Projeto Antifacção de Lula ameaçado com relatoria de bolsonarista

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Motta escolheu deputado ligado ao governador Tarcisio para relatar projeto enviado pelo Planalto, e governistas reagiram

A semana começa com uma projeção de dificuldades do governo em enfrentar a votação, na Câmara, de um de seus principais projetos para enfrentar um tema sempre sensível às gestões petistas, que é o da segurança pública. O PL Antifacção, enviado por Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso em reação a Operação Contenção, no Rio, a mais letal da história do país, vai virar um cavalo de batalha.

A dificuldade de sua tramitação tem nome: Guilherme Derrite (PP-SP), o deputado escolhido por Hugo Motta para relatar a proposta. Derrite é muitíssimo vinculado ao governador Tarcísio de Freitas e sua escolha é visto no Planalto como uma afronta ao governo. O relator alterna entre o mandato na Câmara e o comando da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Motta inseriu o projeto para ser votado, ou começar sua discussão, amanhã (terça), mas pode não ser votado nesta semana, que estará esvaziada em Brasília. O presidente da Câmara marcou sessões semipresenciais, ou seja, se for votado algo, será de forma remota. E debates nessas circunstâncias são sempre travados. E, dada a importância e divergência dessa matéria, é possível que não vá a voto nesses dias.

Derrite já entregou seu texto, elogiado por Motta. No conteúdo, o bolsonarista misturou parte do trecho enviado pelo governo – como aumento de penas para integrantes de organização criminosa, como PCC e Comando Vermelho – e colocou classificação de “terrorista” para ações desses grupos, tema que enfrenta resistência do governo.

“O texto do relator banaliza o terrorismo”, declarou nesta segunda Márcio Sarubbo, secretário Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça. Foi em entrevista a GloboNews.

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