A família Bolsonaro, por meio de Jair Messias, decidiu que o senador Flávio será o candidato à Presidência em 2026 pelo PL. Contudo, ele ainda não demonstra boa aceitação no mercado, nem no Centrão. Além disso, na primeira pesquisa com seu nome, aparece atrás de Lula, com uma desvantagem superior a 15%. Diante desse cenário, um estudo da Ativaweb identificou uma reconfiguração inédita dentro do bolsonarismo e quem ganha força no meio é Michelle Bolsonaro, ex-primeira dama.
Ao anunciar que Flávio Bolsonaro será o candidato de Jair Bolsonaro à Presidência no próximo ano, o grupo provocou forte repercussão nas redes sociais. A Ativaweb analisou 998.776 menções relacionadas a essa escolha, e o resultado surpreende: a base não reagiu com entusiasmo. Nem mesmo os bolsonaristas mais ferrenhos demonstraram entusiasmo com o nome do senador pelo Rio de Janeiro.
O que se vê é um cenário marcado por:
Baixa mobilização,
críticas internas,
sensação de imposição,
apoio morno.
Em números, Flávio alcançou 6,5 milhões de seguidores, mas não conquistou apoio consistente nem entre os próprios bolsonaristas. Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro desponta como a força mais dinâmica e em crescimento, ao atingir 7,8 milhões de seguidores e assumir o protagonismo emocional e narrativo do movimento. Ela vem ganhando força na direita, sobretudo dentro do PL.
Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos, mantém influência ideológica, mas não amplia seu alcance em nível nacional. Carlos Bolsonaro, com 3,6 milhões de seguidores, segue forte apenas no núcleo mais fiel.
No geral, a família Bolsonaro, incluindo Michelle, soma 4,4 milhões, número ainda inferior ao capital digital de Jair Bolsonaro isoladamente, que alcança 27 milhões.
No Café da Manhã do MyNews, Mara Luquet e Evandro Éboli receberam Mauro Paulino. Juntos, analisaram a conjuntura da possível candidatura de Flávio Bolsonaro e o crescimento de Michelle. Vale lembrar que, na vitória de Jair Bolsonaro em 2018, Michelle apareceu pouco. Já em 2022, ela ganhou mais espaço ao subir em palanques e acompanhar o marido.
Mauro Paulino analisou o comportamento de Michelle, especialmente na discussão sobre uma possível aliança com Ciro no Ceará:
“Esse movimento representa uma postura mais assertiva e impositiva sobre a importância de Michelle no partido. Ela deixou muito claro que pretende, a partir de agora, atuar como a porta-voz mais próxima do presidente Bolsonaro. Também existe uma estratégia clara de manter o nome Bolsonaro, a marca Bolsonaro, sempre em evidência. Vemos, com frequência, fatos relevantes ligando os Bolsonaro ou o próprio Jair Bolsonaro a uma necessidade de exposição constante, mesmo quando as ações parecem confusas ou improvisadas, como esse lançamento de candidatura. Quem acompanha eleições há muitos anos sabe que o lançamento oficial de uma candidatura, especialmente de um nome com alto poder de voto, sempre ocorre cercado de uma forte movimentação midiática e de marketing.”