Moradores observam e familiares tentam localizar corpos de alvos da operação Contenção, na praça da Penha | Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil
IDENTIFICADOS
Na primeira divulgação de nomes dos mortos, governo do Rio diz que 42 de 99 identificados tinham mandado criminal pendente
O governo do Rio divulgou os primeiros dados sobre as pessoas que morreram na Operação Contenção, a mais letal até hoje registrada. E a nota divulgada pelo governo do Rio classificou os mortos dessa relação como “neutralizados”. De 99 identificados, 78 tinham histórico criminal, informou o Estado.
Esse levantamento parcial, feito pela Polícia Civil, registra que, desses 78, de “histórico criminal relevante”, ao todo 42 estavam com mandados de prisão pendentes. Nesse histórico incluem homicídio e tráfico.
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Como se vinha anunciando, vários dos criminosos que atuam nessas localidades eram e outras regiões do país. Foram “neutralizados”: 13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, 1 da Paraíba, 4 de Goiás, 1 do Mato Grosso e 3 do Espírito Santo.
O próprio governador Cláudio Castro citou alguns desses nomes, de lideranças da organização: Russo, chefe do tráfico em Vitória; Chico Rato, chefe do tráfico em Manaus; Mazola, chefe do tráfico em Feira de Santana, na Bahia, e Fernando Henrique dos Santos, chefe do tráfico em Goiás.
O governador segue os classificando como “narcoterroristas” e afirmou que o resultado mostra que a investigação e a inteligência funcionaram.
“Tendo em vista estes resultados, a gente vê que o trabalho de investigação e inteligência foi adequada, todos perigosos e com ficha criminal. Também, pela identificação das origens desses narcoterroristas, reforço a importância da integração com os estados. Em breve, vamos entregar os relatórios completos da operação para as autoridades competentes” – disse Castro.
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O secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, deu uma estocada na ADPF das Favelas, que restringiram as ações das polícias nessas operações e atribui a essa decisão do STF o fortalecimento do crime organizado.
” Temos que fazer uma reflexão. Na verdade, é uma constatação do que a Polícia Civil há cinco anos, com o advento das restrições e limitações das operações policiais, implicaria no fortalecimento do crime organizado e no aumento das disputas territoriais, aumentos das barricadas. Além disso, as favelas se tornariam bases operacionais do crime organizado e um local convidativo para que lideranças de outros estados viessem para cá”.
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Sobre o Doca, a principal liderança do Comando Vermelho no complexo e que está foragido, Curi disse que ele deu ordem até para matar meninos em Belford Roxo por furto de gaiola de passarinho. E que o retorno da comunidade sobre a operação é “maravilhoso”.
“É um criminoso que deu a ordem para matar os meninos de Belford Roxo por causa de furto de uma gaiola de passarinho, ordenava execução de desafetos e moradores, impõe a lei do silêncio… Temos relatos que moradores não aguentam mais o Doca. O feedback que tivemos dessa operação por parte de moradores da comunidade foi maravilhoso, pediram mais. Prender o Doca é questão de tempo. Por um triz não prendemos o Doca. Mas a hora dele vai chegar”.
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