Ministro anuncia “maior operação da história” contra o crime organizado O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, durante anúncio da operação contra o crime organizado | Foto: Evandro Éboli/MyNews

Ministro anuncia “maior operação da história” contra o crime organizado

O governo tocou o bumbo no anúncio nesta quinta-feira de três operações que atingiram em cheio um dos principais braços do crime organizado – o PCC (Primeiro Comando da Capital) – e seus elos no mercado formal, como o setor de combustíveis e também elos com fundos de investimento, localizados na Faria Lima. São 40 […]

O governo tocou o bumbo no anúncio nesta quinta-feira de três operações que atingiram em cheio um dos principais braços do crime organizado – o PCC (Primeiro Comando da Capital) – e seus elos no mercado formal, como o setor de combustíveis e também elos com fundos de investimento, localizados na Faria Lima.

São 40 os fundos envolvidos na investigação e que vários deles foram alvos de busca e apreensão. Foram expedidos ainda 14 mandados de prisão e, até o meio-dia dessa quinta, apenas seis tinham sido presos.

“Uma média abaixo da Polícia Federal”, reconheceu o diretor da instituição

Em entrevista coletiva no Ministério da Justiça, o ministro Ricardo Lewandowski tratou a operação como a maior da história de combate ao crime organizado.

“Para a segurança pública e para o governo brasileiro esse é um momento muito auspicioso no combate ao crime organizado. Há muito tempo estamos acompanhando o fenômeno que é a migração da criminalidade organizada da ilegalidade para a legalidade. Hoje nós deflagramos talvez uma das maiores operações, com certeza,  das maiores operações da história contra esse tipo de crime. Das maiores do Brasil. Ousaria dizer em termos mundiais”, anunciou Lewandowski.

A intenção do governo em capitalizar a ação levou o ministro Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação (Secom), a acompanhar a coletiva, que contou ainda com as presenças do ministro da Fazenda, Fernando, Haddad, da subscretária da Receita Federal, Cláudia Pimentel, além do diretor da PF.

A operação, segundo Haddad, atingiu um esquema que movimenta R$ 52 bilhões, com mil postos de combustíveis envolvidos na adulteração e lavagem de dinheiro, em dez estados.  O ministro afirmou que essa ação pegou o “andar de cima”, a “cobertura do sistema”.

“Geralmente, quem vai preso nesse tipo de operação é o menos importante do esquema. Não chegava ao andar de cima, a cobertura do sistema. É o crime organizado chegando a economia real”, disse Haddad.

A ação alcançou 41 fundos de investimentos, utilizados para blindagem do esquema lavagem do dinheiro. São empresas que lidam com R$ 30 bilhões de patrimônio.

Sobre receio de “vingança” do crime organizado, ou do PCC, Andrei Rodrigues disse não haver essa preocupação.

“Não é algo contra determinada facção, mas contra o esquema de lavagem. Não estamos preocupados se vai ter reação do PCC. É contra o esquema como todo.

Para obter esse resultado, foram realizadas três operações distintas, mas o diretor da PF garantiu que não houve disputa nessas ações. Haddad afirmou que é preciso “ser sofisticado” na investigação para acompanhar e desvendas esses esquemas.

“Tem que ser sofisticado para enfrentar os fundos fechados para se chegar ao patrimônio do criminoso. Tem que abrir conta de mil postos”.

A Operação Carbono Oculto foi referente à máfia dos combustíveis e a Operação Quasar atingiu os fundos da Faria Lima. Além de mil postos de combustíveis, estão na relação de bens ilegais 1.600 caminhões, 100 imóveis, 6 fazendas – no valor total de R$ 30 milhões – e uma casa de R$ 12 milhões.

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