‘Não há coincidência nesse tipo de coisa’, disse ministro da Fazenda
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta segunda-feira, 11, que o governo dos Estados Unidos cancelou uma reunião marcada para a próxima quarta-feira em que ele discutiria o tarifaço com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent. Segundo o titular da Esplanada, o movimento foi articulado por “forças de extrema direita”.
“A militância antidiplomática dessas forças de extrema direita que atuam junto à Casa Branca teve conhecimento da minha fala, agiu junto a alguns assessores, e a reunião virtual que seria na quarta-feira foi desmarcada”, disse Haddad em entrevista a GloboNews. “Argumentaram falta de agenda. Uma situação bem inusitada. O que fica claro para nós é que a questão comercial não está em foco”, afirmou.
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Em um post em 30 de julho, depois do início das tratativas para o encontro com Haddad, Bessent escreveu que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes é “responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias que violam direitos humanos e processos politizados, inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”.
Na entrevista, Haddad disse que poucos dias depois de ter anunciado o encontro com o secretário do Tesouro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) falou publicamente que inibiria qualquer contato entre os governos brasileiro e americano. O ministro disse que ainda tentou remarcar o encontro junto à assessoria do secretário do Tesouro, mas não teve sucesso.
“Eduardo publicamente deu uma entrevista [dizendo] que ia procurar inibir esse tipo de contato entre os dois governos. E, depois disso, aconteceu o episódio [do cancelamento da reunião]. Depois da entrevista dele, de que agiria contra os interesses do país, não há como não relacionar uma coisa à outra. Não há coincidência nesse tipo de coisa”, disse.