Boulos: impasse sobre quem irá assumir sua vaga na Câmara O pesquisador Ricardo Galvão, presidente do CNPq, é o natural suplente, mas Sônia Guajajara pode voltar ao mandato | Foto: Reprodução

Boulos: impasse sobre quem irá assumir sua vaga na Câmara

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No momento, vaga seria do pesquisador Ricardo Galvão, mas a ministra Sônia Guajajara pode retornar ao mandato após a Cop-30

Até o final da noite de ontem, parecia certo que o professor e pesquisador Ricardo Galvão, atual presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), iria assumir a vaga de Guilherme Boulos na Câmara, como suplente. Ele é filiado à Rede. Mas a ministra Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, também deputada, pode reassumir a vaga como parlamentar, após a Cop-30, em Belém, que ocorre entre 10a 21 de novembro. Ela tem preferência sobre Galvão, por ser titular e ter sido mais votada na coligação.

Diante dessa possibilidade, Galvão decidiu aguardar e não irá assumir, por enquanto o mandato. Ele já vinha se movimentando, com prudência. Já havia conversado com a ministra Luciana Santos, da Ciência e Tecnologia, sobre sua saída do CNPq e aguardava conversar com a ministra Marina Silva e a ex-senadora Heloisa Helena, lideranças nacionais da Rede, para ter sua liberação.

Leia Mais: Boulos vira ministro, e cientista demitido por Bolsonaro, deputado

“Assumir um mandato é uma decisão partidária, e estou cumprindo esse protocolo”, contou Ricardo Galvão ainda na noite de segunda-feira, ao MyNews. 

Na manhã desta terça, Galvão, em nova conversar com a reportagem, afirmou que irá aguardar uma posição oficial e, a ser verdade que Guajajara voltará ao mandato, ele prefere não assumir a suplência por apenas algumas semanas.

“Não faria sentido”.

O pesquisador ganhou o noticiário quando presidia o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em  2019. Foi demitido do cargo pelo então presidente Jair Bolsonaro, que se incomodava e discordava dos dados do órgão sobre as altas taxas de desmatamento no país. Bolsonaro o acusou de atuar como um dirigente de uma Ong (Organização não-governamental). Mas, para ele, é um episódio superado, que não deve voltar.

“Aquela passagem foi bastante difícil para mim e meus colegas. Mas, realmente, está superada. De alguma certa forma, o Lula ao convidar-me para presidir o CNPq recuperou o prestígio da ciência, não só meu, mas de toda comunidade da academia brasileira. A ciência sentiu-se recompensada pelo que aconteceu”, disse ele , que afirmou não pensar mais naquela passagem.

“Não penso mais sobre isso. Mas, penso, sim em evitar que isso retorno no futuro. Estamos a ver o que está acontecendo terrivelmente nos Estados Unidos, com o corte substancial na Fundação Nacional da Ciência, similar ao nosso CNPq. E temos muita gente no Brasil simpática a esse movimento. A lição é que não podemos ser ingênuos e que isso não volte a acontecer”.

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