Deputado Mendonça Filho (União-PE), relator da PEC da Segurança Pública, em entrevista ao MyNews | Foto: Evandro Éboli
A MAIS LETAL
Mendonça Filho (União-PE) defende que ação de facções se equivale a terrorismo e que não vai para um enfrentamento desse levando flores
Relator da PEC da Segurança Pública na Câmara, o deputado Mendonça Filho (União-PE) tem um cronograma agora para entregar seu texto, que será votado, por decisão de Hugo Motta, no início de dezembro no plenário. Em conversa com o MyNews, o parlamentar comentou sobre o texto e disse que se essa proposta já estivesse em vigência, não teria evitado o que ocorreu no Rio, já que seu propósito é manter a independência da atuação das policias nos estados.
O governo federal, autor da PEC, elaborada pelo Ministério da Justiça, de Ricardo Lewandowski, entende que essa proposta possa contribuir para redução da criminalidade do país.
“Não mudaria absolutamente nada (se a PEC já aprovada). A força federal não está impedida de agir. A Polícia Federal tem liberdade e é sua função atuar, como nessa operação que ocorreu no Rio. Tem ali tráfico internacional de armas, mais de 90 fuzis retidos e 70 mil munições. Drones com bomba disparado pelos faccionados, barricadas. Não haveria grande alteração. Com a PEC, o governo quer concentrar esse poder das polícias, mas há um entendimento que será alterado”, disse Mendonça Filho.
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Sobre a ação das polícias do Rio nos complexos do Alemão e da Penha, Mendonça afirmou que se trata de um território dominado por facções criminosas altamente treinadas, poderosas e com armamento pesado, com fuzis, granadas e drones.
“Num contexto desse, não se vai entrar distribuindo flores. Aparentemente se poupou vida de inocentes. E esse quadro no Rio está se espalhando pelo Brasil. São mais de 50 milhões de brasileiros sob influência do crime, levando inocentes a morte por decisão de zap, mulheres utilizadas como escravas sexuais, o comandante do tráfico dizendo com quem deve ter relação ou não. Infelizmente, se vive num ambiente de narcoestado”, afirmou.
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No seu texto, Mendonça pretende reduzir a concentração do governo federal nas ações de polícia e diz que algumas alterações que precisam ser feitas não dependem de emenda constitucional, mas de alteração em legislação comum, como evitar que um condenado por pertencer a uma facção seja condenado a 20 anos de cadeia e cumpra menos de 4 anos de prisão.
Mendonça Filho concorda e irá votar a favor do projeto que equivale ação de facções criminosas a terrorismo.
“É terrorismo, sim. Quando você tem o crime que atua nas ruas com barricadas, com armamento como fuzis, foram pegos 90, o que equivale a um pelotão do Exército…Isso é armamento de guerra. Drone com granada. Isso é terrorismo, não há outra classificação para definir isso. Precisa de um remédio duro, efetivo e que possa devolver à população o direito de circular sem ser molestado por facções que estão tomando conta do país”.
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