Eliziane Gama enfatizou que o presidente e o relator são peças centrais de uma CPI, mas que a principal peça é o plenário
A senadora Eliziane Gama (PSD/MA) não descartou a possibilidade de, no final dos trabalhos da CPMI do INSS, ser apreciado um relatório diferendo do que vai ser elaborado pelo relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União/AL), sendo aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos/MG) também é bolsonarista.
“Isso é possível, porque acho que na medida que o relator não cumprir o objeto da comissão e não abarcar as pessoas que compreendemos que precisam ser abarcadas, o plenário é soberano, então a gente poderá rejeitar e apresentar um novo relatório. Isso é um fato que a gente tem que estar muito atento para isso”, afirmou em entrevista exclusiva ao MyNews (veja íntegra abaixo).
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“Temos um objetivo, um foco, a gente não pode sair de fato desse objetivo. Agora, isso quem vai dizer é o longo do processo. Tanto o relator quanto o presidente, pelo menos na reunião de hoje, em relação aos procedimentos de votação, foram bem flexíveis. Tanto que a gente conseguiu votar tudo por unanimidade, por aclamação, sem necessariamente ter que abrir votos”, disse Elizianena terça-feira 26.
A senadora, que foi relatora da CPMI do 8 de janeiro, continuou: “Eu acho que o retrato de hoje foi bom. Mas a gente tá começando. Tá cedo. Ainda não dá da gente estar aplaudindo muito. Então vamos esperar um pouquinho mais, mas pelo menos espero que haja um bom senso da parte do presidente e do relator.”
Ela enfatizou que o presidente e o relator são peças centrais de uma CPI, mas que a principal peça é o plenário. Segundo disse ao MyNews, há hoje uma maioria que tem um comprometimento de seguir o foco da comissão, que é apurar o escândalo de descontos ilegais de entidades associativas.
“Então, eu acho que o presidente e o relator poderão trabalhar se o plenário compreender que eles estão no caminho certo. Não dá para dizer: ‘Ah, porque a oposição está com o presidente e o relator CPI, vai ser um circo’. Não vai ser um circo, porque temos uma maioria que a gente pode dar um norte realmente organizado na comissão”, finalizou.