Segurança pública: Tábata Amaral cobra liderança do presidente Lula Foto Reprodução CRIME ORGANIZADO

Segurança pública: Tábata Amaral cobra liderança do presidente Lula

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Deputada diz que combate ao crime organizado dominará as campanhas eleitorais e o presidente precisa liderar o debate

A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) jogou luz sobre a urgência da liderança do presidente Lula no debate de Segurança Pública no Brasil. Em participação no programa Segunda Chamada, a parlamentar expressou sentir “muita falta de ver o presidente Lula falando sobre segurança pública e colocando o rosto dele no debate”. Para Tabata, Lula não deve se omitir do tema, mas, sim, usar sua liderança política e sensibilidade para tomar a frente da discussão sobre uma das maiores dores do povo brasileiro. Esse será o principal tema das campanhas eleitorais em 2026 e a esquerda não está se engajando no debate, avaliou a deputada.

Ela sugere que o presidente utilize a “história que ele tem, com a sensibilidade que ele tem, a liderança que tem” para tratar do assunto. A deputada critica a “visão muito equivocada em Brasília” de que o tema é espinhoso e deve ser evitado, considerando a ausência de Lula como a pior orientação, beirando a “loucura” ignorar a segurança pública em qualquer campanha, visto que é o tema mais importante do país.

A cobrança de Tabata Amaral, que participou do programa Segunda Chamada (veja video) ecoa em um momento em que a recente megaoperação no Rio reacendeu o debate sobre o combate ao crime organizado, expondo a incapacidade da política em oferecer respostas efetivas e sofisticadas. O vácuo estatal se aprofunda, e a polarização se resume a discursos simplistas, como o de “matar todo mundo”. Esta é, na avaliação da deputada,  uma abordagem ineficaz que se provou falha, pois o Estado entra e sai das comunidades, deixando os moradores da periferia novamente à mercê da violência.

Seguir o dinheiro e a retomada do território

Para desmantelar o crime organizado, a estratégia mais eficaz é “follow the money” (seguir o dinheiro). É fundamental rastrear os fluxos financeiros, desde roubos de celular até atividades mais complexas, focando nas “cabeças” da organização, e não apenas nos agentes de rua, disse a deputada.

Paralelamente, a retomada do território deve ser feita pela ocupação efetiva do Estado, e não apenas pela polícia. Retomada de Programas de Regularização Fundiária, por exemplo.  A posse documentada da propriedade tem um “efeito multiplicador… enorme no combate à criminalidade”, dando ao morador de periferia um senso de pertencimento e acesso a recursos.

A oportunidade e a repressão

A ausência do Estado nas periferias, onde a luta pela sobrevivência é extrema, cria o vácuo que facilita a cooptação da juventude pelo crime. O desespero dos moradores, cansados de serem roubados e subjugados pelo tráfico, é tão grande que, paradoxalmente, gera apoio a ações policiais, mesmo que violentas, na busca por qualquer promessa de alívio e segurança básica.

A esquerda tem razão ao insistir na necessidade de levar oportunidades, esporte, cultura, educação e profissionais de saúde e assistência para abrir horizontes. Contudo, especialistas alertam que essa etapa só será eficaz se vier acompanhada da repressão ao crime e da retomada real do território, garantindo que o investimento social não seja uma etapa “pulada” no combate à criminalidade. A solução exige coragem política e uma estratégia de Estado que combine repressão inteligente e presença social.