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Incompatível, diz economista sobre aposentadoria rural aos 55 anos para mulheres

Para Fabio Giambiagi, idade mínima definida para a aposentadoria das trabalhadoras do campo é 'injustificável' do ponto de vista demográfico

por Sofia Pilagallo em 18/07/24 15:20

Trabalhadora espalha calcário em canavial | Foto: Flickr

A aposentadoria rural aos 55 anos para as mulheres é absolutamente incompatível com o mundo para onde a sociedade caminha, em que as pessoas devem viver por bem mais tempo, afirmou na quarta-feira (17) o economista Fabio Giambiagi, em entrevista ao MyNews Vida & Previdência. A aposentadoria rural é concedida ao trabalhador que exerce atividade exclusivamente no campo, seja em atividade individual ou regime de economia familiar, por ao menos 180 meses, ou 15 anos. A idade mínima para os homens é de 60 anos.

“A demografia segue seu curso, independentemente do que a Constituição disser. E a idade mínima de 55 anos para aposentadoria rural é absolutamente incompatível com o mundo para onde vamos, onde as pessoas vão viver bem mais do que no passado”, afirma Giambiagi.

“Isso é totalmente injustificável do ponto de vista demográfico. Cabe discutir com que velocidade se fará a transição, limites de idade e outros aspectos, mas, cedo ou tarde, o Congresso Nacional terá que abordar essa questão”, acrescenta.

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Giambiagi defende também que, em uma próxima reforma da Previdência, a idade mínima para a aposentadoria urbana aumente para 67 anos, para homens e mulheres. Atualmente, essa idade é de 62 anos para mulheres e de 65 para homens. Mergulhado no tema desde o final do século passado, ele argumenta que a proposta não se trata de mais uma ameaça aos idosos, e que países industrializados estão migrando para esse patamar.

O economista rechaça a percepção de que a comparação com a situação de países ricos gere distorção, devido a diferenças na expectativa de vida no Brasil e em outros lugares. Para ele, o brasileiro que chega aos 60 anos tem expectativa devida semelhante a pessoas de outras sociedades. Ele explica que a diferença ocorre na expectativa de vida ao nascer, mas o dado não pode ser levado em conta para efeitos de aposentadoria, pois as mortes antes de um ano e as mortes violentas de jovens puxam a média para baixo.

Assista abaixo a entrevista do economista Fabio Giambiagi ao My News Vida & Previdência:

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