Senador fala ao MyNews sobre ser vice de Tarcísio, julgamento do ex-presidente, nega golpe no 8 de janeiro e critica Eduardo Bolsonaro
Principal líder do Centrão, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) está convicto de que o Congresso irá aprovar a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da Casa Civil. O parlamentar dá como certa a aprovação desse texto e chega a estabelecer um cronograma: antes do julgamento da trama golpista, que começa semana que, a Câmara aprova a anistia; e, depois do julgamento, o Senado confirma essa decisão.
O senador conversou com o MyNews e falou também sobre a possibilidade de vir a ser o vice numa eventual chapa ao lado de Tarcísio de Freitas, do Republicanos. O protocolo recomenda que responder que não é hora de discutir isso, mas buscar uma unidade da direita, mas não nega que “ficaria muito feliz e honrado se meu nome fosse o escolhido”. E emenda;
“Ninguém é candidato a vice”.
Em campanha desde já para que o governador de São Paulo seja esse candidato de consenso da direita, Ciro diz que Tarcísio só não sairá se Jair Bolsonaro escolher outro nome, como um de seus filhos.
A seguir trechos da entrevista:
“Não vou negar que é um nome fortíssimo, mas objetivo é unir o centro e a direita. Só tem uma chance de Tarcísio não disputar: se Bolsonaro não o apoiar. Aí, jamais Tarcísio vai trair Bolsonaro. Bolsonaro vai fazer sua escolha. Se ele hoje fizesse sua escolha, seria o Tarcísio. Digo hoje. Mas, amanhã, não sabe. Pode ser o Flavio, o Ratinho, o Caiado, o Zema.
“Fico feliz de ter meu nome lembrado, mas ninguém é candidato a vice. O presidente Bolsonaro será decisivo na escolha do presidente e vice. Por conta de uma injustiça, ele não pode disputar, mas ele vai escolher. Se acontecer de meu nome ser o escolhido, será uma vitória”.
“Uma frustração esse governo. Lula faz um governo completamente antiquado, ultrapassado. Apoiei Lula no passado, mas o Lula que veio para combater a fome e a miséria. Hoje, é um homem fora de seu tempo, completamente antiquado e ultrapassado. Colocou q ideologia de seu partido acima do país.
“Possível que nos próximos dias se vote a anistia, para corrigir essa injustiça. Um homem que não foi condenado, que não matou, não é acusado de roubar. O Congresso Nacional precisa corrigir essa injustiça. “Tenho certeza que vamos aprovar essa anistia. O presidente do STF (Luís Roberto Barroso) disse que esse assunto é do Congresso. Estou convicto que será aprovada. Vamos votar na Câmara antes do julgamento e depois do julgamento, no Senado”.
“Por mim, o PP nem tinha embarcado no governo. Nunca participei dessa escolha. Defendo que nos próximo dias, assim que for encaminhada a questão da federação (com o União), nós reuniremos a bancada e proibiremos qualquer membro do nosso partido participar desse governo (André Fufuca, do PP e muito próximo a Ciro, é ministro dos Esportes).
Discordo do Eduardo de lutar contra o país, pelas tarifas contra o Brasil. Mas não sei o que faria se o meu pai estaria sofrendo essa injustiça. É um filho que está defendendo seu pai. Não sei, não sei, não sei (se faria o mesmo).
O presidente Bolsonaro é a pessoa mais honesta que conheci na minha vida. É o homem público mais bem intencionado. É vítima de uma injustiça.
“De forma alguma houve tentativa de golpe. É uma narrativa que foi criada pelo governo, com apoio da grande mídia. Se fez uma cortina de fumaça com isso, para esconder o problema da segurança pública, falta de emprego, a inflação, a picanha que o Lula prometeu, das pessoas viajarem de avião. Aqueles humildes estão lá, presos. O PT fez quantas invasões?! Quebravam tudo.
“Sou a maior prova viva de que não houve golpe. Como o ministro da Casa Civil não estaria envolvido num golpe? Como não participaria disso? O não indiciamento do senador Ciro é a prova clara que Bolsonaro não participou. Eu chegava às 08h e saía às 22h. Não houve golpe. E aquele movimento em frente aos quartéis, não incomodou a vida de ninguém”.