Arquivos centro-direita - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/centro-direita/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Tue, 08 Mar 2022 15:11:24 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Goleiro esquerdo ou direito? https://canalmynews.com.br/voce-colunista/goleiro-esquerdo-ou-direito/ Wed, 15 Sep 2021 23:14:43 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/goleiro-esquerdo-ou-direito/ A depender do momento histórico, é importante para o país, ora adotar políticas públicas mais conservadoras, ora adotar outras tantas mais progressistas. Assim como o mundo se transforma em função das tecnologias, das mudanças ambientais, do espírito do tempo; também podem mudar as prioridades nacionais

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Há um bom par de anos, o grande humorista Juca Chaves foi entrevistado pelo não menos brilhante e também humorista Jô Soares, no extinto “Programa do Jô”, na Rede Globo de Televisão. Em um momento da entrevista, ao ser questionado sobre algo relacionado ao futebol, o Juca disse que, quando jovem, jogava na posição de “goleiro esquerdo”. Isto mesmo: “goleiro esquerdo”! A essa resposta inusitada, seguiram-se não apenas os inevitáveis risos da plateia, mas também a sua teimosa permanência em minha memória.

Hoje, diante da polarização política na qual nós brasileiros estamos mergulhados, somos insistentemente instigados a tomar partido como simpatizantes do pensamento de esquerda ou de direita, com o acréscimo de algumas poucas adjetivações simplistas: progressistas, conservadores, reacionários, revolucionários. Como torcedores de futebol constrangidos a não vestir o uniforme de outro time, somos compelidos a cerrar fileiras com algum dos dois extremos do espectro político-ideológico, sob pena de retaliações de todas as montas na família, entre os amigos, no trabalho e, principalmente, nas redes sociais.

Desde a origem das terminologias “direita” e “esquerda”, durante a Revolução Francesa de 1889, passando pelas revoluções liberais do século XIX e pelas revoluções socialistas do século XX, associa-se ao arcabouço teórico da direita à ideia de “liberdade” e, aos alicerces do pensamento de esquerda, a ideia de “igualdade”, como se a cada campo coubesse o monopólio desses direitos fundamentais.

As raízes do pensamento de direita (de Adam Smith a Edmund Burke) são tão legítimas e respeitáveis e consistentes quanto as bases do pensamento de esquerda (de Karl Marx a Vladimir Lenin). Os antagonismos que observamos entre essas duas correntes são desdobramentos lógicos destes valores fundamentais, corolários derivados daquilo que se pretende mais importante como ponto de partida: a liberdade ou a igualdade, para a direita ou para a esquerda, respectivamente.

Uma discussão sobre política, religião, futebol ou qualquer outro assunto não deveria ter como intento principal subjugar os argumentos discordantes, quando branda; ou desqualificar as vozes dissonantes, quando mais aguerrida; mas a depuração do pensamento de todos os interlocutores com vistas à produção de um conceito ou ideia mais encorpado que os iniciais, passível de ser partilhado por todos.

Essa forma de encarar o debate público origina-se na dialética platônica, método proposto há cerca de 2.300 anos: a busca pelo conhecimento passa pela noção de que a uma ideia (uma tese) se contraponha uma outra ideia (uma antítese) de forma que da fusão dessas duas concepções se consiga chegar a um conceito mais elaborado (uma síntese). Da recorrência nesse procedimento, acredita-se, é possível aproximar-se progressivamente da verdade.

A depender do momento histórico, é importante para o país, ora adotar políticas públicas mais conservadoras, ora adotar outras tantas mais progressistas. Assim como o mundo se transforma em função das tecnologias, das mudanças ambientais, do espírito do tempo; também podem mudar as prioridades nacionais. Uma mesma área, antes estratégica para uma nação, pode agora perder relevância e, por isso, demandar uma abordagem governamental diferente.

De forma tão inusitada quanto a resposta do Juca Chaves ao Jô Soares, pode-se tentar quebrar a rigidez conceitual que nos obriga a tomar partido de uma única posição política, praticar uma única religião ou torcer para um único time de futebol. Mesmo que não seja razoável jogar futebol como “goleiro esquerdo” ou “goleiro direito”, a menos que se mudem as regras ou se crie um novo jogo; é possível ser politicamente de direita e ser de esquerda, de forma alternada ou mesmo concomitante, notadamente em questões pontuais, sem que isso represente uma apologia da neutralidade.


Quem é Renato de Almeida Eliete?

Renato de Almeida Eliete é cientista político e se interessa por temas relacionados a Sociologia, História e Filosofia


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Partidos de Oposição convidarão centro-direita para protestos unificados contra governo Bolsonaro https://canalmynews.com.br/politica/partidos-de-oposicao-convidarao-centro-direita-protestos-contra-governo-bolsonaro/ Thu, 09 Sep 2021 01:50:45 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/partidos-de-oposicao-convidarao-centro-direita-protestos-contra-governo-bolsonaro/ Manifestações multipartidárias contra o governo Bolsonaro devem acontecer em 3 de outubro e em 15 de novembro

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Os partidos que compõem a oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido) organizarão dois atos unificados, nos meses de outubro e novembro, para protestar contra o governo Bolsonaro e as recorrentes ameaças de golpe que têm sido realizadas pelo presidente e por seus simpatizantes. PT, PSB, PSol, PDT, PCdoB e Rede irão convidar o MDB, o PSD, o PSDB e o DEM para se juntarem a duas manifestações. A primeira deve ser realizada em 3 de outubro, em referência à promulgação da Constituição de 1988 (5 de outubro), e o segundo será em 15 de novembro – quando se comemora a Proclamação da República.

“É preciso impedir o sequestro das datas e dos símbolos nacionais que os bolsonaristas estão empreendendo. Os bolsonaristas sequestraram o dia da Independência do Brasil”, afirmou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), em entrevista ao Quarta Chamada, no Canal MyNews. Molon lembrou que no próximo dia 12 de setembro está marcada uma manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), também contra o governo Bolsonaro.

Bolsonaro discursou em manifestação no 7 de setembro de 2021
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou em manifestação realizada em Brasília no 7 de setembro, quando fez ameaças ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes/Foto: Foto: Marcos Corrêa/PR

Apesar de reconhecer que não há tempo hábil para articular a participação dos movimentos de esquerda para o ato do dia 12 – haja vista existirem divergências políticas com o MBL, que foi um dos maiores apoiadores do golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que culminou com o impeachment, em 31 de agosto de 2016 – Molon acredita na possibilidade de construir atos que reúnam todos os partidos e militantes contra o governo Bolsonaro, em datas futuras.

“Bolsonaro é o senhor do caos. Ele aposta no caos e no confronto. É preciso lembrar que pesquisas apontam que para cada brasileiro que apoia o governo, existem dois que são contra. Dá pra construir para outubro um anto que unifique todo mundo, porque vai dar conforto a todos [os grupos para participarem] já na convocação”, analisou o deputado federal.

“Congresso precisa ser um problema para quem quer dar um golpe”, considera Molon

Para Alessandro Molon o pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sobre as ações e discursos de Bolsonaro no dia 7 de setembro foi muito “aquém do necessário”. “Era preciso que a Casa dissesse que basta dessa escalada autoritária. Afinal de contas, as ameaças foram feitas na frente do Congresso Nacional, para tentar intimidar o Judiciário e anunciar um golpe. Hoje era um dia para o presidente da Câmara ter dito ‘Basta! Não assistiremos inertes essa escalada’”, apontou o deputado, acrescentando que, acima de todos o partidos, na condição de presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira representa toda a Casa.

Molon também discordou da afirmação de Arthur Lira, quando afirmou que “uma democracia vibrante se faz com atos como os de ontem”. “Defender o fechamento do STF não é uma defesa válida na democracia. [o presidente da República] Não pode fazer o que fez. A pauta de quem defende o fechamento do Congresso Nacional é inaceitável. O congresso precisa ser um problema para quem quer dar um golpe”, finalizou.

Quarta Chamada conversou com o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) sobre reações ao dicurso antidemocrático de Jair Bolsonaro no 7 de setembro

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