Essa ação demonstra mais uma vez o alinhamento quase em tempo real entre Gonet e Moraes; do pedido do procurador-geral a abertura de investigação pelo ministro passaram-se algumas horas
Do pedido do procurador-geral Paulo Gonet a abertura de investigação pelo ministro Alexandre de Moraes passaram-se algumas horas. O caso referido envolve a atuação e conduta de Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado, nos Estados Unidos. De lá, o filho de Jair Bolsonaro tem instigado e pregado contra autoridades brasileiras.
Essa ação demonstra mais uma vez o alinhamento quase em tempo real entre Gonet e Moraes. A condução do procurador-geral ao cargo, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estava atrelada praticamente a um compromisso, ainda que informal, de sua atuação enérgica contra os golpistas do passado recente, que culminou no 8 de janeiro de 2023.
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No caso de Eduardo, o advogado Guilherme Barcelos, especialista em Direito Constitucional, viu excessos do procurador-geral. De antemão, deixa claro que não é admirador do modo de agir do filho do ex-presidente, mas entende que houve uma ação desproporcional no pedido de Gonet. Para ele, foi usado um “canhão para atirar num colibri”.
Sobre a “dobradinha” entre Gonet e Moraes, Barcelos concorda que há um “alinhamento estreito” entre o PGR e o relator, o que o inquieta.
“Isso para mim é motivo de inquietação. Em um estado democrático de direito que se preze precisa necessariamente, no âmbito de um processo penal, ter uma efetiva separação entre quem investiga e acusa e quem julga”, afirmou Guilherme Barcelos ao MyNews.
O especialista, em resumo, diz que “não podemos ter a PGR como auxiliar da magistratura e, tampouco, a magistratura como um braço da acusação”.