Deputado Carlos Zarattini | Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
Corrida presidencial
Assista ao programa Segunda Chamada
A eleição de 2026 não é mais um evento distante; ela já começou. Pois, dentro do Congresso Nacional, a realidade é que absolutamente tudo o que se faz na política neste momento é de olho no próximo pleito. A análise é do deputado Carlos Zarattini no programa Segunda Chamada. Essa antecipação transformou o modo de discussão das questões, com todos os atores se posicionando estrategicamente. As consequências dessa corrida precoce são sentidas na derrota de medidas cruciais do Executivo, na fragilidade dos acordos e na redefinição das bases de apoio.
Em suma, o sinal mais claro de que a disputa eleitoral está no centro das decisões legislativas foi a derrubada da Medida Provisória (MP) do IOF. Pois, essa MP visava aumentar impostos para o “andar de cima” (os mais ricos), e sua derrota foi um movimento político coordenado.
Deputados, com o incentivo de governadores que já estão de olho no Palácio do Planalto, agiram para derrubar a medida. A articulação envolveu figuras importantes, como o governador Tarcísio, junto com líderes do Centrão como Ciro Nogueira (PP) e Rueda (União Brasil), que decidiram: “Vamos derrubar a medida provisória que nós não podemos dar mais essa vitória pro Lula”.
A ação foi uma resposta política para evitar que o Presidente Lula colhesse uma vitória consecutiva e ganhasse mais impulso.
A corrida presidencial serviu de justificativa para o não cumprimento de acordos no Congresso, algo que, historicamente, era tratado com seriedade. Partidos do Centrão, que possuem indicações e representantes no governo federal, votaram contra a MP.
Como reação imediata, o governo está realizando uma depuração no Executivo. A derrota da MP permitiu ao governo criar um mapa de quem votou a favor e quem votou contra.
Enquanto o campo da direita se movimenta para viabilizar um candidato que atenda à exigência de ser um “bolsonarista raiz”, o Presidente Lula, tido como o candidato “mais forte e mais firme até agora”, utiliza pautas de impacto social e econômico para solidificar sua base e marcar seu governo:
O Centrão, que detém grande poder financeiro (cada deputado tem acesso a cerca de R$ 37 milhões anuais em emendas), desenvolveu mecanismos para continuar dando as cartas no Congresso com qualquer governo. Seu projeto para 2026 não é necessariamente apoiar um nome específico (Lula ou Bolsonaro), mas garantir a manutenção de sua influência.
Essa influência se manifesta em pautas cruciais, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), cuja votação está sendo dificultada. O foco principal da oposição na LDO é o pagamento de emendas parlamentares.
O relator da LDO fez uma proposta de pagamento concentrado em apenas 4 meses que o governo afirma que seu fluxo de caixa é incapaz de atender. Cumprir essa exigência significaria parar de pagar despesas essenciais como hospitais, universidades ou obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
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