Quatro vezes presidenciável, Ciro deixa partido e se aproxima da centro-direita no Ceará, onde pode concorrer ao governo do Estado pelo PSDB
Ainda que aguardada em algum momento, o anúncio da desfiliação de Ciro Gomes do PDT mexeu com o cenário político nesta sexta-feira. A aproximação do partido no Ceará com o PT do governador Elmano Freitas desagradou ao ex-presidenciável, que tentou quatro vezes chegar ao Palácio do Planalto.
Ciro segue esconjurando o PT e, no Ceará, se aproximou até de lideranças da direita, caso do deputado federal André Fernandes, do PL, que foi segundo colocado na disputa para a Prefeitura de Fortaleza. Ele está em conversações para se filiar ao PSDB, partido a que pertenceu.
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Em conversa com o MyNews, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, falou sobre a saída de Ciro, lamentou, que já era esperada e afirmou que a legenda irá tentar recompor a “perda”.
“O Ciro está escolhendo seu caminho, o que é natural. Respeito, não mudo minhas considerações por ele. E vida que segue. Já vinha saindo na mídia (sua saída) há algum tempo. A gente nunca gosta de perder. Ciro é um dos melhores quadros”, afirmou Lupi.
O presidente do PDT negou que o afastamento do ex-governador do PDT tenha relação com aproximação, nesta semana, do partido com o governo federal. Num jantar em torno da filiação de Alexandre Kalil, ex-prefeito de Belo Horizonte (MG), na última quarta-feira, petistas, como a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), compareceram ao evento, registrado no MyNews.
Lupi afirmou que tentará recuperar a perda de Ciro.
“Ele saiu por uma questão local do Ceará. Estava desconfortável, e tomou essa decisão. É um desejo dele, e temos que respeitar. Sempre é uma perda. Dizer que não é, seria fingir. Mas é da vida. Vamos tentar recuperar essa perda”, afirmou Lupi.