaspar de “ladrão” em outra ocasião.
“Ele já me julgou e condenou”, afirmou o depoente.
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O advogado do “Careca do INSS”, Cleber Lopes de Oliveira – que atua na defesa do deputado cassado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) -, discutiu com o deputado Zé Trovão (PL-SC), veja o vídeo nas redes do Canal MyNews.
Depois, Careca começou a responder perguntas de outros parlamentares, negou qualquer ato de corrupção, chamou de “narrativa fantasiosa” e que, como empresário, atua em várias frentes e tem empresas também nos Estados Unidos, Colômbia e Portugal.
E disse:
“Nunca fui e jamais serei esse Careca do INSS”.
Alfredo Gaspar atacou duramente o depoente, e disse que, se no Brasil existisse penas de morte ou prisão perpétua, ele seria um indicado para cumprir uma destas penas.
“Se tivesse pena de morte ou prisão perpétua no Brasil, o senhor seria candidato seriamente a ser indicado. Pelo o que o senhor fez com milhões de brasileiros. O senhor está blindado por seus padrinhos políticos”, disse o relator.
No depoimento, o empresário confirmou que fez uma doação de R$ 1 para a campanha de Jair Bolsonaro, mas negou ter contrato com governos, quais quer que sejam.
Antunes negou ainda que seja dono de uma Ferrari, cujo modelo de carro foi divulgado na investigação da Polícia Federal.
Na sessão, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) questionou o empresário se ele aceitaria fazer uma colaboração premiada. Ele respondeu não ter interesse em usar desse expediente.
“Senadora, criaram um personagem fictício, que não sou eu. Não cogito colaborar, não tenho nada a falar. Minha relação é privada. Vendo produto e vou atrás de cliente em mercado. Não teria como fazer essa colaboração. Não tenho nada a colaborar”.
E afirmou ainda que nunca teve “penetração em governo algum”.