Arquivos milícia - Canal MyNews – Jornalismo Independente https://canalmynews.com.br/tag/milicia/ Nosso papel como veículo de jornalismo é ampliar o debate, dar contexto e informação de qualidade para você tomar sempre a melhor decisão. MyNews, jornalismo independente. Tue, 18 Feb 2025 16:47:27 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.7.2 Exclusivo: Roubo, resgate e lucro: O novo esquema que movimenta milhões no Rio; Confira números https://canalmynews.com.br/noticias/roubo-resgate-e-lucro-o-novo-esquema-que-movimenta-milhoes-no-rio-confira-numeros/ Mon, 17 Feb 2025 22:53:42 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=51992 Secretário de Segurança do Rio de Janeiro mostra uma nova modalidade e forma do tráfico fazer dinheiro no estado

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No Rio de Janeiro, o tráfico e a milícia diversificam suas fontes de renda dentro e fora de seus territórios. Além do tráfico de drogas, criminosos exploram novas oportunidades para movimentar dinheiro. O MyNews conversou com o Secretário de Segurança, Victor Santos, que revelou mais uma forma de atuação dessas organizações.

Crime organizado lucra mais com seguros do que com drogas

Segundo ele, somente 11% dos R$ 145 bilhões movimentados anualmente pelo crime vêm do tráfico de drogas. A maioria do dinheiro circula por outras atividades, principalmente fraudes na internet e no setor de seguros.

“Por que se utiliza tanto uma arma de guerra para roubar um carro no Rio de Janeiro? Porque isso também virou um negócio. No ano passado, observamos um índice alto de roubos de carros, mas também inúmeros veículos recuperados. Isso chamou a atenção. No passado, os criminosos desmontavam os carros roubados, vendiam as peças, clonavam os veículos ou os enviavam para outros estados. Hoje, porém, surgiu uma nova figura: o ‘rei do resgate’”, explica Victor.

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O esquema do resgate de veículos no Rio

O secretário detalha como esse modelo funciona. Segundo ele, os criminosos não sequestram os carros, mas atuam num sistema que envolve seguradoras e órgãos fiscalizadores. “As cooperativas de seguro entraram na jogada. O proprietário paga um valor muito menor do que um seguro convencional e coloca no vidro do carro um adesivo com o nome da cooperativa e um telefone”, afirma.

Quando um veículo é roubado, os criminosos o levam para dentro da comunidade e entram em contato com a empresa. Uma recuperadora terceirizada define os valores para devolução:

Motos: até R$ 3 mil

Sedãs: até R$ 5 mil

SUVs: até R$ 30 mil

“Agora, pense: não vale a pena para eles pagar R$ 30 mil por um carro avaliado em R$ 400 mil? Virou um negócio. Essa é mais uma fonte de renda para as organizações criminosas”, destaca o secretário.

Investigação em andamento no Rio de Janeiro

As autoridades já investigam esse esquema. “Percebemos que algumas delegacias recuperam mais veículos do que outras, enquanto certas cooperativas direcionam mais carros para unidades específicas. Isso indica um mercado muito aquecido. Mais uma vez, não estamos falando somente de criminalidade ou segurança pública, mas de economia”, conclui Victor Santos.

O MyNews solicitou esclarecimentos à SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) e recebeu a resposta nesta terça-feira (18) Confira:

“Até o início deste ano, não havia marco legal que permitisse a atuação de associações de proteção veicular e de cooperativas de seguros de automóveis. A fim de trazer maior segurança jurídica e proteção aos consumidores, o Congresso Nacional aprovou a Lei Complementar nº 213, publicada em 16 de janeiro de 2025, que estabelece regras para a operação dessas entidades no setor. Ao longo dos próximos meses, ocorrerá o cadastramento das entidades e a regulamentação do setor.

Adicionalmente, destacamos que a atuação de organizações criminosas em roubo e furto de veículos e a ocorrência de práticas ilegais associadas ao pagamento de resgates de veículos roubados são questões de segurança pública, que são de competência dos órgãos de segurança pública, para os quais a Susep está à disposição, sempre que requisitada.”, disse o órgão responsável em nota enviada ao MyNews.

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Segurança Pública no Rio de Janeiro: Domínio de facções afeta população e turistas https://canalmynews.com.br/brasil/seguranca-publica-no-rio-de-janeiro-dominio-de-faccoes-afeta-populacao-e-turistas/ Fri, 17 Jan 2025 15:48:06 +0000 https://localhost:8000/?p=50197 MyNews recebe Pedro Marcondes, formado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pela Academia de Polícia Militar, para conversa exclusiva

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A segurança pública no Rio de Janeiro continua como pauta principal no estado, independentemente de mudanças de governo. Os problemas permanecem os mesmos: guerra por territórios, roubo de cargas e, agora, um novo fator amplia a insegurança para moradores e turistas — pessoas que entram, por engano, em comunidades dominadas pelo tráfico.

O MyNews conversou com exclusividade com Pedro Marcondes Thut Medeiros, Capitão da Polícia Militar do Estado de São Paulo e formado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Ele respondeu a algumas perguntas sobre a insegurança carioca.

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R: Pedro Marcondes:
“Não existem soluções simples para problemas complexos. A situação no Rio de Janeiro representa um desafio para o poder público e exige esforço coordenado a longo prazo, com políticas sociais e de segurança pública. No curto prazo, pode-se considerar o reforço em ações de inteligência e operações direcionadas, além de maior foco em políticas de prevenção. É fundamental orientar turistas para evitar áreas controladas pelo crime organizado, planejar suas rotas com antecedência, evitar atalhos desconhecidos e buscar informações confiáveis sobre caminhos e áreas seguras.”

Pedro Marcondes / Foto: divulgação

Maior facção chega em áreas antes consideradas impossíveis

Nos últimos anos, o Comando Vermelho, maior facção do estado, avançou e tomou territórios antes dominados pela milícia. Pedro analisou formas de combater esse avanço e o crescimento do grupo.

R: Pedro:
“Esse crescimento se deve a uma combinação de fatores estratégicos, principalmente às fragilidades do Estado no enfrentamento ao crime organizado. Nos últimos anos, percebemos uma expansão nas atividades dessas organizações, que passaram a dominar não apenas o comércio de entorpecentes, mas também o comércio local de diversos produtos, como gás de cozinha e conexões irregulares de energia elétrica. Isso aumenta a influência do grupo sobre parte da população, garantindo a expansão territorial.”

Apesar de perder territórios, a milícia avança em outras áreas e nem sempre depende de um território fixo para ampliar suas atividades. Ela também tenta atuar no Carnaval e em outras esferas da sociedade. Como alterar esse cenário?

R: Pedro:
“Diferentemente do que muitos pensam, o crime organizado ocupa cada vez mais espaço no poder público. O Carnaval, por exemplo, já sofre influência do crime organizado em diversos estados, inclusive no Rio de Janeiro. Não ter um local fixo pode limitar algumas atividades, como o tráfico de drogas, mas, hoje em dia, as facções não se restringem mais ao tráfico. Para combater esses grupos, incluindo as milícias e outras facções criminosas infiltradas no poder público, é necessária uma abordagem focada em inteligência e depuração interna. Esse trabalho terá impacto direto nas demais atividades de segurança pública.”

Guarda municipal é a nova, velha pauta no Rio de Janeiro

Por fim, discute-se novamente a possibilidade de armar a Guarda Municipal do Rio de Janeiro. O município já conta com forças especializadas, como CORE e BOPE. Pedro opinou sobre a viabilidade de mais um grupo armado.

R: Pedro:
“A decisão de armar ou não a Guarda Municipal no Rio de Janeiro deve ser analisada com cuidado, considerando a missão constitucional, a área de atuação do efetivo e os índices criminais dessas localidades. É amplamente conhecido que, no Rio, quase toda a criminalidade tem acesso a armamento, inclusive de calibres restritos, que deveriam ser exclusivos das forças de segurança. Por isso, embora a GM tenha uma área de atuação distinta de outros grupos, é importante considerar que os criminosos não respeitam ‘áreas de atuação’. Talvez uma maior capilaridade no efetivo armado da segurança pública possa ampliar o poder de dissuasão e desestimular a atividade criminosa nessas localidades.”, finaliza Pedro.

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SAIBA COMO A TRAJETÓRIA DE VIDA DE UM CORONEL TRANSFORMOU SUA VISÃO DA POLÍCIA https://canalmynews.com.br/inseguranca-publica/43356/ Wed, 22 May 2024 23:29:30 +0000 https://localhost:8000/?p=43356 Luiz Eduardo Soares conversa com o coronel Ibis Pereira sobre uma trajetória de vida impressionante e que mudou sua visão da polícia.

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Em uma conversa entre o apresentador Luiz Felipe e o Coronel Ibes Pereira, ex-comandante geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, compartilha sua trajetória de vida, desde sua infância pobre até sua carreira na polícia, e como suas experiências o levaram a questionar o modelo policial tradicional.

O Coronel Ibes Pereira oferece uma visão crítica e reflexiva sobre o modelo policial tradicional, defendendo a necessidade de uma profunda reforma na instituição. Suas ideias desafiam o senso comum e propõem um novo paradigma para a segurança pública, baseado na paz, na justiça e no respeito aos direitos humanos.

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ENTENDA COMO A MILÍCIA JÁ FOI CONSIDERADA BOA E O QUE MUDOU https://canalmynews.com.br/inseguranca-publica/entenda-como-a-milicia-ja-foi-considerada-boa-e-o-que-mudou/ Wed, 22 May 2024 23:23:14 +0000 https://localhost:8000/?p=43353 UMA CONVERSA COM O DELEGADO VÍNICIUS JORGE

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Neste episódio do Insegurança Pública, Luiz Eduardo Soares conversa com o delegado Vinícius George sobre o início das milícias no Rio de Janeiro e a realidade de um subgrupo ao longo dos anos – até os dias atuais. Um bastidor imperdível para quem quer entender a história de uma organização criminosa que se mistura com a política brasileira.

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COMO AS COMUNIDADES LUTAM PARA SAIR DA INVISIBILIDADE E TER O DIREITO À SEGURANÇA GARANTIDO https://canalmynews.com.br/inseguranca-publica/como-as-comunidades-lutam-para-sair-da-invisibilidade-e-ter-o-direito-a-seguranca-garantido/ Wed, 22 May 2024 23:14:34 +0000 https://localhost:8000/?p=43347 Entrevistada mostra um panorama claro sobre a realidade das pessoas inseridas em uma cidade que as negligencia.

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Neste episódio de Insegurança Pública, o antropólogo, cientista político e escritor brasileiro, Luiz Eduardo Soares, considerado como um dos mais importantes especialistas em segurança pública do Brasil, conversa com Eliana Silva, educadora, ativista social e diretora fundadora da Redes da Maré, que possui cerca de 20 projetos vinculados a cinco eixos de atuação: Desenvolvimento Territorial; Educação; Arte e Cultura; Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça; Identidades, Memória e Comunicação.

Eliana conta aqui como a invisibilidade e os estigmas ligados às comunidades podem interferir nos projetos de políticas públicas e fazer com que as pessoas tenham que lutar por direitos que deveriam ser garantidos, como a segurança pública. Com um olhar de quem viveu e vive as comunidades em sua essência, Eliana consegue mostrar um panorama claro sobre a realidade das pessoas inseridas em uma cidade que as negligencia.

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DELEGADO DA POLÍCIA CIVIL DO RIO FALA DO COMBATE AO CRIME ORGANIZADO: “ME CHOQUEI” https://canalmynews.com.br/inseguranca-publica/delegado-da-policia-civil-do-rio-fala-do-combate-ao-crime-organizado-me-choquei/ Wed, 22 May 2024 23:10:44 +0000 https://localhost:8000/?p=43344 Luiz Eduardo Soares recebe o delegado da polícia civil do Rio de Janeiro Cláudio Ferraz

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Neste episódio do Insegurança Pública, Luiz Eduardo Soares recebe o delegado da polícia civil do Rio de Janeiro que fala sobre desafios e aprimoramentos em relação ao enfrentamento do crime organizado. Conheça os bastidores da guerra contra o crime, como o trabalho funciona e o tamanho do problema.

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VEJA COMO A INSEGURANÇA PÚBLICA AFETA A VIDA NAS COMUNIDADES https://canalmynews.com.br/inseguranca-publica/veja-como-a-inseguranca-publica-afeta-a-vida-nas-comunidades/ Wed, 22 May 2024 23:02:31 +0000 https://localhost:8000/?p=43341 PESQUISADORA TAINÁ ALVARENGA REVELA O DIA A DIA

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O episodio apresenta a trajetória de Tainá Alvarenga, doutoranda da UFRJ e coordenadora do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça da Rede da Maré, uma organização que atua na defesa dos direitos humanos na comunidade da Maré no Rio de Janeiro.

“A segurança pública acabou me atravessando a partir do momento que eu comecei a fazer trabalhos de pesquisa e também a trabalhar como assistente social em territórios de Periferia.” diz a entrevistada.

Tainá descreve como seu interesse pela segurança pública surgiu a partir de seu trabalho como assistente social em territórios periféricos, onde presenciou os impactos da violência armada na vida das pessoas. Ela também relata sua experiência como pesquisadora, estudando os processos de remoção forçada e a chegada de grupos paramilitares em comunidades como Jesuítas, no contexto do programa Minha Casa Minha Vida.

A partir dessa experiência, Tainá passou a atuar na Rede da Maré, onde coordena o eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça. O trabalho da Rede da Maré inclui o monitoramento de violações de direitos humanos, a realização de ações de advocacia e a promoção de alternativas à violência.

No vídeo, Tainá discute os desafios da segurança pública nas comunidades e apresenta algumas das ações da Rede da Maré para promover a paz e a justiça. Ela também reflete sobre a importância da participação da comunidade na construção de soluções para os problemas de violência.

A conversa oferece um panorama rico e informativo sobre a realidade da violência armada nas comunidades e o trabalho de ativistas como Tainá Alvarenga na luta por justiça e paz. O vídeo é recomendado para todos que se interessam por questões de segurança pública, direitos humanos e justiça social.

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SAIBA COMO ATUAM AS MILÍCIAS https://canalmynews.com.br/inseguranca-publica/saiba-como-atuam-as-milicias/ Wed, 22 May 2024 22:56:06 +0000 https://localhost:8000/?p=43338 CONVERSA COM RAFAEL SOARES, AUTOR DO LIVRO MILICIANOS

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Neste episodio apresentado pelo o antropólogo, cientista político e escritor brasileiro, Luiz Eduardo Soares, discute o livro “Milicianos” do autor Rafael Soares, que investiga como agentes formados para combater o crime se converteram em criminosos.

A conversa apresenta uma análise crítica da realidade da segurança pública no Brasil, convidando o público a refletir sobre os desafios e as soluções para a problemática das milícias e da violência policial.

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DEPOIS DE 25 ANOS PRESO, ODIR SANTOS CONTA TUDO SOBRE PRESÍDIO E SUPERAÇÃO https://canalmynews.com.br/inseguranca-publica/depois-de-25-anos-preso-odir-santos-conta-tudo-sobre-presidio-e-superacao/ Wed, 22 May 2024 22:48:29 +0000 https://localhost:8000/?p=43335 O episodio apresenta a história de Odir Santos

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Na estreia da série Insegurança Pública, o antropólogo, cientista político e escritor brasileiro, luiz Eduardo Soares, considerado como um dos mais importantes especialistas em segurança pública do Brasil, conversa com Odir Santos, que passou 25 anos preso e atualmente é um exemplo de superação e lidera projetos culturais.

O episodio apresenta a história de Odir Santos, que passou 25 anos preso por tráfico de drogas. Após ser libertado, ele fundou o projeto “Encontro das Artes” para ajudar outros ex-presos a se reintegrarem à sociedade através da arte.

A historia de Odir Santos é um relato inspirador sobre a superação e a esperança. Ele mostra que é possível recomeçar a vida após um passado difícil, com a ajuda da arte e do apoio social. O vídeo também levanta importantes questões sobre o sistema prisional brasileiro e a necessidade de políticas públicas que facilitem a reintegração social dos ex-presos.

 

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Câmara decide manter prisão do deputado Brazão: veja os 129 deputados que votaram contra prisão https://canalmynews.com.br/politica/camara-decide-manter-prisao-do-deputado-brazao-veja-os-129-deputados-que-votaram-contra-prisao/ Thu, 11 Apr 2024 04:41:27 +0000 https://localhost:8000/?p=42887 Manutenção da prisão do congressista acusado de mandar matar Marielle Franco foi considerada apertada: 277 votos a favor, 129 contra e 28 abstenções

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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (10) o parecer que determina a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, preso por obstrução de Justiça no dia 24 de março, por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro, Chiquinho Brazão está sob a égide de ser inviolável e só pode ser preso em flagrante de crime inafiançável, segundo a Constituição Federal. Nestas situações, os autos são remetidos à Câmara ou ao Senado para que a maioria absoluta da Casa (no caso da Câmara, o voto de 257 deputados) decida, em voto aberto, sobre a prisão.

Nesta quarta, por 39 votos a 25, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou a manutenção da prisão do deputado e o caso seguiu para o plenário da Câmara, que tomou a decisão final em votação com 277 deputados favoráveis à prisão. Foi uma votação considerada apertada, onde 129 votaram contra e foram registradas 28 abstenções.

O parecer do relator do caso Brazão na CCJ, Darci Matos (PSD-SC), afirma que foi configurado o flagrante do crime apontado e também os “atos de obstrução” da investigação e declarou entendimento de que “as prerrogativas dos parlamentares são para proteger a sua atuação. Não podemos admitir que se utilize a imunidade parlamentar como escudo para a prática de crimes”

De outro lado, o advogado de defesa de Chiquinho Brazão, Cleber Lopes, questionou o flagrante: “A Polícia Federal está investigando há meses. Estivesse o deputado em flagrante delito, será que a Polícia Federal teria protegido o parlamentar e não o teria prendido em flagrante?”

A mobilização de partidos pela soltura de Brazão ganhou força e preocupou parlamentares até o momento da votação decisiva. O PSol, partido de Marielle Franco, chegou a fazer uma campanha nas redes no sentido de tentar reverter votos contra a prisão. De outro lado, parte dos parlamentares está convicta de que não houve fundamentação para a prisão do deputado e alguns consideraram a estratégia de marcar presença no plenário, mas sem votar. Dessa forma, evitariam o julgamento da população no caso de a prisão ter sido revogada.

A votação em plenário seguiu um rito de exposição baixa dos parlamentares, sem apresentações de argumentos favoráveis ou contrários na tribuna e a maioria dos partidos optou por liberar os deputados a votar segundo sua própria consciência. Ao final, já com o resultado por manter Chiquinho Brazão preso, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), informou que a decisão será comunicada ao Supremo Tribunal Federal.


Confira lista com os nomes e partidos dos 129 deputados que votaram pela soltura de Brazão no Segunda Chamada, que recebeu a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) para comentar o caso com Mara Luquet, João Bosco Rabello, Afonso Marangoni e Chico Otávio:

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Marielle, o Rio de Janeiro e a anomia https://canalmynews.com.br/politica/rodrigo-augusto-prando/marielle-o-rio-de-janeiro-e-a-anomia/ Wed, 03 Apr 2024 22:54:02 +0000 https://localhost:8000/?p=42823 Ideologia, posições políticas, fake news e distintas teorias da conspiração povoaram o imaginário popular e dos atores políticos.

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Ao que tudo indica, estamos chegando à resolução do crime que vitimou vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.

Já se sabia quem havia executado o crime, faltava, porém, os mandantes e a motivação. As investigações chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e lá foi homologada a delação premiada de Ronie Lessa, executor de Marielle. Nesta delação, foram implicados os irmãos Brazão – Chiquinho Brazão (deputado federal) e Domingos Brazão (Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio) e Rivaldo Barbosa, que chefiava a Polícia Civil do Rio de Janeiro à época dos assassinatos. No que tange à motivação, as investigações da Polícia Federal (PF) indicam que Marielle foi morta por sua atuação contra um esquema de loteamentos de terra em áreas dominadas pela milícia na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O tempo decorrido desde o crime até as últimas prisões, foi, simbolicamente, no campo político, um tempo de uma pergunta que não tinha resposta: “Quem matou Marielle?”. Ideologia, posições políticas, fake news e distintas teorias da conspiração povoaram o imaginário popular e dos atores políticos.

Segundo Luiz Carlos Azedo, jornalista e arguto analista da política brasileira, temos que “A prisão do deputado federal Chiquinho Brazão, que tem foro privilegiado, rompe a blindagem do esquema mafioso, porque o caso está no Supremo, saiu da esfera da Justiça fluminense. O ministro Gilmar Mendes, do STF, diante dos fatos, disse que é preciso refundar as instituições políticas e os órgãos de segurança pública do Rio de Janeiro. Ainda, de acordo com Azedo: “Essas conexões são conhecidas nos meios policiais, jurídicos e políticos, mas estavam blindadas pela profundidade e extensão do crime organizado e pelo pacto de silêncio entre as autoridades no Rio de Janeiro. A maioria não se manifesta porque tem medo de morrer, como aconteceu com Marielle”.

O cenário da violência, no Brasil, é um dos temas de maior preocupação dos cidadãos e isso é, empiricamente, captado e demonstrado por meio de pesquisas. Nas aulas introdutórias de Ciência Política, ensina-se que, dentre muitos dos autores que tratam do Estado, temos, em Max Weber, uma importante definição: o Estado caracteriza-se pelo monopólio legitimo da violência. Assim, somente o Estado e suas instituições podem, dentro da lei, por meio de suas Forças Armadas e de suas polícias, exercer a violência, caso seja necessário. Por isso, um traficante e um miliciano, por exemplo, têm poder (possuem armas e capacidade de coação, intimidação e até agressões fatais), mas não têm autoridade – que é um poder autorizado, alicerçado sobre as leis, num Estado Democrático de Direito. Infelizmente, no Rio de Janeiro as fronteiras entre poder, autoridade, Estado, violência, crime e instituições estão, há tempos, se dissolvendo, criando aquilo que, na Sociologia, é definido como anomia, um estado no qual há clara ausência de normas, regras e dos laços de solidariedade no bojo da sociedade. Em verdade, contraditoriamente, a anomia tornou-se normal.

Refundar as instituições políticas e os órgãos de segurança do Rio de Janeiro, conforme asseverou Gilmar Mendes, é urgente, sem dúvida. A questão é que envolve uma complexa relação entre as instituições, a cultura política e própria cultura e comportamento de indivíduos e grupos. Como, enfim, consertar o motor com o carro em movimento e acelerando? Uma sugestão de leitura, se me permitem: “A república das milícias”, de Bruno Paes Manso, da Editora Todavia, de 2020.

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Chiquinho Brazão diz que tinha “ótima relação” com Marielle https://canalmynews.com.br/politica/chiquinho-brazao-diz-que-tinha-otima-relacao-com-marielle/ Wed, 27 Mar 2024 22:03:09 +0000 https://localhost:8000/?p=42789 Deputados da CCJ pediram vista e adiaram análise sobre prisão

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O deputado federal Chiquinho Brazão, detido no último domingo (24) acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, disse nesta terça-feira (26) que tinha uma “ótima relação” com a vereadora.

Em manifestação online, durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que analisa a prisão preventiva do parlamentar, ele disse que o que houve entre ele e Marielle foi uma “simples discordância de pontos de vista” em relação ao projeto de lei que regulamentava os condomínios irregulares na cidade do Rio de Janeiro.

“A gente tinha um ótimo relacionamento, só tivemos uma vez um debate, onde ela defendia a área de especial interesse, que eu também defendia. Marielle estava do meu lado na mesma luta”, argumentou o parlamentar, preso em Brasília, pedindo que os deputados revejam a decisão sobre sua prisão. Como Brazão é parlamentar federal, a prisão precisa ser aprovada pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados.

O relatório da Polícia Federal cita como motivação para o assassinato a divergência entre Marielle Franco e o grupo político do então vereador Chiquinho Brazão em torno do Projeto de Lei (PL) 174/2016, que buscava formalizar um condomínio na Zona Oeste da capital fluminense.

O relator do caso na CCJ, deputado Darci de Matos (PSD-SC), defendeu a manutenção da prisão do parlamentar. Segundo ele, a prisão respeitou as exigências constitucionais que dizem que a detenção de um parlamentar só pode ser feita em flagrante e por crime inafiançável.

O advogado de Chiquinho Brazão, no entanto, pediu a revogação da prisão de seu cliente. “Estamos diante de um claro exemplo de uma prisão ilegal que deve ser imediatamente relaxada, como determina a Constituição Federal”, disse Cleber Lopes de Oliveira.

Segundo ele, não há prisão em flagrante no caso de Brazão, e sim prisão preventiva, o que não está previsto na Constituição para a detenção de um parlamentar. “Além disso, o delito não está no rol dos crimes inafiançáveis, então não há possibilidade de prisão em flagrante do parlamentar por isso”, argumenta.

O advogado também sustentou a incompetência do Supremo Tribunal Federal (STF) para decretar a prisão do deputado, já que o parlamentar só tem prerrogativa de foro privilegiado, ou seja, de ter seus processos encaminhados ao STF, se o crime tiver sido cometido durante o mandato e em razão do mandato. O crime ocorreu em 2018 e Brazão assumiu o mandato em 2019.

Durante a reunião da CCJ, os deputados federais Gilson Marques (Novo-SC) e Roberto Duarte (Republicanos-AC) pediram vista para analisar se a prisão preventiva foi legal, argumentando que não tiveram tempo de avaliar o relatório da Polícia Federal, a decisão de prisão do ministro do Supremo Alexandre de Moraes nem o relatório de Darci de Matos.

Presidência da Câmara

Após a decisão da CCJ, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que serão disponibilizadas aos parlamentares e líderes da Casa todas as informações sobre o inquérito da Polícia Federal, para que as bancadas possam se posicionar com clareza sobre o tema.

“Estamos providenciando para todas as assessorias todo o material que foi entregue à Presidência da Câmara para que todos tenham esse prazo para se posicionarem com todo o zelo e cuidado que o assunto requer”, disse.

O prazo para retomar a análise na CCJ após o pedido de vista é de duas sessões da Câmara.

Segundo Lira, o pedido de vista não traz prejuízo para o processo e para a investigação.

“Todo o tempo que transcorrer é em desfavor do réu, que continuará preso até que o plenário da Câmara se posicione em votação aberta”, explicou Lira.


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Combater milícias exige cortar na própria carne https://canalmynews.com.br/colunistas/cid-benjamin/combater-milicias-exige-cortar-na-propria-carne/ Mon, 25 Mar 2024 20:49:04 +0000 https://localhost:8000/?p=42768 Quando surgiram, elas diziam combater a criminalidade, inibindo a ação de pequenos criminosos, impedindo o tráfico de drogas e começando a cobrar dos moradores uma taxa de proteção

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Quando as milícias apareceram no Rio de Janeiro, o perigo foi subestimado por muita gente. Políticos de uma direita mais moderada, como César Maia e Eduardo Paes, as defendiam. Em 2007, às vésperas dos Jogos Pan-Americanos, Cesar Maia as classificava de “autodefesa comunitária”. A bem da verdade tanto ele como Paes mudaram o discurso. Mas houve gente que, desde o início, defendeu o combate às milícias como prioridade na segurança pública, mesmo sabendo das dificuldades. E essas são muitas. Combater milícias exige cortar na própria carne.

Daqueles dias em diante, o problema só ganhou corpo.

Assim como a máfia italiana, no Rio de Janeiro as milícias têm atividades criminosas em vários campos do aparelho de Estado. Formada principalmente por policiais, ex-policiais e bombeiros (que têm licença para portar armas de fogo…), têm acordos espúrios com autoridades nos três poderes da República.

Quando surgiram, elas diziam combater a criminalidade, inibindo a ação de pequenos criminosos, impedindo o tráfico de drogas e começando a cobrar dos moradores uma taxa de proteção. Mas quem não pagasse, sofria retaliações. Só que, expulsos os traficantes, a milícia assumiu o comércio de drogas, pois o mercado consumidor não desapareceu com a saída dos antigos fornecedores. Em muitos casos, foi negociada a volta dos antigos traficantes, que passaram a pagar um imposto aos milicianos.

Com o tempo, estes últimos assumiram o controle de qualquer atividade que envolvesse dinheiro, proibindo a presença de concorrentes. Grilagem de terras e especulação imobiliária, com a construção e venda de imóveis, venda de botijões de gás, fornecimento de água por carros pipa ou transporte alternativo com vans, acesso à internet, entre outras. A morte de Marielle ocorreu porque sua atividade como vereadora incomodou a família Brazão, que grilava terrenos na região de Jacarepaguá.

Milicianos passaram a funcionar também como matadores de aluguel. E se tornaram mão-de-obra especializada para bicheiros que, de tempos em tempos envolvem-se em disputas armadas.
Aos interessados em conhecer com mais detalhes essa relação entre milicianos e bicheiros recomendo a série “Vale o escrito”, disponível no GloboPlay.

O controle territorial e político de um grande número de comunidades adubou a aliança entre milicianos e políticos inescrupulosos em busca de votos. Em geral, a aliança se deu com políticos de direita, mas, para surpresa de muitos, não só desses. Hoje, tal como ocorre com a máfia italiana, a milícia está em vários pontos do aparelho de Estado ou têm influência direta neles. A família Bolsonaro sempre protegeu milicianos, chegando a condecorá-los. Seus filhos tinham como assessores ex-policiais matadores, chefes de milícia.

Os irmãos Brazão foram presos pela PF, juntamente com o ex-chefe de polícia. Mas sempre se soube que eram mafiosos. Um dos irmãos Brazão é deputado federal. Outro foi eleito pela Assembleia Legislativa para o Tribunal de Contas do estado. Um deles lançou o filho, há poucos dias, pré-candidato a vereador, num ato com a presença prefeito do Rio, Eduardo Paes. Uma deputada estadual contra a qual há provas de vínculo com milícias – tinha até um codinome, “madrinha” – está sendo protegida por seus pares na Assembleia Legislativa e não teve o mandato cassado. E por aí vai.

Até recentemente uma deputada federal acusada de ligação com milícias era ministra de Lula. E, mesmo agora, depois que os Brazão estão presos, acusados de mandantes da morte de Marielle, o vice-presidente nacional do PT veio a público defender um deles, pondo em dúvida as conclusões da Polícia Federal, mesmo sem qualquer argumento consistente.

Isso tudo dá a medida da complexidade do problema, caso se queira, de fato, combater as milícias. Tudo pode ser resumido numa frase: combater as milícias exige cortar na própria carne.

Resta saber se os governos, os partidos e as demais instituições do Estado estão dispostos a fazer isso.

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STF homologa delação de Lessa sobre assassinato de Marielle https://canalmynews.com.br/politica/stf-homologa-delacao-de-lessa-sobre-assassinato-de-marielle/ Wed, 20 Mar 2024 06:31:12 +0000 https://localhost:8000/?p=42731 Ex-policial deu informações que podem apontar mandante do crime

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou, na noite desta terça-feira (19), que o assassino da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes – o ex-policial militar Ronnie Lessa -, fechou um acordo de delação premiada, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O caso está sendo conduzido na Corte pelo ministro Alexandre de Moraes.  

“Nós sabemos que essa colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos, que nos levam a crer que brevemente nós teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco. O processo segue em segredo de justiça, como todos sabem”, afirmou Lewandowski, em pronunciamento à imprensa, após ter recebido um comunicado oficial de Moraes sobre a homologação da delação.

Os assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes completaram seis anos na semana passada. Até o momento, somente os executores do crime foram identificados e presos.

Após o anúncio feito por Lewandowski, o Supremo informou que a delação de Lessa foi homologada após Alexandre de Moraes verificar que as regras da Lei nº 12.850/13 (Lei da Delação) foram cumpridas. Foram avaliados os requisitos de legalidade, adequação dos benefícios e dos resultados da colaboração.

Ontem (18), o gabinete do ministro realizou uma audiência com Ronnie Lessa e confirmou que a delação foi assinada de maneira voluntária.

Com a homologação, o inquérito será devolvido à PF para continuidade das investigações.

processo que apura quem foram os mandantes do duplo assassinato foi enviado ao STF há poucos dias. A investigação procura saber quem atuou como mandante das mortes. Como o inquérito está em segredo de justiça, ainda não é possível obter detalhes sobre os motivos que levaram a Polícia Federal (PF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o processo tramitava, a enviar o caso ao Supremo.

Nas questões criminais, cabe ao STF o julgamento de autoridades com foro privilegiado na Corte, como deputados federais e senadores. Dessa forma, uma das justificativas para a remessa da investigação pode ser a citação do nome de alguma autoridade com foro no tribunal. Contudo, o motivo da movimentação da investigação não foi confirmado pela Polícia Federal.

Em outro processo sobre a investigação, o policial militar reformado Ronnie Lessa deve ser levado a júri popular. Ele foi o autor dos disparos. Lessa está preso desde 2019, pelo crime, e foi expulso da PM no ano passado.

As especulações sobre uma delação premiada de Ronnie Lessa já vinham aparecendo no noticiário nos últimos meses, mas eram negadas pela PF. Além dele, o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que dirigia o carro usado no crime, tem um acordo de delação premiada fechado com os investigadores, cujos detalhes foram divulgados ainda no ano passado.

Em postagem nas redes sociais, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, demonstrou otimismo com as investigações a partir desta nova delação.

“As notícias que acabam de sair com os avanços da investigação sobre o caso da minha irmã e do Anderson, nos dão fé e esperança de que finalmente teremos respostas para esse assassinato político, covarde e brutal. O anúncio do Ministro Lewandowski a partir do diálogo com o Ministro Alexandre de Moraes é uma demonstração ao Brasil de que as instituições de Justiça seguem comprometidas com a resolução do caso”, escreveu.

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Partido Miliciano, o sujeito oculto da política nacional https://canalmynews.com.br/politica/politica-com-bosco/partido-miliciano-o-sujeito-oculto-da-politica-nacional/ Mon, 29 Jan 2024 23:49:52 +0000 https://localhost:8000/?p=42221 Ao permitir a fusão de interesses distintos com uma pauta de valores comum apenas na aparência, a direita corre o risco de associar sua imagem – e suas biografias individuais – a temas que são caros apenas aos milicianos. E comprometer-se com uma associação criminosa infiltrada no parlamento

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Apenas 12 dos 28 partidos e federações que disputaram as eleições de 2022 conseguiram alcançar a cláusula de desempenho fixada pela Emenda Constitucional 97, de 2017. De lá para cá, somente essas 12 legendas têm acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda gratuita de rádio e televisão.

As novas regras em vigência desde 2018 impuseram às 16 legendas que não alcançaram o critério de desempenho três alternativas de sobrevivência – a fusão, incorporação ou federação com aquelas que obtiveram melhor desempenho nas urnas.

Bom para a política, esse enxugamento deu mais nitidez ideológica ao sistema partidário, com prevalência da corrente conservadora. Porém, nessa contabilidade partidária o sujeito oculto é o Partido Miliciano, infiltrado na direita como um cavalo de Tróia.

Camuflado em legendas majoritárias, serve-se do dinheiro público destinado ao desenvolvimento das atividades partidárias para alavancar sua estratégia de ampliação territorial. Como fez no Rio, a partir da Assembleia Legislativa.

Essa turma abraça as pautas conservadoras, embora pouco ou nada lhe importem os valores religiosos e morais da direita tradicional. O faz pela conveniência de atrair essa direita para temas próprios que aparentam similaridade ideológica.

Importa-lhes não aprimorar a política antidrogas e materializar um braço parlamentar do crime, blindando-se no bolsonarismo para impedir a ação dos poderes constituídos e consolidar-se como um poderoso grupo paramilitar a serviço de um estado paralelo, cujo comando divide com o tráfico.

Ao permitir a fusão de interesses distintos com uma pauta de valores comum apenas na aparência, a direita corre o risco de associar sua imagem – e suas biografias individuais – a temas que são caros apenas aos milicianos. E comprometer-se com uma associação criminosa infiltrada no parlamento.

É quando, por exemplo, a bancada do agronegócio defende a política bolsonarista de armar cada morador de Copacabana, quando o que lhe importa é garantir o direito de defender suas propriedades no campo.

Nesse contexto se inserem as recentes operações de busca e apreensão nos gabinetes parlamentares dos deputados Alexandre Ramagem e Carlos Jordy, cada um, a seu modo, flagrado em crimes contra o Estado.

Ambos são os únicos beneficiados , nesse momento, pela mobilização da direita contra o STF em decorrência do episódio. A soberania do Legislativo, nesse caso, é mero pretexto para acobertamento de ambos.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o do Senado, Rodrigo Pacheco, parecem já entender esses riscos. Evitaram dar repercussão às operações da PF contra Ramagem e Jordy. Mas se tornaram alvo indiscriminado da direita, novamente contaminada pelos interesses milicianos.

A carga sobre ambos para que comprem a briga contra o STF aumentou e levou Pacheco a abdicar de seu estilo mineiro e polido para desancar o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que o chamara publicamente de “frouxo” por não agir contra Alexandre de Moraes.

O que mobiliza a direita contra o STF não é a mesma causa que mobiliza a milícia. Esta pretende neutralizar o STF para escapar da prisão; aquela pretende limitá-lo à interpretação da Constituição e impedi-lo de ultrapassar a fronteira entre o intérprete da Constituição e o legislador.

Tem-se que o agronegócio não precisa dos milicianos para enfrentar sua batalha com o STF, como estes precisam da direita para materializar a guerra contra o Judiciário, em nome da liberdade para delinquir. A direita pode resolver suas contendas pela via política; as milícias, não.

O experiente advogado de muitos políticos, de diferentes matizes ideológicas, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, calcula em duas dezenas os parlamentares já alcançados pelas investigações que culminaram com o 8 de janeiro e que estão no mesmo roteiro de Jordy e Ramagem.

A ex-deputada Joice Hasselmann que, bem ou mal, transitou pela intimidade do bolsonarismo, concorda com esse cálculo, desde que ele se refira apenas aos ex-integrantes do PSL. “No macro, é bem mais”, diz ela. A tirar por ambos, vem mais encrenca aí no roteiro de operações judiciais contra parlamentares.

O STF dobrou a aposta e realizou uma operação de busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro na extensão das investigações sobre a Abin paralela – a rede de espionagem política ilegal comandada por agentes de inteligência a serviço do governo Bolsonaro. Não daria esse bote se não estivesse já respaldado por informações seguras e ainda sigilosas.

Até 2019, a milícia era um fenômeno de alcance e ação estaduais. O ciclo Bolsonaro lhe deu escala nacional e se a direita conservadora, mas democrática, continuar a trata-la como igual, estará se associando à ideologia do crime e contribuindo decisivamente para que o Congresso Nacional se torne, em pouco tempo, uma Alerj federal.

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Multiplicar as armas é dar tiro no pé https://canalmynews.com.br/colunistas/cid-benjamin/multiplicar-as-armas-e-dar-tiro-no-pe/ Mon, 29 Jan 2024 00:52:28 +0000 https://localhost:8000/?p=42198 É preciso seguir batendo nessa tecla: armar a população não ajuda a diminuir a violência urbana

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Um sério equívoco precisa ser combatido: ao contrário do que afirmam bolsonaristas, milicianos e afins, mais armas por aí na sociedade não trazem mais segurança. Ao contrário. Multiplicar as armas é dar um tiro no pé. E muitas vezes elas acabam nas mãos de bandidos.

Vale um exemplo: no início da década de 1990, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, um certo capitão do Exército foi rendido por dois adolescentes armados, que o obrigaram a entregar a moto e a pistola. Docilmente, ele preferiu não reagir. Foi sensato.

Mas, por que voltar a esse assunto agora, mais de 20 anos depois do episódio? Porque é preciso seguir batendo nessa tecla: armar a população não ajuda a diminuir a violência urbana. Para começar, se as pessoas tiverem armas ao alcance das mãos, qualquer acidente de trânsito, caso fútil de ciúmes ou problema entre vizinhos pode levar à morte de um envolvido. E o fato de os envolvidos terem preparo militar não é garantia de coisa alguma.

Basta ver o exemplo do prudente capitão lembrado acima, que preferiu não contrariar os dois bandidinhos para não pôr a vida em risco. E não pode ser criticado por isso.

Pois bem, na semana passada, por meio de uma portaria do Comando do Exército, o governo abriu as portas para um significativo aumento da quantidade de armas em circulação. Cada policial militar (e eles são mais de 406 mil em todo o Brasil) poderá comprar até mais seis armas de fogo para uso particular, além das que já tenha em casa, que serão automaticamente legalizadas. As armas poderão ser compradas no atacado, no varejo e até no exterior. Mais grave ainda: cinco dessas armas podem ser fuzis, que são armas de guerra.

Ora, para que alguém vai ter todo esse arsenal em casa? Que controle haverá sobre ele, garantindo que não caia em mãos erradas? E os compradores não correm o risco de ficar sem munição. A portaria estabelece que poderão a cada ano adquirir até 600 balas por arma.

Para que se veja a gravidade da medida, basta lembrar que a letalidade de um fuzil de calibre 7.62 (o mais comum) alcança até 2.500 metros. É uma piada achar que uma arma dessas vai ser usada para defesa pessoal ou para a proteção de alguma residência.

Vale lembrar as consequências de um tiro de fuzil. Um dos diretores de um hospital da Rede D’Or São Luiz, o cirurgião toráxico Rodrigo Gavina, lembrou em reportagem publicada no jornal “O Globo” (26/6/2023) que nove entre dez vítimas de um disparo morrem no local. E 90% dos que sobrevivem é porque foram atingidos apenas num braço ou numa perna, e não no tronco. Mas, “como são lesões ósseas e nervosas importantes, muitas vezes o membro é esfacelado(…). Aí, a única solução para manter a pessoa viva é (…) a amputação”, disse ele.

A portaria do Exército estende a autorização para as compras a funcionários da Agência Brasileira de Informações (Abin) e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). E — pasmem! — a estende também a bombeiros, que no País são 55 mil. Aqui, vale um registro: por incrível que pareça, no Brasil bombeiros têm porte de armas de fogo. Não me perguntem a razão disso, pois não vão combater incêndios com tiros.

A verdadeira explicação é outra: tendo porte de armas, bombeiros conseguem mais facilmente colocação como seguranças privados, um emprego que, no caso deles, é ilegal. E, por trás disso há coisa pior: um número expresso de bombeiros está vinculado às milícias.

Que essa portaria fosse assinada no governo Bolsonaro, se poderia compreender. Afinal o capitão defende armamento generalizado da população, mesmo que isso traga o risco de perder a arma para qualquer ladrãozinho pé-de-chinelo, como aconteceu com ele próprio.

 

Mas como justificar a medida no governo Lula?

 

Ora, sabe-se que alguns militares de alto coturno têm relações estreitas com fábricas de armas, tanto nacionais, como estrangeiras, e alguns são seus lobistas. Será que a portaria se deve a isso? Não é de se afastar a hipótese.

 

É verdade que o ministro da Defesa, Múcio Monteiro, mais do que integrante de um governo civil à frente das Forças Armadas, é preposto dos militares. Mas ouso pensar que, até mesmo, generais sensatos são refratários à medida estabelecida pela portaria, tão absurda ela é.

 

Por isso, o título deste artigo não exagera ao afirmar: multiplicar as armas é dar um tiro no pé.

 

O governo Lula está devendo uma explicação para a portaria. E não vale se esconder atrás dos militares. Afinal, eles são — ou deveriam ser — subordinados ao presidente da República.

 


Atualização 29/01/24: Em seguida à publicação do artigo acima, o Exército decidiu suspender a portaria que autorizava que policiais militares e bombeiros tivessem até cinco fuzis para uso particular, “para permitir tratativas junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública”. Melhor assim…

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Dino defende mudança na lei para enquadrar facções como terroristas https://canalmynews.com.br/brasil/dino-defende-mudanca-na-lei-para-enquadrar-faccoes-como-terroristas/ Fri, 27 Oct 2023 09:45:13 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=40917 Segundo ele, fechar os caminhos de financiamento deve ser o centro da estratégia brasileira de superação da criminalidade organizada

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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, defendeu, nesta quinta-feira (26), mudanças na lei sobre terrorismo (Lei 13.260/2016), para “alargar” a definição e enquadrar as facções criminosas como terroristas, para que sejam alvos de mecanismos mais rigorosos de enfraquecimento financeiro.

“Quando falamos de terrorismo, lembramos sempre de organizações globais articuladas com a disputa geopolítica por água, energia, território, e que atuariam, inclusive, no Brasil. Mas temos que voltar nosso olhar também para um aspecto que, lato sensu, eu classifico como terrorismo. Um domínio do território, como milícias e facções que se estabeleceram no Rio de Janeiro, é ou não é, materialmente falando, ato de terrorismo?”, questionou Dino.

Segundo ele, fechar os caminhos de financiamento deve ser o centro da estratégia brasileira de superação da criminalidade organizada.

“Esse é o caminho verdadeiro e não ficções como esta do alargamento infinito, fiscalmente inviável, dos contingentes policiais ou mesmo essas demagogias rasteiras de sair dando tiro no meio da rua, achando que há, nessas armas, balas de prata que vão, por encanto, definir a extirpação do crime organizado, do terrorismo lato sensu do Brasil e assegurar paz que os cidadãos e cidadãs brasileiros merecem”, defendeu.

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O ministro participou do congresso sobre prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).

Segundo Dino, a legislação trata o terrorismo como o ato de provocar terror social e generalizado, aludindo à sabotagem de meio de transporte, “que foi o que esta facção de milicianos fez [no Rio de Janeiro], tocou fogo em ônibus, trens e impediu a circulação de pessoas e mercadorias”.

Contudo, segundo o ministro, a atual lei exige que esses atos derivem de preconceito ou discriminação por raça, cor, etnia e religião. “E há aí um fechamento do âmbito de incidência da norma”, explicou.

A lei sobre terrorismo prevê pena de 15 anos a 30 anos de prisão para “quem receber, obtiver, guardar, mantiver em depósito, solicitar, investir ou de qualquer modo contribuir para a obtenção de ativo, bem ou recurso financeiro, com a finalidade de financiar, total ou parcialmente, pessoa, grupo de pessoas, associação, entidade, organização criminosa que tenha como atividade principal ou secundária, mesmo em caráter eventual, a prática dos crimes de terrorismo”.

Bloqueios
Segundo Dino, neste ano, a Polícia Federal (PF) já bloqueou quase R$ 3 bilhões em ativos de organizações criminosas, identificados em operações. No ano passado, os bloqueios chegaram a R$ 350 milhões de bens vinculados a práticas criminosas.

Em uma só operação, segundo o ministro, foram bloqueados aproximadamente 200 apartamentos de altíssimo padrão nas áreas mais nobre do Brasil e que eram pertencentes a uma facção criminosa.

Dino explicou que está sendo constituída uma rede nacional de recuperação de ativos, a Rede Recupera, no âmbito do conselho de governança da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), composto por 90 organismos.

Ele defendeu, ainda, uma maior integração das equipes de inteligência da PF, do Ministério da Justiça e das polícias civis nos estados. Dino citou que, em operação integrada recente, as forças policiais desarticularam uma quadrilha que atuava em 20 estados e que movimentou R$ 500 milhões em um ano, com a prática de lavagem de dinheiro e transferências financeiras por meio de criptomoedas.

Para o ministro, nessa integração é preciso ter um olhar especial para esses aspectos da lavagem de dinheiro, “para que haja o enfraquecimento do enorme poder financeiro que essas organizações ostentam”.

Enccla
O ministro explicou que a cada ciclo, a Enccla prioriza temas de atuação. No atual ciclo que se encerra em novembro, com a plenária do conselho, o foco foi os crimes virtuais, com destaque a criptoativos, e também crimes ambientais, como mineração, desmatamento e grilagem de terras.

Além da Rede Recupera, Dino citou outras ações eficazes da Enccla, como o programa de capacitação; a rede relativa a laboratórios sobre tecnologias contra lavagem de dinheiro e a Rede Nacional de Polícias Judiciárias no Combate à Corrupção (Renaccor), que promove a integração e troca de experiências entre policiais civis e federais.

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Governo federal promete medidas para a segurança do Rio de Janeiro https://canalmynews.com.br/brasil/governo-federal-promete-medidas-para-a-seguranca-do-rio-de-janeiro/ Thu, 26 Oct 2023 12:33:15 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=40891 Segundo Flávio Dino, além do aumento da presença policial e das forças armadas, as medidas devem envolver estratégias para o incremento da tecnologia.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar na próxima semana um pacote de medidas para reforçar a segurança no estado do Rio de Janeiro. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, além do aumento da presença policial e das forças armadas, as medidas devem envolver estratégias para o incremento da tecnologia.

“A questão central para vencer as milícias e organizações criminosas de um modo geral envolve inteligência, tecnologia e descapitalização. Esses são os eixos que o mundo inteiro reconhece como virtuosos no rompimento desse domínio territorial de organizações criminosas”, disse Dino nesta quarta-feira (25), após reunião no Palácio do Planalto.

O ministro disse que a orientação do presidente Lula vai na direção do reforço da presença federal no Rio de Janeiro, mantendo o trabalho de cooperação entre forças federais e estaduais de acordo com as competências de cada uma. Segundo ele, há um estudo em fase conclusiva que será apresentado ao presidente na próxima semana visando o fortalecimento de três áreas de competência federal: os portos, os aeroportos e as fronteiras terrestres brasileiras.

“Isso não envolve a divisa do Rio de Janeiro com outros estados, que já estão exatamente sendo objeto de atuação da Força Nacional com a Polícia Rodoviária Federal. Me refiro às fronteiras brasileiras, porque isso é relevante para o tráfico de drogas e armas que atinge fortemente o sudeste”, explicou Dino.

Defesa
O governador do estado, Cláudio Castro, pediu ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, reforço para a segurança na Baía da Guanabara, em portos, aeroportos e em estradas federais para combater a entrada de armas e drogas no estado.

Depois de uma operação da Polícia Civil que terminou com um líder miliciano morto na última segunda-feira, comparsas promoveram um dia de caos em ao menos sete bairros da zona oeste da capital carioca. Foram queimados 35 ônibus, e até mesmo a cabine de um trem foi incendiada.

Assista:
VÍDEO: O ataque orquestrado por milicianos, bairros sitiados e população refém no Rio de Janeiro

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Explosão da violência: diante de tanto horror ao vivo, ainda vale a pena escrever? https://canalmynews.com.br/balaio-do-kotscho/explosao-da-violencia-diante-de-tanto-horror-ao-vivo-ainda-vale-a-pena-escrever/ Tue, 24 Oct 2023 16:43:20 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=40835 Tenho refletido muito nestes últimos dias sobre o ofício de escrever, o meu ganha pão nos últimos 60 anos

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Só se deveria escrever pela necessidade de dizer alguma coisa nova, uma visão original, uma revelação sobre os acontecimentos. Não pode ser apenas uma obrigação de atualizar a coluna todos os dias, faça sol ou chuva, guerra ou paz, repetindo tudo o que outros já disseram antes.

Tenho refletido muito nestes últimos dias sobre o ofício de escrever, o meu ganha pão nos últimos 60 anos. Fora de combate por conta da covid temporã que me confinou entre quatro paredes, passei duas semanas vendo a vida e a morte passar na televisão, online e full time, absolutamente perplexo, sem saber o que dizer, pela primeira vez na vida.

Na segunda feira, para escapar do onipresente tema da guerra e mudar um pouco de assunto, convidamos para participar do programa de entrevistas  “Segunda Chamada”, do My News, meu atual endereço, o jornalista, dramaturgo e escritor Mario Prata, que está lançando um novo livro e é um grande contador de histórias bem humoradas. Mas foi em vão.

No final da tarde, fomos atropelados pelas imagens dos ônibus queimando no Rio, em mais um violento ataque das milícias que tomaram a cidade de assalto. Como não falar daquilo que todos estavam vendo e comentando naquele momento? Em questão de minutos, uma desgraça acaba sempre superando a outra, da faixa de Gaza à Barra da Tijuca.

O próprio entrevistado estava indignado com o que acabara de ver na TV, a extrema ousadia dos milicianos, em contraste com o lero-lero de autoridades querendo mostrar valentia na terra arrasada e garantir que o dia seguinte seria tranquilo.

Lá como cá, faltam lideranças com credibilidade para dar uma esperança aos cidadãos de que amanhã será diferente. Leio agora que dos 12 milicianos detidos durante os ataques aos ônibus, 6 já foram soltos pela Justiça. Desse jeito, como acreditar que as instituições estão funcionando?

Gostaria de comentar aqui alguma coisa boa que esteja acontecendo em algum canto do mundo, mas está difícil. A violência descontrolada invadiu até as escolas e, na mesma segunda-feira, tivemos mais um tiroteio com morte em sala de aula aqui em São Paulo.

Tem muita gente até deixando der ver televisão e acompanhar o noticiário para manter um mínimo de saúde mental. Para esses, recomendo o livro de memórias do Pratinha, “Pelo Buraco da Fechadura” (Editora Geração), que fala de outros tempos e outros personagens, bem mais amigáveis e engraçados. Quando terminei de ler o livro, tive alta da covid… Serve até como remédio…

Mudar de cidade ou de país também não resolve porque o mundo inteiro parece inóspito para os seres humanos, só crises por todo lado, para onde se olha. Que foi que fizemos com o nosso mundinho, onde foi que a coisa desandou? Meio século atrás, o Ronald Golias já comentava na “Família Trapo” que “a humanidade não está se comportando bem…”

Não me lembro de outra época de tanto desencanto nem durante a ditadura militar no Brasil, quando a gente ainda acreditava que “amanhã vai ser outro dia”.
Apesar de tudo, escrever ainda vale a pena porque, pelo menos, dividimos nossas aflições com os outros. Mas isso eu sei que também não muda nada.

Vida que segue.

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Senado aprova equiparação de milícias e facções a terroristas https://canalmynews.com.br/politica/senado-aprova-equiparacao-de-milicias-e-faccoes-a-terroristas/ Thu, 11 May 2023 11:27:46 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=37620 O projeto de lei passou pela CCJ e pode seguir para a Câmara sem ir ao plenário

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (10) um projeto de lei que tipifica como atos terroristas os crimes praticados em nome ou em favor de grupos organizados. O projeto de lei (PL) 3.283/2021 não precisa passar pelo plenário da Casa e pode seguir para a Câmara dos Deputados. Ele só será analisado pelos senadores em sessão plenária se for apresentado recurso nesse sentido.

O projeto equipara à atividade terrorista as ações de grupos criminosos organizados, como milícias e facções. O objetivo é diferenciá-los de criminosos que agem individualmente para garantir uma punição maior, com penas maiores.

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“As milícias e outras associações criminosas têm exposto a população brasileira ao terror generalizado que a Lei Antiterror visa coibir. Assim, torna-se necessário aproximar a legislação de combate ao terrorismo daquela destinada à criminalidade organizada, evitando a repressão estatal seletiva e destinada apenas a pequenos delinquentes”, explicou o autor do projeto, Styvenson Valentim (Podemos – RN).

Penas

O texto prevê prisão de cinco a dez anos para quem constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão, para o fim de cometer crime. A pena também prevê pagamento de R$ 2 mil a R$ 3 mil de multa por dia. Pela lei em vigor, a penalidade é de um a três anos de prisão.

São previstas penas de 12 a 30 anos de prisão por manter monopólio territorial ou poder paralelo com uso de violência ou ameaça e por criar obstáculos à livre circulação de pessoas para exercer esse poder paralelo em determinada região.

Exceções

A criminalização não se aplica à conduta individual ou coletiva de pessoas em manifestações políticas, movimentos sociais, sindicais, religiosos, de classe ou de categoria profissional, direcionados por propósitos sociais ou reivindicatórios.

Ela também não se aplica a atos com o objetivo de contestar, criticar, protestar ou apoiar, com o objetivo de defender direitos, garantias e liberdades constitucionais, sem prejuízo da tipificação penal contida em lei.

* com informações da Agência Senado

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Estudo mostra que milícias no Rio de Janeiro cresceram 131% em 16 anos https://canalmynews.com.br/brasil/estudo-mostra-que-milicias-no-rio-de-janeiro-cresceram-131-em-16-anos/ Thu, 15 Sep 2022 19:42:53 +0000 https://canalmynews.com.br/?p=33737 Mapa dos Grupos Armados aponta que 10% de toda a extensão do Grande Rio está sob domínio

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Milícias no Rio de Janeiro cresceram 131% em 16 anos. Foto Tânia Rego/Agência Brasil

Os números impressionam: as áreas dominadas por milícias no Rio de Janeiro cresceram 131% em 16 anos – é o equivalente a 10% de toda a extensão do Grande Rio. Os dados são do Mapa dos Grupos Armados, estudo realizado pelo Instituto Fogo Cruzado e pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF).

A pesquisa foi feita por toda a região metropolitana do Rio, capital, leste metropolitano com Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Maricá; e a Baixada Fluminense, região que engloba os municípios de Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Mesquita, Queimados, Japeri, Paracambi, Seropédica e Itaguaí.

Para falar sobre o assunto, no Café do MyNews desta quinta-feira (15/09), Mara Luquet recebeu Maria Isabel Couto, diretora do Instituto Fogo Cruzado; e Daniel Hirata, coordenador do Geni-UFF. “O que o mapa mostra é que na maior parte da expansão das milícias, em mais de 80% das áreas pra onde elas cresceram, não havia controle territorial exercido por nenhum outro grupo anteriormente. O que significa que as milícias não ampliam suas áreas de domínio pela conquista de áreas das facções dos tráficos de drogas, de maneira nenhuma. O que elas são, na realidade, é um elemento impulsionador da lógica do controle territorial no seu conjunto”, explicou Hirata.

“O que os candidatos políticos estão propondo para acabar com as milícias? É importante que eles apresentem projetos de segurança pública. Qualquer candidato que não esteja comprometido com isso deveria despertar a desconfiança da população”, acrescentou Maria Isabel.

Para conferir a conversa completa, assista o Café do MyNews:

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Ex-deputado Roberto Jefferson é preso por suposta participação em milícia digital https://canalmynews.com.br/politica/ex-deputado-roberto-jefferson-e-preso-por-suposta-participacao-em-milicia-digital/ Fri, 13 Aug 2021 13:52:34 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/ex-deputado-roberto-jefferson-e-preso-por-suposta-participacao-em-milicia-digital/ Sob ordem do ministro Alexandre de Moraes, PF cumpre mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira. Organização criminosa é investigada por promover ataques à democracia

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou na manhã desta sexta-feira (13) a prisão preventiva do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ). O mandado de busca e apreensão é referente a suposta participação do político, detectada pela Polícia Federal (PF), em uma organização criminosa digital montada para promover ataques aos ministros do Supremo e às instituições democráticas.

A investigação faz parte de um novo inquérito aberto por ordem de Moraes, uma vez que a inquirição dos atos antidemocráticos, aberta anteriormente, foi arquivada.

Ex-deputado Roberto Jefferson.
Ex-deputado Roberto Jefferson. Foto: Weleson Nascimento (PTB Nacional)

Durante o cumprimento da ordem, a PF não localizou Roberto Jefferson no local que constava na investigação. Em seu perfil no Twitter, o ex-deputado afirmou que os agentes estavam na casa de sua ex-mulher, e complementou dizendo “vamos ver de onde parte essa canalhice”. Horas depois, mais especificamente às 9 h, a PF o localizou em sua residência no município de Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro, e cumpriu a prisão.

Atualmente, Roberto Jefferson, que já foi preso anteriormente por sua condenação no mensalão, é integrante da base aliada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e tem veiculado nas redes, com frequência, conteúdos com ataques aos ministros e outros Poderes, além de ameaças acerca da não realização de eleições no próximo ano caso o voto impresso, já derrotado na Câmara, não seja aprovado.

Em vídeo publicado na última semana, Jefferson afirma que “se não houver voto impresso e contagem pública de votos, não haverá eleição ano que vem”.

Programa ‘Café do MyNews‘ desta sexta-feira (13), que abordou o mandado de prisão a Roberto Jefferson

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Miliciano suspeito de mandar matar Marielle Franco é preso na Paraíba https://canalmynews.com.br/mais/suspeito-de-mandar-matar-marielle-franco-preso/ Thu, 29 Jul 2021 04:14:06 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/suspeito-de-mandar-matar-marielle-franco-preso/ Homem apontado por viúva de capitão Adriano Nóbrega como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco será transferido para o Rio de Janeiro

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A Polícia Civil da Paraíba prendeu na noite desta quarta (28) o homem apontado pela viúva do capitão Adriano Magalhães Nóbrega (morto na Bahia e investigado por chefiar milícias no Rio de Janeiro) de ter matado a vereadora Marielle Franco (PSol/RJ), em março de 2018. Almir Rogério Gomes da Silva é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como um dos chefes de uma milícia no estado. Ele foi preso por policiais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, no município de Queimadas, na Paraíba.

Em entrevista à revista Veja, a viúva do capitão Adriano Nóbrega disse que o marido foi procurado por milicianos da milícia Gardênia Azul para planejarem o assassinato da vereadora Marielle Franco. Ainda segundo a viúva, Nóbrega teria se recusado a participar do crime.

O mandado de prisão foi cumprido com base na condenação do investigado em outro assassinato, em outubro de 2018. Junto com Almir Rogério também foi preso um outro homem, suspeito de um assassinato no Rio de Janeiro, em junho deste ano – possível motivo da fuga para o estado da Paraíba.

Investigações não avançaram

A vereadora Marielle Franco (PSol/RJ) foi assassinada a tiros na noite de 14 de março de 2018, juntamente com o motorista do veículo que a conduzia, Anderson Pedro Gomes. A principal linha de investigação aponta para uma execução planejada por milícias atuantes no município do Rio de Janeiro. Após três anos do crime, entretanto, o crime ainda não foi solucionado.

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Operação policial no RJ com 25 mortos é “terrorismo de Estado”, diz pesquisador https://canalmynews.com.br/mais/operacao-policial-no-rj-com-25-mortos-e-terrorismo-de-estado-diz-pesquisador/ Fri, 07 May 2021 16:55:59 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/operacao-policial-no-rj-com-25-mortos-e-terrorismo-de-estado-diz-pesquisador/ Sociólogo afirma que grupos milicianos são os beneficiados pelo episódio

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O Rio de Janeiro registrou nesta quinta-feira (6) a segunda maior chacina de sua história após uma operação policial no Jacarezinho terminar com 25 mortos. De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, apenas uma chacina na Baixada Fluminense, em 2005, teve mais vítimas fatais. Para o sociólogo e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) José Cláudio Souza Alves, os grupos paramilitares são os vencedores do dia.

“O interesse é fortalecer as milícias, é óbvio, a polícia jamais fez operações desse porte em áreas controladas pela milícia, é o grupo criminoso organizado vinculado diretamente à estrutura do Estado, em parceria e aliança, diretamente organizado por funcionários, servidores públicos do Estado”, diz Alves ao MyNews.

As milícias já são o principal grupo criminoso da cidade do Rio de Janeiro, de acordo com pesquisa conjunta do Grupo Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Universidade Federal Fluminense), o aplicativo Fogo Cruzado, o NEV-USP (Núcleo de Estudos da Violência da USP), a plataforma Pista News e o Disque-Denúncia. O levantamento concluiu que 57,5% do território da capital fluminense está sob domínio paramilitar, 25,2% do território está sob disputa, o tráfico domina 15,4% do território e 1,9% não sofre influência de grupos criminosos.

Lançamento da RECOM (Rondas Especiais e Controle de Multidões), em 2018. Tânia Rêgo/Agência Brasil
Lançamento da RECOM (Rondas Especiais e Controle de Multidões), em 2018. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com mais de duas décadas de pesquisa sobre os grupos paramiltitares, Alves destaca que a operação policial descumpre decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs restrições à realização de operações policiais nas favelas do Estado do Rio de Janeiro durante a pandemia. O que aconteceu nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, já aconteceu em outras cidades da Baixada Fluminense, diz o pesquisador.

“É a continuidade de um descumprimento dessa ADPF [do STF] porque simplesmente a Polícia Militar do Rio e a Polícia Civil não respondem a ninguém, eles têm autonomia própria, eles se comportam de acordo com os interesses deles”, afirma o autor do livro “Dos Barões Ao Extermínio: Uma História Da Violência Na Baixada Fluminense”.

Com o “recado” da operação policial, afirma Alves, os grupos paramilitares atuarão para ampliar seu controle econômico e eleitoral de novos territórios. O pesquisador enxerga uma ação conjunta do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), em aliança com grupos milicianos, com o foco nas eleições de 2022.

“Isso é um ato terrorista do Estado, é um ato totalitário do Estado, é um ato de assassínio de uma população que já vem morrendo nas mãos da covid-19”, avalia Alves.

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Sociedade “acha que pode descartar corpos como o da Marielle”, diz Anielle Franco https://canalmynews.com.br/politica/tres-anos-sem-marielle-uma-luta-de-ativismo-justica-e-combate-as-milicias/ Fri, 12 Mar 2021 18:46:04 +0000 http://localhost/wpcanal/sem-categoria/tres-anos-sem-marielle-uma-luta-de-ativismo-justica-e-combate-as-milicias/ Anielle Franco mantém viva a resistência política da irmã e segue na busca por verdade e justiça

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Três anos após o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, os órgãos responsáveis pela investigação do crime ainda não apresentaram um veredito sobre os possíveis mandantes do atentado e suas reais motivações.

Manifestantes fazem passeata no centro do Rio de Janeiro para lembrar assassinato da Vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.
Manifestantes fazem passeata no centro do Rio de Janeiro para lembrar assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Foto: Fernando Frazão (Agencia Brasil).

No início de março (4), o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Luciano Oliveira Mattos de Souza, anunciou a criação de uma força-tarefa no Ministério Público do Rio (MP-RJ) com o objetivo de concluir a apuração e exame das provas. A promotora Simone Sibilio, coordenadora do caso no Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), chefiará a operação, tendo Letícia Emile, promotora que também participou da investigação, como integrante da equipe.

Em entrevista ao Café do MyNews desta sexta-feira (12), a irmã da vereadora e atual diretora do Instituto Marielle Franco, Anielle Franco, relatou como vem conciliando trabalho, ativismo e justiça nesses últimos anos, demonstrando a necessidade explícita de mudanças sociais e políticas no Brasil.

“É difícil definir em poucas palavras o que foram esses três anos na nossa vida. A Mari faz muita falta, e faz muita falta em várias áreas, em vários setores da família – ela era mãe, líder, madrinha da minha filha… São três anos de muita luta e de muita saudade”, afirmou Anielle.

A atual diretora do Instituto Marielle Franco destaca que encara de maneira positiva a não federalização das investigações e que foi elaborado um dossiê com uma linha do tempo e perguntas sobre o duplo assassinato. O documento será entregue ao MP carioca.

Avenida Paulista – Ato “Basta! Quem mandou matar Marielle e Anderson?.
Avenida Paulista – Ato “Basta! Quem mandou matar Marielle e Anderson?. Foto: Elineudo Meira (Fotos Públicas).

“Esse é o retrato da sociedade em que vivemos: extremamente racista, machista, misógina… Que acha que pode descartar corpos como o da Marielle a qualquer momento. É muito cansativo, frustrante, ter que estar sempre defendendo a memória da Mari por conta de fake news. Até hoje recebemos muitas notícias falsas pelas redes sociais, quando não vem a entrada do racismo nos chamando de macacas e outras coisas. Fake News é o mal do século, elegemos um genocida assim, e a Mari ainda é muito vítima disso – não só ela como a família toda”, complementou Anielle.

Um crime contra a democracia

De acordo com o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), a implementação de uma força-tarefa pode ser um importante passo para a resolução do caso.

Participando do Café do MyNews ao lado de Anielle, Freixo disse que “qualquer assassinato” que fique três anos sem ser resolvido deve ser considerado “um absurdo’. Entretanto, a ocorrência em questão apresenta um diferencial: “O crime contra a vida de Marielle foi um crime contra a democracia. A morte da Marielle é o atestado de óbito da cidade do Rio de Janeiro, porque ela foi morta por razões políticas. Não foi bala perdida, não foi assalto, não foi crime passional, e isso precisa ser dito. Não interessa quem gostava ou não da Marielle, do que ela dizia ou do que ela representava politicamente, não é isso que está em jogo.”

“Existe um grupo político no Rio capaz de matar e isso atinge a todos, quem gostava ou não gostava, quem conhecia ou não conhecia. Três anos é um tempo demasiado e inaceitável, foram muitos erros, muitas coisas complicadas no início da investigação, mas que bom que se fez uma força-tarefa, que bom que o delegado hoje é uma pessoa muito aplicada, que procura sempre dialogar com a gente. Enfim, a gente tem confiança e esperança de que o caso possa ser resolvido mesmo com esse tempo absurdo”, disse o congressista.

Entrevista com Anielle Franco e Marcelo Freixo no programa Café do MyNews - 13/03.
Entrevista com Anielle Franco e Marcelo Freixo no programa Café do MyNews – 13/03. Foto: Reprodução (MyNews).

Para o deputado, a questão sobre a mesa envolve, para além de posicionamentos públicos, o crime organizado. O político afirma existir “uma linha muito forte na delegacia de homicídios, uma linha que leva à gente muito poderosa aqui no Rio de Janeiro, a poderes políticos estabelecidos. Não temos a menor dúvida do envolvimento de milícias na morte da Marielle, do envolvimento de razões políticas e de gente poderosa, só que temos que chegar em quem mandou matar o mais rápido possível. É muito grave achar que a política pode conviver com a violência letal”.

Freixo ressalta que não entender a motivação política que levou ao assassinato de Marielle, e também quem é o mandante do crime, significa que crimes políticos podem continuar acontecendo.

Íntegra da entrevista com Anielle Franco e Marcelo Freixo (PSOL-RJ) no Café do MyNews – 12/03.

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