A transação avaliada em R$ 28 milhões confere uma expansão da malha de cobertura da companhia aérea e expõe as projeções de crescimento do mercado
por Vitor Hugo Gonçalves em 10/06/21 17:30
A Gol Linhas Aéreas anunciou nesta semana a aquisição da MAP Transportes Aéreos, empresa doméstica com sede em Manaus (AM), por R$ 28 milhões, valor composto por ações e dinheiro. Segundo a companhia, o pagamento será efetivado por intermédio de 100 mil ações GOLL4 (R$ 28/ação) e, após o cumprimento de todas as condições precedentes, mais R$ 25 milhões em dinheiro (pagos em 24 parcelas mensais).
Outorgada a transação, a Gol passará a assumir até R$ 100 milhões de compromissos financeiros da MAP. A conclusão do negócio ainda carece do acerto de condições, como as aprovações e confirmações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Em fato relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o CEO da companhia aérea, Paulo Kakinoff, afirmou que “esta aquisição é um passo importante da nossa estratégia de expansão de malha e capacidade, à medida em que buscamos revitalizar a demanda por viagens aéreas de lazer e a negócios”.
Para Renan Melo, advogado do ASBZ Advogados e membro da Comissão Especial de Direito Aeronáutico da OAB, o acordo é delineado por uma estratégia de posicionamento no mercado, que começa a dar sinais de recuperação em meio à atual crise sanitária.
Melo pontua que a operação de compra é relevante para o setor, uma vez que, para além das cifras envolvidas, demonstra a expressividade da companhia: “É uma demonstração não só de força da Gol sobre o mercado, mas também de um posicionamento para um período de retomada pós-pandemia, isso porque a Gol tende a ampliar sua atuação nos principais aeroportos do país, como é o caso de Congonhas, em São Paulo, no qual se espera que ele herde 26 slots da MAP – esses slots são autorizações para pouso, decolagem e uso da estrutura aeroportuária nesses espaços”.
Com a aquisição, a Gol reforça sua liderança em duas das suas principais bases. O crescimento em Congonhas, por exemplo, será de aproximadamente 10%, com a adição de 26 voos diários. Assim, a empresa atenderá novos destinos, conectando a capital paulista com regiões domésticas pouco ofertadas.
“Podemos dizer que o cenário está sendo melhor lido pelas companhias aéreas… Houve um primeiro momento, de um impacto jamais visto na aviação civil, e agora as coisas começam a clarear, o cenário começa a ser mais bem compreendido pelas companhias, muito embora as perspectivas de retomada ainda sejam de médio prazo – alguns falam em dois anos, outros em quatro, alguns até em cinco”, ressalta o advogado.
O avanço da vacinação ao redor do mundo é responsável direto pela recuperação dos mais variados setores que influem sobre a economia e que dependem da circulação de pessoas, como é o caso do turismo.
“O fato é que as companhias aéreas já estão apostando, desde já, nesse processo de retomada, querendo estarem bem-posicionadas nesse mercado desde agora para chegarem com mais força nesse momento de um novo aquecimento”, finalizou Melo.
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