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]]>“Cristiano demonstrava estar numa reunião com o presidente do Brasil. Hoje a gente sabe que a foto deve ser fake. Eu mal posso acreditar que alguém usaria uma imagem de 2019 para dizer que estava presente ali, como se fosse em 2021″, declarou ao programa.
O empresário também relatou que Carvalho teria enviado um currículo informando ter doutorado em Harvard e assinava suas mensagens como “professor-doutor”.
Ele evitou explicar de onde viriam as 400 milhões de doses prometidas. Justificou que teria a “alocação”, ou seja, uma reserva destinada a outra companhia. “A empresa detentora de uma alocação de vacinas não nos passou o contrato que tinha com o fabricante. Então não sei como conseguiram essa alocação. Mas nos mostraram documentos e comunicações que nos convenceram que eles tinham a alocação”, explicou.
O empresário disse não ter desconfiado da transação, nem ter achado estranho o número tão grande de intermediários na negociação com o governo brasileiro. Explicou ao programa porque continuou com a oferta. “Por confiança e por querer seguir em frente. Mas de agora em diante, vamos conhecer melhor os nossos parceiros antes de fazer negócios com eles”.
Por meio de seu advogado, Cristiano afirmou ao Fantástico desconhecer o e-mail citado por Cardenas e negou ter assinado qualquer comunicação como “professor doutor”. Sobre a foto, disse ter sido enviada em um grupo de WhastApp como brincadeira, em um momento de descontração, e não para parecer proximidade com o presidente.
A Davati Medical Supply entrou na mira da CPI da Pandemia após o policial militar e representante da companhia Luiz Paulo Dominguetti ter dito ao jornal ‘Folha de S.Paulo’ que teria recebido uma oferta de propina de US$ 1 por dose de vacina. O episódio teria acontecido em um shopping em Brasília durante um jantar com o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
Mensagens reveladas pela revista ‘Veja’ mostram Domingiuetti festejando a negociação. Em uma conversa com uma pessoa identificada como “Andrei compra vacina”, ele diz “Últimos dias de pobre! kkk”.
Dias foi ouvido pela CPI e negou o pedido de propina. Segundo ele, o encontro com Dominguetti foi acidental, versão na qual o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), não acreditou. Foi decretada a prisão em flagrante do ex-diretor.
Cristiano também depôs à CPI. Ele contradisse Dominguetti e afirmou ter sido procurado pelo policial militar já com a intenção de vender vacinas. Ele também relatou conversas com oito representantes do Ministério da Saúde para agilizar a aquisição de vacinas da Jansen e AstraZeneca.
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]]>As negociações entre a empresa estadunidense e a pasta da Saúde foram firmadas sem que houvesse qualquer comprovação da existência dos lotes com os imunizantes. Os laboratórios produtores já haviam informado também que não trabalhavam com qualquer tipo de intermediação nos acordos com governos.
Em uma das reuniões de ajuste das transações, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti (autodenominado representante da Davati) diz ter recebido uma demanda de propina no valor de US$ 1 por dose para, assim, viabilizar a compra de 400 milhões de vacinas da Astrazeneca.
Após ser diversas vezes questionado sobre esse episódio, Cristiano Carvalho confirmou os encontros e as cobranças de propina, coordenadas por oito autoridades da Saúde, incluindo o ex-número dois da pasta Élcio Franco.
Segundo o depoente, no dia 12 de março, ele e Dominguetti participaram de uma reunião no Ministério da Saúde intermediada pelo reverendo Amilton Gomes, da instituição privada denominada Secretaria de Assuntos Humanitários (Senah), e pelo coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil.
Já no ministério, o grupo se encontrou com o coronel Cleverson Boechat (então diretor de Planejamento da Saúde), com o coronel Marcelo Pires (então diretor de Programas da Saúde) e Élcio Franco (então secretário-executivo da Saúde).
Passados três dias, o dono da Davati, Herman Cárdenas, encaminhou a Élcio Franco um comunicado oficial oferecendo a troca do imunizante da AstraZeneca por doses da vacina produzida pela Jansen. A justificativa dada pelo empresário era de que o produto seria mais barato e poderia ser administrado em dose única.
Ainda segundo Carvalho, Blanco e Helcio Bruno eram os principais interessados no avanço dessas negociações.
Durante seu depoimento à CPI, Cristiano Carvalho citou o envolvimento de oito autoridades. São elas:
De acordo com o depoente, Élcio se encontrou com os representantes da Davati no dia 12 de março – nessa reunião não houve acordo de propinas. Dias depois, o coronel recebeu o comunicado enviado pela sede da empresa, que tratava a troca das vacinas AstraZeneca por doses da Jansen.
O e-mail sobre o imunizante da Janssen não foi respondido, e Élcio Franco foi exonerado do Ministério em 26 de março. Hoje, ocupa cargo no Palácio do Planalto.
“Eu acredito que, logo depois, ele foi exonerado do cargo – dez dias depois se eu não me engano –, e não teve nem tempo de ele retornar, nada mais, porque, dois dias depois dessa reunião, o próprio general Pazuello já tinha dado indícios de que ele sairia do cargo por questões médicas. Neste caso do Elcio Franco, eu acredito que não foi concluído porque realmente ele não fazia mais parte do ministério, dois ou três ou quatro dias depois”, afirmou Carvalho.
Dias foi acusado por Dominghetti de ter cobrado propina nas tratativas envolvendo a vacina da AstraZeneca. O sargento, durante depoimento à Comissão, negou a ocorrência e chamou o PM de “picareta”.
“Comprador do Ministério da Saúde do Brasil. Comigo, [a relação] foi estritamente comercial a respeito das vacinas. […] Conforme é documentado e periciado, várias vezes ele me ligou e mandou mensagens”, declarou Carvalho.
Carvalho confirmou que se referia diretamente a Blanco quando, em troca de mensagens com Dominghetti, interceptadas pela CPI, disse que só havia “FDP” no Ministério da Saúde.
“Peço até desculpas pelo termo, mas eram mensagens que a gente trocava. Sobre isso, acho que até me excedi. Na verdade, o que eu estava me referindo é como eu passei a negociar com o senhor [Marcelo] Blanco, aqui, eu me referia a esse tipo de negociação que tinha sido instaurada. Que aparentemente, o Roberto Dias havia indicado o Blanco para negociar comigo. Ele falava em nome do Roberto Dias o tempo todo”, disse.
Segundo o representante da Davati, Blanco avançou nas negociações com ele e com Dominghetti.
“Ele era responsável pelos pagamentos dos insumos no Ministério da Saúde”, alegou Carvalho. O representante comercial da Davati disse que o encontro de 12 de março aconteceu justamente no gabinete do coronel Boechat.
“Se eu não me engano é no segundo andar. Foi lá que ele nos recebeu. E o coronel Pires e o coronel Elcio Franco também nos receberam dentro do gabinete do coronel Boechat. Dentro dessas tratativas e conversas dentro do Ministério da Saúde, não houve nada que desabonasse nenhum desses coronéis servidores públicos que estavam na reunião”, afirmou.
Carvalho confirmou a manifestação de interessa na aquisição das vacinas por parte do coronel Pires: “Nas mensagens, ele diz que sim e faz bastante perguntas”.
“Acredito que ele era uma espécie de assistente de ordens do coronel Élcio Franco. Ele fez vários tipos de perguntas sobre a entrega, sobre o produto, não diretamente para mim. Diretamente para o coronel Hélcio Bruno, com H, que o coronel repassou para mim e eu disponibilizei”, complementou Carvalho.
Segundo informações do vice-presidente da CPI Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Guerra é também assessor do adido militar da embaixada do Brasil nos Estados Unidos.
Carvalho disse que “o coronel Guerra atuou somente como o porta-voz do Herman nos Estados Unidos, não teve influência alguma na negociação. Só transmitia as informações que a ele eram passadas”.
O depoente afirmou que uma pessoa identificada como “Odilon” seria um dos intermediadores da negociação. Randolfe disse que ele também é coronel, mas não declarou a qual das Forças Armadas ele possui ligação.
“O Odilon é coronel? Eu não tenho esse conhecimento. Ele aparece como um dos intermediadores da negociação”, rebateu Carvalho.
Posteriormente, o representante da Davati relacionou o nome “Odilon” ao suposto pedido de propina para negociar as doses da Astrazeneca – Carvalho, no entanto, utiliza a expressão “comissionamento”.
“A informação que veio a mim, vale ressaltar isso, não foi o nome propina. Ele usou comissionamento. Ele se referiu a esse comissionamento sendo do grupo do tenente-coronel Blanco e da pessoa que o tinha apresentado ao Blanco, que é de nome Odilon”, afirmou Cristiano.
As mensagens obtidas pela CPI no celular de Luiz Paulo Dominghetti mostram um contato identificado como Guilherme Filho Odilon. O PM enviou a ele a seguinte mensagem: “Estamos negociando algumas vacinas em números superiores a 3 milhões de doses. Neste caso a comissão fica em 0,25 centavos de dólar por dose”.
“O Laurício foi quem apoiou a compra, através da Senah. Agendou reuniões e, inclusive, indicou que fosse copiado o Élcio Franco nos e-mails. Deu todas as credenciais necessárias para que pudéssemos avalizar que a Senah poderia concluir o negócio”, confirmou Carvalho.
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]]>A versão do depoente, no entanto, contradiz as declarações de Dominghetti à CPI, que se justificou como designado pela companhia Davati para comercializar lotes de vacinas no Brasil.
O representante oficial da empresa alegou que, até o início do ano, sequer conhecia o policial: “Eu conheci o senhor Dominghetti através de um colega em comum, o Rafael Alves […] no início de janeiro, primeira quinzena de janeiro, aproximadamente. Que ele tinha uma demanda de vacinas do Ministério da Saúde, e até então eu não falei com ele. Eu só vim a ter contato telefônico com ele no dia 10 de fevereiro, até então ele tratava com o Rafael Alves”.
“Eu sempre fui incrédulo da situação da venda, comercialização de vacinas. Nunca dei muita atenção para isso, comecei a dar um pouco de atenção quando começaram a chegar a mim contatos oficiais do Ministério da Saúde, e-mails, telefonemas. Aí, comecei a dar maior atenção”, complementou Carvalho.
Questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre se a proposta de vender vacinas ao Ministério da Saúde chegou por intermédio de Dominghetti, o vendedor da Davati confirmou: “Sim, senhor. Ele já tinha uma parceria com a Senah, Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, e eles estavam buscando um fornecedor no exterior para sanar essa demanda que eles tinham entre eles. Precisamente como eles se conheceram, como chegaram um ao outro, vou ser bem sincero a Vossa Excelência que não tenho como dizer”.
Em junho, Dominghetti denunciou ao jornal ‘Folha de S.Paulo’ uma suposta cobrança de propina envolvendo a pasta da Saúde durante o processo de aquisição de vacinas. Já a organização privada Senah teria autorização, concedida pelo então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Laurício Cruz, para negociar imunizantes com a Davati – o fundador da Senah, reverendo Amilton de Paula, seria o responsável pela mediação das tratativas entre a Davati e o presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com Dominghetti, Rodrigo Dias, então diretor de Logística do Ministério da Saúde, pediu propina de US$ 1 por dose de vacina da empresa Astrazeneca durante a negociação do contrato de compra de 400 milhões de doses, tendo a Davati como intermediária dessa transação.
Dias, exonerado do cargo no mesmo dia em que as denúncias irromperam, afirmou em seu depoimento à Comissão que o pedido de propina inexistiu, e que Dominghetti é um “picareta”. A Davati por sua informou que o PM é um “vendedor autônomo” e negou ter convênio para venda da vacina produzida pela AstraZeneca. Em nota, a AstraZeneca afirmou que não possui intermediários no Brasil.
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