Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Segurança Pública
Megaoperação contra o Comando Vermelho tem aprovação recorde do governador Cláudio Castro (PL) na base de renda mais vulnerável, onde a rejeição a Lula e Paes atinge picos
Os dados da pesquisa AtlasIntel, analisados após a megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, desenham um cenário político de impacto direto e surpreendente. O clamor por segurança pública, intensificado pela ação policial de grande porte, funcionou como um “tiro” na popularidade dos líderes políticos entre a população de baixa renda. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o prefeito Eduardo Paes (PSD) viram sua aprovação na área de segurança pública despencar justamente no segmento mais vulnerável da população, aqueles com renda familiar de até R$ 3 mil. Já o governador Cláudio Castro (PL), responsável direto pela operação, experimentou uma valorização inédita nessa mesma faixa de renda. Para o eleitor de baixa renda, nem o governo federal, nem o municipal, oferecem soluções concretas e percebidas para a violência urbana.
O ponto mais crítico para o governo federal é a percepção de ineficácia no combate ao crime:
Lula atingido: Mais de 80% dos entrevistados com renda de até R$ 3 mil consideram a gestão de Lula na Segurança Pública Ruim ou Péssima. Essa desaprovação massiva na base de menor renda, historicamente ligada ao PT, sinaliza o custo político do problema da violência.
Paes machucado: O prefeito Eduardo Paes também saiu da avaliação com feridas significativas. A desaprovação (Ruim ou Péssimo) na segurança atinge 54% entre os que ganham até R$ 2 mil e se mantém alta, em 45,6%, para quem recebe entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.
Em contraste, Cláudio Castro (PL) é o único líder que capitaliza politicamente a crise. A aprovação da megaoperação se traduz em um baixo índice de rejeição ao seu governo entre os mais pobres:
Castro aprovado: A avaliação ruim ou péssima do governador na segurança cai para apenas 30% no grupo que ganha até R$ 2 mil, e é de 24% para a faixa de R$ 2 mil a R$ 3 mil.
Em suma, o enfrentamento direto ao Comando Vermelho, amplamente apoiado pela população de menor poder aquisitivo que mais sofre com a violência, deu a Castro um capital político substancial. O eleitor mais pobre, que vive a realidade do crime organizado de forma mais intensa, penaliza severamente Lula e Paes pela inação ou ineficácia na área de segurança, e recompensa Castro pela demonstração de força na megaoperação. A “bala do Comando Vermelho” atinge diretamente os governos federal e municipal, mas impulsiona o estadual.

Entre os moradores de favela somente 1,1% enxergam que a megaoperação do Rio teve impacto negativo. A pesquisa AtlasIntel revela um dado crucial que desmistifica o debate sobre a letalidade policial e o apoio popular: o suporte esmagador dos moradores de favela à megaoperação. Apenas 1,1% dos entrevistados residentes em favelas disseram que a ação teve um impacto negativo. Em contrapartida, cerca de 80% dos moradores de comunidades qualificaram a operação como positiva ou muito positiva. Este endosso maciço sugere que, para quem vive diariamente sob a violência e o domínio das facções, a intervenção estatal, mesmo que de grande escala, é vista como uma medida necessária para retomar a segurança e a ordem. É nesta base, a mais afetada pela atuação do Comando Vermelho, que se encontra o maior índice de apoio às ações de repressão, reforçando a aprovação do governador Cláudio Castro (PL) por ser o principal promotor dessa política.

O apoio popular às táticas de segurança do governo Castro é ainda mais evidente na avaliação do uso da força. A pesquisa AtlasIntel questionou a população sobre o nível de violência empregado pelas polícias na megaoperação, e mais de 62% dos entrevistados consideraram o nível de violência “adequado”. Esse dado sublinha o quão alto é o grau de exaustão da população com a violência crônica e o poder das facções, resultando em uma ampla tolerância (e até aprovação) a ações de força letal por parte do Estado. Esse sentimento majoritário de que a resposta policial é proporcional ao desafio do crime organizado no Rio de Janeiro é um fator central para a alta aprovação de Cláudio Castro (PL), contrastando de forma gritante com a reprovação imposta a Lula e Paes, cuja gestão na segurança é vista como frouxa ou ineficaz diante da gravidade da crise.

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