Diferente do Brasil, onde os resultados são divulgados em poucas horas, lá, o processo pode levar muito mais tempo; pleito de 2000 demorou 36 dias para ser definido
por Camilla Lucena* em 05/11/24 16:11
Em alguns condados menores dos EUA, a contagem dos votos é feita manualmente | Foto: AEC Images/Flickr
Os eleitores americanos vão às urnas nesta terça-feira (5) para escolher o próximo presidente dos Estados Unidos. Nas eleições deste ano, a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump disputam uma das eleições mais acirradas de todos os tempos.
Segundo pesquisas de intenção de voto, os candidatos estão tecnicamente empatados. No último levantamento da ABC News, por exemplo, Kamala apareceu com 1% de vantagem em relação à Trump.
No total, são mais de 240 milhões de americanos aptos a votar. De acordo com a agência de notícias Associated Press (AP), mais de 57 milhões já votaram antecipadamente.
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Não existe um órgão central responsável por fiscalizar e padronizar as formas de votação. Cada estado pode definir suas próprias regras. Isso permite aos eleitores votar pelo correio ou presencialmente, por meio de cédulas de papel ou urnas eletrônicas.
Essa vasta gama de possibilidades, claro, interfere na agilidade da apuração. No Brasil, os resultados das eleições são apurados em poucas horas. Lá, esse tempo é muito maior, podendo levar dias e até mesmo semanas. A eleição de 2000, por exemplo, chegou a demorar 36 dias para ser apurada.
Há também outra questão a ser considerada. Em alguns lugares, os mesários, além de supervisionar o voto presencial, precisam checar as assinaturas e escanear as cédulas, o que também leva tempo e atrasa a apuração.
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A contagem dos votos é realizada por trabalhadores eleitorais locais. Esses podem ser voluntários, funcionários do governo ou temporários contratados. Todos os locais de apuração são supervisionados por equipes subordinadas dos departamentos eleitorais.
Os partidos políticos e os candidatos podem enviar observadores para monitorar os procedimentos e assegurar a transparência da votação, caso queiram. Em alguns casos, o público em geral também pode acompanhar a apuração.
A depender do tamanho do condado e da quantidade eleitores, os votos podem ser contados com a ajuda de máquinas eletrônicas de leitura ótica ou manualmente, o que também impacta na velocidade da apuração. Depois que os votos são certificados e a contagem é concluída, os resultados oficiais são confirmados por uma autoridade eleitoral do condado e, então, enviados ao estado.
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Em caso de empate, fica a cargo da Câmara dos Deputados escolher o presidente por meio de uma votação interna na qual cada estado tem direito a um voto. Entretanto, isso aconteceu apenas duas vezes em toda a história dos EUA, em 1800 e 1824.
Vale ressaltar que, nem sempre o candidato que ganha no voto popular é o que vence a eleição, pois os EUA adotam o sistema de votação indireto. Sai vitorioso do pleito quem tiver a maioria do colégio eleitoral.
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O “colégio eleitoral” consiste em um grupo de pessoas, os chamados “delegados”, indicadas para nomear o presidente e o vice-presidente. Cada estado tem um número de delegados proporcional ao tamanho de sua população.
Ao todo, o colégio eleitoral é formado por 538 delegados. Um candidato precisa do apoio de ao menos 270 delegados para ser eleito, o que se traduz em metade dos 538 (ou 269) mais um.
*Sob supervisão de Sofia Pilagallo
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