Crise do IOF, escândalo do INSS, desgaste de Janja na China tornaram este mês péssimo para o Planalto nas redes: “Estamos diante de uma sequência de bombas mal desarmadas”, diz Alek Maracajá, autor do estudo
A explosão de críticas contra o aumento do IOF nas redes sociais não é um episódio isolado é o ápice de uma sequência de erros de comunicação e falta de leitura do ambiente digital por parte do governo. Segundo estudo da Ativaweb, com análise de 5 mil menções públicas, 89% das postagens são negativas, com foco direto em Fernando Haddad e Lula. Apenas 1% defende a medida, geralmente com o argumento desgastado de que “o Brasil precisa arrecadar”.
A crise do IOF não começou no dia do anúncio. Ela fermentava há meses. Desde janeiro, o governo acumula desgastes: a tentativa de taxar o PIX, os escândalos envolvendo o INSS, as críticas à alta dos alimentos, a rejeição à postura da primeira-dama Janja e o vaivém das trocas ministeriais. Maio foi o mês com maior número de crises digitais desde o início do mandato. “Estamos diante de uma sequência de bombas mal desarmadas. O IOF só acendeu o estopim.”
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A coleta da Ativaweb também revelou o mapa regional da insatisfação: Nordeste e Norte lideram o engajamento crítico, desafiando a tese de que o desgaste está restrito ao “sudeste bolsonarista”. Ou seja: o campo de rejeição se ampliou e isso deve preocupar (muito) o Planalto.
A análise de sentimento mostra que o governo perdeu a narrativa por inação. Não houve contenção, nem prévia, nem reativa. Não houve “guerra de hashtags”, nem porta-voz digital. Apenas silêncio, ruído e a máquina algorítmica fazendo seu trabalho: amplificar a indignação. “O digital não perdoa silêncio. Onde falta narrativa oficial, sobra revolta amplificada.”
As hashtags mais citadas falam por si só: #governoladrão, #povootário, #taxadd, #emendasparlamentares, #hadadd, #foralula. É uma tempestade sem centro de controle. A oposição surfa, o povo explode e o governo… observa.
Estamos em um cenário onde a governança fiscal bate de frente com a governança algorítmica. E Lula precisa escolher com urgência quem vai comandar sua narrativa “Haddad está vestindo o terno de ministro, mas esquecendo que a crise hoje começa no feed.” Alek Maracajá
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