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Mudanças na economia e manobras orçamentárias geram cenário de incertezas

Apesar de negar saída de Paulo Guedes, cenário de incertezas na economia permanece e mercado questiona fragilização do arcabouço orçamentário

por Redação em 22/10/21 21:57

Após uma semana conturbada para o cenário político e econômico do Brasil, a live do ministro da Economia Paulo Guedes e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não parece ter sido suficiente para acalmar o cenário de incertezas provocado pelo anúncio conturbado do Auxílio Brasil de R$ 400 – que foi possível após uma alteração da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios, que na prática adiou o pagamento de parte dos débitos de quem tem a receber do governo federal para criar um orçamento extra de até R$ 83 bilhões apenas durante o ano eleitoral de 2022.

A debandada do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal; do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt; da secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas; e do secretário adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araújo foi mais uma página da crônica político-econômica semanal brasileira. À saída dos gestores da cúpula do Ministério da Economia podem ser acrescentados os rumores de que o próprio ministro Paulo Guedes estaria por um triz no cargo.

Étore Sanchez analisa situação da economia brasileira
O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, participou do MyNews Investe/Imagem: Reprodução/Canal MyNews

A Bolsa de Valores caiu, o dólar subiu e o cenário de incertezas permanece. “A coletiva de imprensa do ministro Paulo Guedes com o presidente Jair Bolsonaro teve o objetivo de afastar a hipótese de que Guedes estava saindo. Momentaneamente, a entrevista afasta os boatos sobre a substituição, mas o fim de semana vem aí com todas as posições travadas, ninguém consegue negociar nada e o político segue avançando”, pontuou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, em entrevista ao MyNews Investe.

Ele acrescentou que para quem atua no mercado, apesar de o pronunciamento sinalizar de que não haverá mais instabilidade, negando a saída do ministro Paulo Guedes, na prática não houve uma mudança significativa “na insolvência da nação, no contorno do teto de gastos e em contornos na política de responsabilidade fiscal”. “A debandada de ministros e secretários sinaliza que o fundo do poço pode ainda não ter chegado”, disse, acrescentando que “o ambiente de incerteza foi criado”.

Para Étore Sanchez, a aprovação da PEC dos Precatórios esfacela o teto de gastos e gera um grau de incerteza sobre a política fiscal.

“Os precatórios são uma despesa obrigatória da qual o governo não tinha como fugir e estava sujeita ao teto de gastos. Limitar o pagamento ao orçamento e jogar isso numa fila, apesar de Paulo Guedes dizer que vai priorizar quem é mais pobre em detrimento de quem tem mais a receber, na verdade não é o caso. Quem tem precatório a receber e transitou isso até o final não tem nenhum pobre. Quem tem precatório é banco, empresários, os mesmos de sempre”, pontuou o economista, acrescentando que a manobra orçamentária coloca em xeque o arcabouço fiscal que estava estabelecido.

Ministro da Economia sugeriu aumento da taxa básica de juros

Na entrevista desta sexta (22), Paulo Guedes chegou a sugerir que o Banco Central aumente a taxa Selic para compensar o desequilíbrio fiscal provocado pela manobra orçamentária do governo. “Se o fiscal piorou um pouco… eu voltei [dos Estados Unidos] e o fiscal piorou um pouco; então tem que correr um pouquinho mais com o juro também”, disse o ministro.

Atualmente a taxa básica de juros (Selic) está em 6,25% ao ano. Em setembro, na última reunião do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central houve uma sinalização de que o novo percentual deveria ser reajustado em um ponto percentual no mês de outubro. A próxima reunião para discutir a Selic está marcada para a próxima semana.

Étore Sanchez comentou a afirmação do ministro Paulo Guedes de que a economia brasileira vai bem, afirmando que no curto prazo os indicadores são bons, pois apesar de a Pesquisa Nacional de Emprego e Desemprego (Pnad) do IBGE mostrar alta na taxa de desemprego, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostra um aumento de contratações de trabalhadores. Para Sanchez, a questão é se esse indicador é sustentável e de longo prazo. O economista defendeu que existem outras formas de melhorar o arcabouço de proteção social à população mais pobre através de reformas como a tributária.

Entrevista de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro não diminui cenário de incertezas econômicas no Brasil. Saiba mais no MyNews Investe, no Canal MyNews, com apresentação de Thais Skodowski

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