Presidente da Câmara enviou 20 ações, mas nenhuma dos deputados do PL que “sequestraram” a Mesa da Câmara, que vão entrar nessa fila
Na semana passada, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou ao Conselho de Ética não apenas os quatro casos contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) que estavam parados na Mesa. Encaminhou outros 16 processos, de parlamentares diversos e das mais varias acusações. Mas, até agora, nenhum caso de bolsonarista amotinado e que tumultuou o funcionamento do plenário se moveu, ou chegou a esse colegiado.
E como está descartada a suspensão imediata e cautelar desses baderneiros, que ocuparam Mesa dos trabalhos por 30 horas com esparadrapo na boca, os processos entrarão numa fila, quando foram enviados ao conselho, e muito provavelmente o desfecho desses julgamentos se dará em 2026.
No Conselho de Ética, hoje, há 23 ações tramitando, e nenhuma dos amotinados. A ordem de análise e julgamento é cronológica, ou seja, as representações contra os bolsonaristas, depois de enviadas ao conselho, só andarão depois dessas todas.
Casos variados
Além das representações contra Eduardo Bolsonaro, por conspirar contra o país e o Judiciário dos Estados Unidos, chegaram no Conselho de Ética acusações de gravidade distintas. Vai começar a tramitar, por exemplo, o caso do deputado Gustavo Gayer (PL-GO), que fez uma postagem ofensiva aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), da Câmara, Hugo Motta e a ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
Em março, Gayer aproveitou uma fala de Lula, que se referiu à Gleisi como uma mulher bonita, e postou que o presidente estava atuando como um “cafetão que oferece uma acompanhante” e questionou se o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, “iria aceitar que seu chefe (Lula) ofereceu sua esposa (Gleisi)” a Alcolumbre e a Motta.
E chegou a escrever: “Me veio a imagem de Gleisi, Lindbergh e Davi fazendo um trisal. Que pesadelo!”
Outro caso que já está conselho desde a semana passada é uma ação contra André Janones (Avante-MG), mais uma, dessa vez por ter usado uma camiseta com inscrições ofensivas ao pedido de anistia dos bolsonaristas golpistas do 8 de janeiro: “Anistia é o caralho”, imprimiu Janones na roupa.