Foto: © Divulgação/PMRJ
Pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF em 2025 ilustra crescimento da facção Comando Vermelho, em expansão há quase 10 anos
A expansão da facção Comando Vermelho no Rio de Janeiro é notória e, mesmo com as autoridades tentando conter esse avanço, o grupo mantém o maior domínio entre os moradores do estado. As áreas sob controle de organizações criminosas abrangem 34,9% da população da Região Metropolitana, que reúne 22 municípios, incluindo a capital e cidades da Baixada e do Leste Fluminense.
Os números são do Mapa Histórico dos Grupos Armados, lançado nesta quinta-feira (04). O levantamento evidencia que moradores vivem sob controle ou influência de facções do tráfico, ou de milicianos. Um dado chama atenção: ao somar áreas de controle e áreas de influência, as milícias ultrapassam o Comando Vermelho em extensão territorial. Mesmo assim, em regiões como a Nova sudoeste, o Comando Vermelho tomou áreas que antes pertenciam historicamente à milícia.
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O estudo, realizado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (GENI/UFF) e pelo Instituto Fogo Cruzado, aponta que 18,1% de toda a superfície urbanizada da região está submetida a algum tipo de domínio armado. O Comando Vermelho controla 150 quilômetros quadrados, o equivalente a 47,5% de toda a área dominada de forma estável no estado. No total, a facção exerce domínio sobre 1,6 milhão de pessoas, mantendo soberania principalmente na capital.
Mesmo perdendo áreas antes consideradas suas, como Gardênia Azul, a milícia ainda detém 49,4% das zonas controladas ou influenciadas. No total, os grupos paramilitares dominam ou influenciam 201 quilômetros quadrados da região, interferindo na rotina de mais de 1,7 milhão de pessoas.
Por fim, o relatório aponta que o Comando Vermelho mantém uma expansão iniciada entre 2016 e 2020, período que os pesquisadores classificam como de “grande expansão”, marcado pelo colapso das UPPs e pela crise fiscal do estado. Já as milícias perderam território desde 2020 devido às operações do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, conduzidas durante as investigações dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
As sucessivas perdas da família Braga, que liderava a maior milícia do estado, também chamam atenção. Ecko faleceu em 2021, e a Polícia Federal prendeu Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, em 2023. Os irmãos chefiavam a maior milícia da Zona Oeste.
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