Lula assina socorro de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelo tarifaço Lula assina medida provisória em resposta a tarifaço de Trump | Foto: Reprodução/CanalGov

Lula assina socorro de R$ 30 bilhões para empresas atingidas pelo tarifaço

‘As razões justificadas para impor sanções ao Brasil não existem’, disse presidente Lula

O presidente Lula assinou nesta quarta-feira, 13, uma medida provisória com medidas para proteger setores afetados pelo tarifaço de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, a produtos exportados pelo Brasil. Entre as iniciativas está a abertura de crédito de R$ 30 bilhões para empresas que tiveram prejuízos com as sanções.

Batizado de “Brasil Soberano”, o plano de contingência também a contempla compras governamentais de produtos perecíveis que seriam vendidos para o país norte-americano – como as frutas – e o adiamento das cobranças de tributos e contribuições federais, como ocorreu na pandemia de covid-19.

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“A gente não pode ficar apavorado, nervoso, e muito excitado quando tem uma crise. A crise existe para a gente criar novas coisas. A humanidade criou grandes coisas que salvaram a humanidade em tempos de crise. Neste caso, o que é desagradável é que as razões justificadas para impor sanções ao Brasil não existem”, disse Lula.

O presidente rebateu as razões apresentadas por Trump para a taxação. Na questão comercial, lembrou que, nos últimos 15 anos, os EUA têm um superávit com o Brasil na ordem de US$ 410 bilhões, se considerado bens e serviços. O petista também lembrou que o Judiciário é autônomo e que nenhum outro poder pode interferir nas decisões dos magistrados.

“Ninguém está desrespeitando regras de direitos humanos, como estão tentando apresentar ao mundo, porque os nossos amigos americanos, toda vez que eles resolvem brigar com alguém, eles tentar criar uma imagem de demônio contras as pessoas que eles querem brigar, é assim com a América Latina, com o mundo árabe, com os russos, com os países asiáticos.”

Lula disse que vai tentar fazer o que estiver ao seu alcance para minimizar os problemas causados pelo tarifaço: “A verdade é que não possível imaginar que o governo vai substituir os nossos parceiros comerciais, e nós vamos ter procurar outros parceiros. Da minha parte, eu sou vendedor de qualquer coisa […] Se os EUA não querem comprar, nós vamos procurar outro país”.

Haddad e Gleisi

No evento que marcou a assinatura da medida provisória, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o tarifaço é injustificável do ponto de vista econômico e político. “O Brasil é um país que está sendo sancionado por ser mais democrático do que o seu agressor. É uma situação inédita e muito incomum no mundo”, declarou.

Já a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou o bolsonarismo pelo tarifaço dos Estados Unidos: “O Brasil e o mundo são testemunhas de que essa situação, que consideramos uma verdadeira chantagem, foi provocada por aqueles que tentaram abolir o estado democrático de direito e agora respondem por seus crimes perante à lei e à Justiça.”

Entre outras autoridades, participaram da cerimônia, os presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil/AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB). A medida provisória entra em vigor ao ser publicada no Diário Oficial da União, mas precisa ser aprovada em até 120 dias pelo Congresso para que continue válida.

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