Julgamento no Supremo também estava dividindo a atenção dos parlamentares bolsonaristas
A oposição ao governo Lula tem duas principais prioridades no Congresso Nacional: a anistia aos golpistas de 8 de janeiro e a CPI mista do INSS. A primeira pretende livrar a cara do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros condenados por golpe, a segunda é a aposta central para tentar desgastar o petista antes das eleições de 2026.
Até a última semana, o julgamento de Bolsonaro e dos outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe também estava dividindo a atenção destes parlamentares, mas o tema deve esfriar, já que ele foi condenado e, antes de ser preso em regime fechado, só faltam alguns embargos.
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O deputado Zucco (PL/RS), líder da oposição na Câmara, disse que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos/RB), optou por uma pauta consensual na semana de julgamento, mas que agora se comprometeu a analisar a questão da anistia, que, na visão dele, tem votos para ser aprovada pelos deputados.
A CPMI do INSS também é uma grande aposta dos bolsonaristas no Congresso Nacional, o colegiado é presidido e relatado por dois bolsonaristas: Carlos Viana (Podemos/MG) e Alfredo Gaspar (União Brasil/AL), respectivamente. Na sexta-feira 12 a prisão do chamado Careca do INSS ajudou que a condenação de Bolsonaro perdesse espaço no noticiário.
O depoimento do lobista está agendado para segunda-feira 15, a partir das 16h. Mesmo com a prisão, Viana informou que vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal liberação para o investigado falar à comissão.
“Ele já estava convocado, já tinha sido intimado pela Polícia Legislativa e eu espero que (o Supremo) mantenha a ida dele, para que possa prestar esclarecimentos de como conseguiu, com tanta facilidade, roubar a Previdência brasileira, quem são os servidores envolvidos e quem são os políticos que tenham favorecido”, disse.