Foto: Fernando Frazão, Agência Brasil
CRIME ORGANIZADO
Para políticos uma armadilha do governador Castro para o governo federal, para policiais resposta a ADPF 635 que criou feudos de facções.
O Rio de Janeiro mergulha em um cenário de confronto sem precedentes. O uso de armamento de guerra por facções criminosas elevou a crise de segurança a um novo patamar, forçando o fechamento do espaço aéreo em áreas conflagradas e levando à recomendação de que a população não saia de casa.
A escalada da violência atinge um nível tático perigoso. O crime organizado portando fuzis de alto calibre, muitos deles de origem internacional, representam uma ameaça real a aeronaves.
Diante da intensa troca de tiros, barricadas e sequestro de veículos ordenados pelas facções em represália, a recomendação para a população é de não sair de casa.
Nos bastidores da política, a leitura é unânime: a operação, a ênfase no “Estado de Guerra” e o clamor por auxílio federal, seguido pela declaração de que a ajuda teria sido negada, representam uma armadilha política de Cláudio Castro para o governo do Presidente Lula.
A situação é descrita como “nitroglicerina pura” para o Planalto. Depois de declarações recentes do Presidente sobre traficantes que geraram forte controvérsia, ser publicamente acusado de negar apoio federal em um momento de extrema letalidade no Rio coloca o Governo Federal em uma posição delicada e de grande desgaste na opinião pública, que elege a segurança como uma das principais preocupações.
O Governador Castro tem sido incisivo ao lamentar a falta de apoio de blindados e agentes das forças federais, transformando a crise de segurança em um campo de batalha política e midiática, cobrando a atuação da União.
Para as forças de segurança estaduais, a situação crítica é vista como um resultado direto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, popularmente conhecida como a ADPF das Favelas.
A previsão no cenário de segurança é de que, infelizmente, muitos mortos ainda devem ser contabilizados. A intensidade dos confrontos e o nível de organização e armamento dos criminosos tornam cada operação um cenário de guerra de alta periculosidade.
No entanto, o maior dilema é a falta de continuidade. Especialistas e agentes de segurança pública alertam que, se essas áreas não forem ocupadas de forma permanente pelo Estado, todo o sacrifício e as mortes registradas nesta “guerra” não resultarão em mudanças duradouras. O grande problema é o vazio estatal que se instala: “Amanhã o estado sai e não tem mais nem policial na área e nem serviços públicos.”
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