Congresso Nacional, em Brasília, em noite de lua cheia | Foto: Wikipédia
Congresso
Deputadas mobilizam parlamentares no recesso para coletar assinaturas e fazer leitura do requerimento em fevereiro
Haverá muito mais fogos na política em Brasília do que em qualquer orla do litoral. A temperatura na capital federal disparou neste sábado (27/12). A “musa” deste verão já tem nome: a CPMI do Banco Master. As deputadas Heloísa Helena (Rede-RJ) e Fernanda Melchionna (PSOL-RS) protocolaram o pedido de abertura da CPMI neste sábado. Elas prometem trabalhar arduamente em plena virada de ano. Ambas coletam assinaturas durante todo o recesso parlamentar. Elas querem garantir trabalho pesado aos colegas já na volta em fevereiro. Assim, os parlamentares lerão o requerimento logo na abertura das sessões. O plano não permite descanso até passar o sistema financeiro a limpo.
O texto mira uma rede complexa de crimes financeiros. Segundo as autoras, o esquema revela um submundo de promiscuidades institucionais. Heloísa Helena usou uma expressão forte do sertão para definir o tom da investigação:“As denúncias criam uma rede monstruosa de promiscuidades diversas… É nossa obrigação investigar. Cabe aqui a máxima do sertão: Quem for podre, que se quebre”, disparou a parlamentar.
Esta CPMI pode ser o “fio da meada”. Ao mirar o Banco Master a CPMI pode desvendar crimes contra pequenos investidores que cresceram nos últimos anos. A investigação busca conexões com blindagem patrimonial e lavagem de dinheiro. O caso guarda semelhanças com o Escândalo Petragold, no Rio de Janeiro. A série “A Grande Mentira“, do canal MyNews, detalhou bem essa e outras histórias.
A comissão foca em pontos sensíveis:
Fundos de Previdência: Prejuízos em mais de dez fundos de servidores estaduais.
Órgãos Reguladores: Possíveis omissões de quem deveria fiscalizar.
Agentes Públicos: Identificação de quem facilitou operações suspeitas.
A engrenagem da CPMI depende de matemática pura. O apoio precisa de formalização para a comissão funcionar no retorno do Congresso.
A Regra: Sem todas as assinaturas, o processo trava.
O Impasse: O requerimento não anda sem o apoio necessário.
O Risco: Se a mobilização falhar no verão, a investigação morre. Por isso, o empenho das deputadas na coleta de assinaturas mesmo durante o recesso.
Se instalada, a CPMI terá 120 dias para investigar os controladores do Banco Master. O prazo pode aumentar por mais 60 dias. Pelo ritmo da coleta de assinaturas agora, o verão de Brasília será escaldante.